Momentos

Sinto frio,
Procuro um cobertor acolhedor,
(Que faço eu?!)
Perdi o meu chão,
Retenho o meu céu…
Embrulho-me nele,
Caio no espaço,
Procurando pela Eternidade,
Momentos que consegui reter.
Não sei quanto tempo mais,
Sentirei esse frio,
Que nem a ciência ou o tempo
Conseguem explicar.
Mãos tacteantes,
Que sei serem minhas,
Limpam as lágrimas salgadas,
Que a minha visão distorcida,
Teima em soltar.
Porquê pensar nos momentos?!
Prendi-me às recordações,
Julguei,
Que as feridas que o teu Amor,
Teimou em deixar,
Algum dia acabariam por sarar…
Deitei sal na ferida…
Julguei-me curada…
Mil pedaços de mim,
Jazem estarrecidos neste chão,
Rezo para que me juntes,
Com as tuas carícias.
Dor lancinante que aos poucos me atravessa.
Quis-te de dia e de noite,
Como a noite quer as estrelas.
Falta-me o Ar…
Mas sigo querendo…
A réstia da esperança permanece…
Com a inocência de quem ama pela primeira vez.
Julgo-me perdida de actos e palavras,
Que nada,
Jamais,
Poderão mudar.
Deixar-te ir é perder parte de mim,
Aqui mergulhei,
Em busca do ponto,
No tempo e no espaço,
Onde uma vez nos amamos
Procuro apagá-lo…
Sinto-me falhar…
Sou incapaz,
Hoje sei-o!

Joana Silva