A velocidade da vida

A velocidade da vida e o jornal a passar nos dedos. Antigamente era mais devagar. Agora há a máquina, uma boa invenção...ela trabalha e nós olhamos para ela, não olhamos por nós, não olhamos pelos filhos, não cuidamos deles, não damos atenção a eles, estamos viciados a gastar dinheiro. A máquina que foi inventada para nos levar á natureza está a levar-nos ao esquecimento de nós, ao esquecimento da natureza. Agora trabalhamos mais, dormimos nada, desperdiçamos o sentido do prazer e do amor. Temos fé no engano, acreditamos que nos redimimos pela doença e vamos como cordeirinhos até ás portas da morte. Não é o antigamente melhor; na rede o peixe das misérias e das ignorâncias. A velocidade da vida Sr engenheiro. você é o homem mais rico e as suas máquinas as mais potentes e as pessoas mais ignorantes, mais famintas, mais tristes. Quem devemos servir? A pele ou a máquina. Agora é só carregar no botão. é tudo fácil, é tudo limpo, tudo muito filha da puta e muito conveniente. Vamos contemplar o céu ou quereis contemplar o hipermercado.

lobo

Submited by

Friday, November 20, 2009 - 03:35

Prosas :

No votes yet

lobo

lobo's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 7 years 26 weeks ago
Joined: 04/26/2009
Posts:
Points: 2592

Comments

RobertoEstevesdaFonseca's picture

Re: A velocidade da vida

Parabéns pelo belo texto.

Gostei.

Um abraço,
REF

Alcantra's picture

Re: A velocidade da vida

lobo, grande discurso sobre a máquina que nos engole a cada dia e nos escraviza a ponto de cegar nossos corações. "Temos fé no engano", "Quem devemos servir? A pele ou a máquina. Agora é só carregar no botão. é tudo fácil, é tudo limpo, tudo muito filha da puta e muito conveniente."

Grande prosa!

Alcantra

Conchinha's picture

Re: A velocidade da vida

Bom tema.
Boa abordagem, como sempre.

Abraço

Add comment

Login to post comments

other contents of lobo

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia/Dedicated Quando o sol se derrete 0 2.961 12/27/2011 - 19:14 Portuguese
Poesia/General Eu não sei nada 0 2.027 12/27/2011 - 15:15 Portuguese
Poesia/Dedicated Com fome não se faz a sopa 1 2.649 12/26/2011 - 18:39 Portuguese
Poesia/Dedicated Ó sol preciso dos teus raios 1 1.883 12/26/2011 - 18:29 Portuguese
Poesia/Aphorism Ao redor do fogo 0 1.530 12/26/2011 - 15:50 Portuguese
Poesia/General Atrás da porta eu fico 0 1.635 12/24/2011 - 18:34 Portuguese
Poesia/Dedicated Não vou ficar com a tristeza 0 1.813 12/23/2011 - 14:48 Portuguese
Poesia/General Como se faz a casa 0 2.223 12/23/2011 - 11:52 Portuguese
Poesia/General Aquece as palavras 0 1.639 12/19/2011 - 16:03 Portuguese
Poesia/General Esperamos a solidão 0 1.898 12/17/2011 - 21:29 Portuguese
Poesia/Dedicated Agora já não vou fazer planos 0 1.762 12/16/2011 - 12:43 Portuguese
Poesia/General Dentro das páginas 1 2.437 12/16/2011 - 03:19 Portuguese
Poesia/General Carta 0 1.657 12/15/2011 - 15:36 Portuguese
Poesia/General O mar vê-se dos teus olhos 1 1.882 12/15/2011 - 00:41 Portuguese
Poesia/General A cidade... 0 2.023 12/14/2011 - 17:19 Portuguese
Poesia/General Nós fazemos a viagem 0 1.673 12/13/2011 - 11:50 Portuguese
Poesia/Intervention O mar é o teu animal 0 1.949 12/05/2011 - 01:08 Portuguese
Poesia/Dedicated Na poesia do prato da fruta 0 2.147 12/05/2011 - 00:06 Portuguese
Poesia/Aphorism O barro moldado na transpiração 0 2.425 11/30/2011 - 18:23 Portuguese
Poesia/Aphorism Agora nada me está faltando 0 2.561 11/30/2011 - 12:23 Portuguese
Poesia/Intervention O velho caminho ferroviario 0 2.836 11/29/2011 - 12:37 Portuguese
Poesia/Song A árvore que está no meio 0 2.133 11/27/2011 - 21:41 Portuguese
Poesia/Dedicated se a água corta-se 0 2.071 11/27/2011 - 21:37 Portuguese
Poesia/General Dá-me o teu lado inquieto 0 1.923 11/23/2011 - 17:19 Portuguese
Poesia/General Se tu soltares a lua 3 2.652 11/22/2011 - 20:28 Portuguese