E...

Nuvens coalhadas na tarde...

Lábios com gostos de nascer do sol anunciam
Gestos marcantes marcando prazeres

Mãos macias tapam a visão
E vem a imperfeição da noite
Num sal que brilha salgado a alegria do choro
Sonhando a vida apartada de escrava realidade.

Assim e mesmo assim
Chaves em trincas presas às ferrugens
Dum metal com pele enrugada
Da velhice surda e muda.

Alma esquecida pela seda

Os rios secaram
Os sóis moveram seus lábios
Despedindo-se dos meus olhos
Rasgando uma palavra no veneno plantado no peito.

À cata duma esperança.

Os cães se coçam
E rosnam com olhares duvidosos

Pernas cruzadas e a solidão à espreita.

Sonhos inexpressivos dizem cuidado
Um isqueiro aceso e um cigarro nascendo

O infortúnio nos agarra pelos braços

Lembranças são pérolas trazidas dum passado que perturba

Perolais vós a explicação da chama que me queima ardentemente

Jaz o alimento da alma

Submited by

Tuesday, December 15, 2009 - 18:43

Ministério da Poesia :

No votes yet

Alcantra

Alcantra's picture
Offline
Title: Membro
Last seen: 10 years 10 weeks ago
Joined: 04/14/2009
Posts:
Points: 1563

Add comment

Login to post comments

other contents of Alcantra

Topic Title Replies Views Last Postsort icon Language
Poesia/Disillusion Cama sartriana 2 1.423 08/08/2009 - 00:53 Portuguese
Poesia/Intervention Ópium fumando Maio 4 990 08/05/2009 - 20:05 Portuguese
Poesia/Erotic À sorrelfa 3 1.174 08/05/2009 - 16:08 Portuguese
Poesia/Meditation Leitmotiv 1 1.633 08/05/2009 - 15:22 Portuguese