Tanto quanto eu

Sou chato
Tão chato que aborreço-me imenso com as conversas sempre iguais
Sou aborrecido
Tanto que bocejo a cada repetição de ideias compradas por tuta e meia de neurónios osmoicos
Lixo, é tudo lixo
Mentes tão abertas que os cérebros escorrem tal qual diarreia a cada palavra
Mentes tão fechadas que consideram cada palavra como verdade absoluta
Não quero saber dessa arrogância do saber
Do desfile de vaidades pelo conhecimento de uma ou outra meia verdade não entendida
Saiam, desapareçam do meu espaço senão… senão nada, apenas desapareço eu
Mas por favor não me obriguem a ouvir vossas vozes
Não me dizem nada
São desagradáveis
Não quero saber aquilo que vocês julgam que sabem
Prefiro a minha Santa Ignorância consciente do que a insana ideia que pode alguém ser detentor da verdade
Que se lixem as teorias explicadas que vocês exibem para demonstrar uma superioridade existencial (que só serve para alimentar os seus egos)
Que se lixe a conversa do homem simples que diz conhecer Deus
Que se lixe a conversa do homem complexo que se diz Ateu
Não quero saber dessas verdades absolutas que tem para dizer-me
Não suporto mais suas vozes
Suas opiniões baseadas na letra gorda do jornal
Também que não me ouçam
Não tenho nada de especial para dizer
Não sei sobre aquilo que falo
Nem sei sobre o quê estou a falar
Só sei que estou farto
Vou tomar mais um comprimido de algumas horas de estupidificação televisiva
Até que o sono carregue-me para cama
É apenas o que quero
E com a fé de um ateu agnóstico rezo a Deus
Para que ele me leve a algum sitio, alguma pessoa, alguma alma ou sei lá
Que tire-me deste inferno que é ter que viver
Rodeado por pessoas tão estúpidas e arrogantes quanto eu

Submited by

Monday, May 17, 2010 - 15:54

Poesia :

No votes yet

Veiga

Veiga's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 3 years 23 weeks ago
Joined: 05/12/2008
Posts:
Points: 1048

Add comment

Login to post comments

other contents of Veiga

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia/Disillusion Maturidade 1 527 03/01/2010 - 16:27 Portuguese
Poesia/General O Embate 3 396 02/28/2010 - 20:51 Portuguese
Poesia/Disillusion Para ser sincero 3 539 02/28/2010 - 20:43 Portuguese
Poesia/Love Não vejo-a 2 313 02/28/2010 - 20:40 Portuguese
Poesia/General Exuberantemente Belo 6 531 02/28/2010 - 14:53 Portuguese
Poesia/General Procuro-te 2 340 02/28/2010 - 14:49 Portuguese
Poesia/General Preciso de ti 2 729 02/28/2010 - 14:45 Portuguese
Poesia/Dedicated Gosto de ti 3 539 02/28/2010 - 14:38 Portuguese
Poesia/Disillusion Falhei 2 527 02/28/2010 - 14:29 Portuguese
Poesia/Love Vem 4 312 02/28/2010 - 13:57 Portuguese
Poesia/Meditation Se é para conhecer 3 271 02/28/2010 - 13:56 Portuguese
Poesia/General Perguntaste-me 6 545 02/28/2010 - 13:46 Portuguese
Poesia/General Prostituta de roupas coloridas 3 582 02/28/2010 - 13:41 Portuguese
Poesia/Intervention Triste anedota 6 501 02/28/2010 - 13:39 Portuguese
Poesia/Meditation Tirei-a dos meus planos 3 334 02/28/2010 - 13:37 Portuguese
Poesia/Passion No inferno amanhã 4 495 02/28/2010 - 13:29 Portuguese
Poesia/Sadness Outono 3 556 02/28/2010 - 02:37 Portuguese
Poesia/Dedicated Pedras d'açucar 2 485 02/28/2010 - 02:33 Portuguese
Poesia/Dedicated Lanterna 4 529 02/28/2010 - 02:28 Portuguese
Poesia/Aphorism Revoltei-me contra a Treva 3 730 02/28/2010 - 02:27 Portuguese
Poesia/Dedicated Pesos 1 584 02/28/2010 - 02:19 Portuguese
Poesia/Dedicated Tua Beleza 5 599 02/28/2010 - 02:12 Portuguese
Poesia/General Caos e Ordem 1 531 02/28/2010 - 02:09 Portuguese
Poesia/Love Sou homem, não te esqueças 2 349 02/28/2010 - 01:52 Portuguese
Poesia/General Brisa 2 495 02/28/2010 - 01:36 Portuguese