Enganos

O que fizemos de nossas vidas, acabamos novamente sozinhos com a alma escura feito a noite sem lua. O coração mais uma vez se fecha, vira pedra da pedra que lá já vivia e em sombras se escondia esperando uma fresta de luz.
A esperança de uma nova vida surgiu embalada com o amor que procuramos, agora cinzas do que sobrou na gaiola que eu mesmo me tranquei e joguei a chave fora. Em pensar que tudo começou em versos e assim ira terminar o que mal teve seu tempo findando em palavras jogadas ao vento no relento de um céu que não possui estrelas.
Vejo apenas paredes verdes, o azulejo estava trincado e por cima jogaram tinta escondendo seu defeito, quem de longe não percebe apenas enxerga paredes que se tornaram pequenas, esquecidas, sufocadas. Tudo ao seu redor cresceu e ela ficou servindo de base.
Mas não te julgo, os dois sentiram a desilusão em gosto fel do que era para ser certo e não vingou, não tivemos culpas e também não as procuramos apenas o destino que nos uniu agora nos deixa desamparado tendo o caminho corroído pelas traças que brotaram de incertezas. Meu coração esvai com a água que escorre de chuvas que são incessantes e carregam o lixo que já estava nesta trilha, talvez tenha sido o peso do passado que carrego o causador de tanta angústia.
Imaginei que poderia te ter para sempre ao meu lado, só que esqueci de pensar o que você desejava. Apenas saber de ti já me era suficiente e não percebi que estava procurando algo mais intenso, na minha mente o que era muito para você era tão pouco.
Não, não procuro desculpas pois vivi cada segundo intensamente, aproveitei ao máximo cada palavra tua. Agora quero ficar sozinha, trancada em alta torre, sendo vigiada pelo mais feroz dragão para que de minha gaiola não voe sem antes saber quem realmente sou.
Coração em negra cor.