Desregrado e desafinado.

Sem reticências e sem ponto final,
Este é o amor que consome
Vísceras e neurônios,
Este é o amor que destrói anjos
E constrói demônios.
Este é o amor de inúmeras vertentes
Que jamais conseguirá ser lacônico.

Às vezes nos perguntamos
Por que amamos tal pessoa,
Às vezes nos perguntamos
Por que tal pessoa nos ama,
E muitas vezes nos questionamos
Por que tal pessoa não nos ama.
Às vezes amamos quem não nos apetece,
Às vezes odiamos quem realmente nos merece,
(pois é, acontece).

É assim o amor...
Às vezes injusto.
Mas quem quer saber?
Estamos ocupados demais amando,
Ou procurando um amor para a vida inteira;
Não queremos saber de justiça quanto a isto.
Não há tribunal que condene o ato de amar.
Mas existe o amor que nos prende
Em grades imaginárias
E nos faz padecer como se estivéssemos
No corredor da morte
Esperando pela cadeira elétrica.

É assim o amor...
Que às vezes segue nas batidas
Lentas e compassadas de um coração,
E às vezes segue nas batidas
Aceleradas e descompassadas
Deste mesmo coração.
O amor verdadeiro é totalmente sem regras,
Pois se assim não fosse, não seria amor.

O amor de que escrevo não possui definição,
Não é detentor de razão
E muitas vezes é guiado somente pela emoção.
O amor de que escrevo é o sentimento sem fim,
É o elo de dois mundos que se funde
Muitas vezes em uma só pessoa,
Fazendo nascer assim
A desdita da desilusão.
O amor de que escrevo é o amor desregrado,
Desgarrado, desajustado e desatinado,
É o amor que horas parece soar
Como uma bela canção,
Horas parece desafinado.

Submited by

Wednesday, August 11, 2010 - 07:49

Poesia :

No votes yet

Brunorico

Brunorico's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 9 years 9 weeks ago
Joined: 03/05/2009
Posts:
Points: 528

Comments

cecilia's picture

Re: Desregrado e desafinado.

Brunorico,

O amor em suas formas, o amor em seus tons, o amor

Destaco:
É o amor que horas parece soar
Como uma bela canção,
Horas parece desafinado.

Belo poema como sempre o é.
Cecilia Iacona

varenkadefatima's picture

Re: Desregrado e desafinado.

definiste o amor como:
"Como uma bela canção,
Horas parace desafinado."
Lindo!!!Gostei!!!

Varenka

Add comment

Login to post comments

other contents of Brunorico

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia/Meditation Sei lá! 1 635 03/04/2010 - 19:57 Portuguese
Poesia/General Ao contrário 2 544 03/04/2010 - 19:32 Portuguese
Poesia/Aphorism Forças da natureza. 3 530 03/04/2010 - 17:13 Portuguese
Poesia/General Vidas em rascunhos. 2 695 03/04/2010 - 17:12 Portuguese
Poesia/Poetrix Poetas mortos 2 518 03/04/2010 - 16:31 Portuguese
Poesia/General Quarto escuro 1 616 03/04/2010 - 16:31 Portuguese
Poesia/Love Entre sustenidos e bemóis. 1 637 03/04/2010 - 16:21 Portuguese
Poesia/General Vento ventania. 1 618 03/04/2010 - 15:54 Portuguese
Poesia/Disillusion Agonia! 1 810 03/04/2010 - 15:51 Portuguese
Poesia/General Ciclo da vida. 1 690 03/04/2010 - 15:47 Portuguese
Poesia/Disillusion Confissões de um palhaço. 2 1.399 03/04/2010 - 14:35 Portuguese
Poesia/Poetrix Traidora poesia 1 612 03/04/2010 - 14:33 Portuguese
Poesia/General Pequenos impolutos. 3 479 02/21/2010 - 19:07 Portuguese
Poesia/General Acabou o carnaval. 3 647 02/18/2010 - 18:01 Portuguese
Poesia/Meditation O sábio que vivia só. 3 383 01/16/2010 - 01:11 Portuguese
Poesia/Meditation A luz que me inspira. 2 664 01/11/2010 - 12:48 Portuguese
Poesia/General Fogueira dos poetas. 6 568 12/29/2009 - 23:28 Portuguese
Poesia/General O ilusionista. 3 636 12/26/2009 - 03:14 Portuguese
Poesia/General Efeméride da ilusão. 2 625 12/25/2009 - 13:43 Portuguese
Poesia/Meditation Garatujas mundanas. 3 612 12/14/2009 - 13:04 Portuguese
Poesia/Love A frase que faltou. 4 648 12/13/2009 - 23:06 Portuguese
Poesia/Meditation Anjos da anunciação da vida. 3 636 12/13/2009 - 22:47 Portuguese
Poesia/General Fábrica de cata-ventos. 4 591 12/01/2009 - 01:09 Portuguese
Poesia/General Outro eu. 3 503 11/25/2009 - 18:07 Portuguese
Poesia/Dedicated Desejos e devaneios. 2 675 11/15/2009 - 00:58 Portuguese