Sabe o que é a tristeza?
- Sabe o que é a tristeza?
- É aquele lugar
- Aquele lugar está dentro da cabeça
- A água não pode faltar
- É o que falta mais nesta terra
- A tristeza são os olhos cheios de água
- Essa água que nos deixa
- Temos sempre sede
- Temos sempre culpa.
- Onde vive?
- Ali naquela casa
- Sózinho?
- Sim
- Tem filhos?
- Tenho
- Onde estão?
- No estrangeiro
- Que gostava de fazer?
- escrever cartas, mas não sei escrever,sei lavrar, sachar o milho, agora já não faço mais, nem tenho a companhia da terra nem a dos filhos.
- Nunca andou na escola?
- Nunca,mas sei somar, multiplicar e dividir, sei contar pelos dedos, a vida foi uma professora, apanhei muita palmatória de fome.
- Que idade tem?
- Oitenta e dois
- Já esteve fora daqui?
- Já estive
- Onde?
- Nas ilhas
- Nas nossas ilhas?
- Sim
- Tem saudades?
- Não tenho
- Não tem
- Não tenho
- Gosta de falar
- É bom
- Até a guerra deve servir para combater a solidão, a solidão mata-nos...
- De onde vêm esses pensamentos?
- Da minha cabeça
- Conhece muitas histórias?
- Contei muitas para adormecer os filhos
- E eles lembram essas histórias?
- Não sei, o unico ser que me toca os pés é o rio.
- Quer beber um vinho?
- Um vinho tinto e comer uma sardinha, o médico diz que faz bem ao coração, deve ser como o amor,embora o amor ás vezes mate ocoração.
- Talvez.
Lobo 011
Submited by
Prosas :
- Login to post comments
- 700 reads
Add comment
other contents of lobo
Topic | Title | Replies | Views | Last Post | Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Prosas/Ficção Cientifica | Alguem te olha os olhos escuros | 0 | 1.474 | 11/19/2010 - 00:05 | Portuguese | |
Prosas/Lembranças | Mãe pode ser um momento vago , primeira parte | 0 | 1.750 | 11/19/2010 - 00:05 | Portuguese | |
Prosas/Others | Havia um espírito cheio de pregos | 0 | 949 | 11/19/2010 - 00:05 | Portuguese | |
Prosas/Thoughts | Assim continuamos a tirar vermes da cartola. | 0 | 740 | 11/19/2010 - 00:03 | Portuguese | |
Prosas/Contos | Anda alguem a desacertar o relogio do mundo parte 5 | 0 | 1.655 | 11/19/2010 - 00:03 | Portuguese | |
Prosas/Thoughts | Ter os olhos pousados nas estradas | 0 | 991 | 11/19/2010 - 00:03 | Portuguese | |
Prosas/Others | Seguimos os gestos que a cidade desenha nos corpos | 0 | 1.083 | 11/19/2010 - 00:03 | Portuguese | |
Prosas/Thoughts | Estou a perder-me | 0 | 1.055 | 11/18/2010 - 23:56 | Portuguese | |
Prosas/Others | A princesa ama o dragão | 0 | 2.179 | 11/18/2010 - 23:55 | Portuguese | |
Prosas/Thoughts | Menino Jesus vamos jogar ao monopolio | 0 | 1.227 | 11/18/2010 - 23:51 | Portuguese | |
Prosas/Ficção Cientifica | Ainda há policias bons | 0 | 1.395 | 11/18/2010 - 23:51 | Portuguese | |
Prosas/Others | a alma nhaé como o cume da monta | 0 | 1.204 | 11/18/2010 - 23:50 | Portuguese | |
Prosas/Thoughts | Rua da paragem sem álcool | 0 | 1.032 | 11/18/2010 - 23:48 | Portuguese | |
Prosas/Others | Coisa que a morte não faz | 0 | 1.352 | 11/18/2010 - 23:48 | Portuguese | |
Prosas/Thoughts | As leituras sobre a natureza | 0 | 1.368 | 11/18/2010 - 23:48 | Portuguese | |
Prosas/Thoughts | Entrego-me ao rio | 0 | 1.227 | 11/18/2010 - 23:48 | Portuguese | |
Prosas/Ficção Cientifica | A rapariga dos sapatos vermelhos 3 | 0 | 1.499 | 11/18/2010 - 23:48 | Portuguese | |
Prosas/Ficção Cientifica | Um certo tempo do amor | 0 | 1.564 | 11/18/2010 - 23:48 | Portuguese | |
Prosas/Ficção Cientifica | Assim de repente | 0 | 1.105 | 11/18/2010 - 23:48 | Portuguese | |
Prosas/Thoughts | A rapariga dos sapatos vermelhos | 0 | 1.452 | 11/18/2010 - 23:48 | Portuguese | |
Prosas/Thoughts | A rapariga dos sapatos vermelhos 2 | 0 | 1.184 | 11/18/2010 - 23:48 | Portuguese | |
Prosas/Others | Os cavalos amarrotam o papel 3 | 0 | 2.175 | 11/18/2010 - 23:48 | Portuguese | |
Prosas/Ficção Cientifica | A mulher que tinha sémen nos olhos parte 3 | 0 | 1.280 | 11/18/2010 - 23:48 | Portuguese | |
Prosas/Mistério | Não era milagre andar sobre as águas | 0 | 900 | 11/18/2010 - 23:48 | Portuguese | |
Prosas/Thoughts | Os cavalos amarrotam o papel. 2 | 0 | 708 | 11/18/2010 - 23:47 | Portuguese |
Comments
Prosa bem construida e bem
Prosa bem construida e bem pensada.
Alcantra