Demônios Na Avenida. Ou sobre como seria um último poema na primeira pessoa do plural

Sou convalescente com tua presença,
Mesmo que não me notes na tua existência,
Nem sinta meus planos enterrados,
Afinal eu sou aquele que foi exilado,
Dos nervos à essência, perfilado,
Pelos mil olhos ácidos da consciência.

Eu caminho pelas sobras do que foi regurgitado,
Destituído e desamparado nestas ruas,
Onde espíritos escuros degustam as carnes cruas
Do meu corpo indigesto e cansado.

Eu nem sei mais respirar sem teu nome,
Porém a vida é fatigante e segue disforme,
E esta é a melodia para o fim dos dias.
Assim termina mais uma epopéia de linhas frias.

Submited by

Thursday, October 22, 2009 - 05:22

Poesia :

No votes yet

malentacchi

malentacchi's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 13 years 47 weeks ago
Joined: 06/22/2009
Posts:
Points: 704

Comments

margarida80's picture

Re: Demônios Na Avenida. Ou sobre como seria um último po...

UAU!!!
Tu escreves MUITO BEM!
As ideias construidas são excelentes,as palavras escolhidas muito fortes!
Ao ler o teu poema, sinto que caminhei contigo "pelas sobras do que foi regorgitado", só é pena, não te poder ter amparado, nesta leitura/caminhada.
Continua!

MarneDulinski's picture

Re: Demônios Na Avenida. Ou sobre como seria um último po...

malentacci!
Demônios Na Avenida. Ou sobre como seria um último po...

Eu nem sei mais respirar sem teu nome,
Porém a vida é fatigante e segue disforme,
E esta é a melodia para o fim dos dias.
Assim termina mais uma epopéia de linhas frias.
Gostei
MarneDulinski

Dianinha's picture

Re: Demônios Na Avenida. Ou sobre como seria um último po...

Linhas frias...
Dá para sentir cada verso!
Super forte este seu poema!
Até arrepia de tanta emoção...

Adorei!

malentacchi's picture

Re: Demônios Na Avenida. Ou sobre como seria um último po...

Olá!

Obrigado pelos elogios e por se interessar pelos meus escritos!

=0)

Add comment

Login to post comments

other contents of malentacchi

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia/Sadness Lamúrias 0 1.866 03/21/2011 - 03:53 Portuguese
Poesia/Sadness O Torniquete Atenuado 0 1.954 02/28/2011 - 01:25 Portuguese
Poesia/Sadness Solve et Coagula 0 1.549 02/28/2011 - 01:22 Portuguese
Poesia/Sadness Incompreensível (Como Tantos Outros) 2 1.716 01/26/2011 - 00:13 Portuguese
Poesia/Sonnet O Aviltamento do Verso 0 1.719 01/26/2011 - 00:03 Portuguese
Poesia/Sadness Quando os Espectros Machucam A Carne 0 1.828 01/26/2011 - 00:00 Portuguese
Poesia/Sadness Primaveras Mortas 0 1.737 01/19/2011 - 01:22 Portuguese
Poesia/Sadness Escrita Inferior 0 1.916 01/02/2011 - 19:59 Portuguese
Poesia/Sadness Mais Uma Injúria Afásica Para Os Pronomes Em Primeira Pessoa 0 1.629 01/02/2011 - 19:56 Portuguese
Poesia/Sadness Dificuldades Com o Verso Amaldiçoado 0 1.705 12/26/2010 - 19:57 Portuguese
Poesia/Sadness Exi[s]t-ência 0 1.493 12/26/2010 - 19:55 Portuguese
Poesia/Sadness Entre A Sociopatia E A Filosofia Dos Não Valores 0 2.184 12/22/2010 - 03:13 Portuguese
Poesia/Sadness Uma Alegoria Para As Almas Desgraçadas 0 2.524 12/22/2010 - 03:05 Portuguese
Poesia/Sadness Conclave Para Um Diálogo Entres Sombras 0 2.440 12/22/2010 - 03:00 Portuguese
Poesia/Sadness Sobre a Perversidade e seus Hematoversos 0 2.098 12/21/2010 - 04:52 Portuguese
Poesia/Sadness A Filosofia dos Túmulos 0 2.146 12/21/2010 - 04:50 Portuguese
Poesia/Sadness Da Ínfima Procura 0 2.334 12/21/2010 - 04:49 Portuguese
Poesia/Sadness A Exumação de Todas As Minhas Mortes 0 1.424 12/21/2010 - 04:48 Portuguese
Poesia/Sadness Exurgent mortius at ad me venient (o morto se levante e venha a mim) 0 1.928 12/17/2010 - 04:23 Portuguese
Poesia/Sadness Um Punhado de Versos Fúnebres Para Josef K. 0 2.146 12/17/2010 - 04:21 Portuguese
Poesia/Sadness A Proeminência da Falha 0 1.637 12/17/2010 - 04:19 Portuguese
Poesia/Sadness Ode à Tânatos 0 1.830 12/17/2010 - 04:16 Portuguese
Videos/Profile 855 0 2.199 11/24/2010 - 22:04 Portuguese
Videos/Profile 482 0 2.319 11/24/2010 - 21:58 Portuguese
Videos/Profile 481 0 2.904 11/24/2010 - 21:58 Portuguese