Orquídeas Dependuradas

Se meu olhar pudesse cruzar seus mares
Em terra firme pisaríamos e finalmente poderia me ver
Através das nuvens mais escuras
Ou dos sóis mais incandescentes
Jorrando chuva e fogo para alivio e refresco
Vida e luz para um jardim de orquídeas dependuradas
Em corações alheios...
E me vendo em suas terras vermelhas e pálidas
Deitaríamos com uma mão na grama e outra na areia
Para podermos sentir o orvalho e a aspereza
Os dois lados de um mundo tão belo...
Se seu olhar pudesse cruzar meus mares
Meu espírito invocar-le-ia para dentro de mim
Permitindo-me vê-lo através das estrelas obscuras de meu céu limpo.
Transparente prazer de se conhecer
De se enamorar, encantar, correr, brincar...
Quisera poder brincar em seus quadros rejuvenescidos
De tinta fresca e óleo tirado da veia...
Minha vela queima...
Ao redor somente o silêncio à espreita de um rangido
De ossos e bocas...
Meu imenso ardor se reparte em mil
Para dar-le a quantidade certa de carinho e afeição
Empatia colorada desbotada pelos vultos que nos cercam
Aqueles mesmos que a fazem sofrer...
Meus olhos despertam...
Estou meio ao seu mar,
Quisera olhar através deles e seu horizonte tocar
Graciosamente
Aos poucos
Com pincel
A lápis
Contornando a vontade de também querer me pintar
Em su’alma...
E ser preenchida por suas orlas.