O exilar do amor

Em cada lugar,
Em cada esquina,
Existe,
Persiste,
Acontece como poça na chuva
Que escorre entre os dedos
Como sem culpa
Como sem medo.
Fruta no chão,
Tempo sem demora,
Espera sem angústia,
Fé sem Nossa Senhora.
Faz-se pó o que era Pedra,
Toco o que era Floresta
E a gota torna-se oceano
Que derrama por entre o peito
E rasga feito uma fera ferida,
Maltratada.
Circo de Feras
Que se tornam filhotes
Que se voltam pro fruto
Como que sem querer
Torna-se como se fosse destino
Como se fosse certo,
Já Voltar
E crescer e crescer
Já não existe mais
Me puxa pra trás
Como sem medo.
É inevitável,
É esgarçante,
Mas ao mesmo tempo
Me conforta,
Me acalanta o calor do retorno
O viver somente dentro de você.
Claro como as primeiras
Manhãs de primavera.
Saber que de lá não vou sair
Não preciso,
Não é necessário.

Aqui somente aqui dentro
De você eu preciso
Eu tenho que ficar.
Existir,
Nascer já não faz sentido,
Eu quero só aqui fincar
Nesse exilar
Comigo.
Meu lar,
Meu âmbito.
Já não quero ver a luz,
Se eu posso morar no sol
Se eu posso ouvir o ar,
Ser o ar,
Alimentar-me de você
Do sabor
Que ao mesmo é seu é meu.
Assim em você eu posso
Eu vivo,
Eu respiro,
Eu me mexo.
Olha! Você sabe
Porque você sente
Você me guarda,
Mas aos poucos você entende,
É ciclo
Causa dor,
Dói, esmaga.
Você também sente desconforto,
Também respira difícil
É horrível,

Como se te amputassem de mim,
Mas é inevitável
Pra existir,
Pra viver,
Pra eu respirar,
Pra eu poder sentir a brisa
Como você sente,
Pra eu te conhecer verdadeiramente,
Pra podermos fazer não uma,
Mas duas fontes de amor
Pra duplicar
É preciso separar,
É preciso nascer
Existir por mim,
Mas o umbilical
De nossas almas
Vai estar pra sempre
Unido.

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Wednesday, April 21, 2010 - 00:37

Ministério da Poesia :

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