Bordel de Sangue

Frio... A Lua cheia, rente ao Mar, beija-lhe a tona,
Bati na porta dum bordel, o céu retinto,
E embriagada no saguão desse recinto
Decrépita a aparição duma velha dona.

Era a Morte, um aparente ar de marafona;
Brindava champanhe rosé, ou então, vinho tinto,
Sangue  puro com o gosto amargo de absinto
Pra posar com lasso perfil duma madona.

Entre a penumbra do luar nós dois sozinhos,
Os arredores do local sempre quietinhos,
Na calada da noite encontro a luz de vela;

Era o fim!... Mas igual a um ávido consorte
Naquela pose tão sensual beijei a Morte,
Indo ali mesmo perecer nos lábios dela.

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Tuesday, April 19, 2011 - 17:56

Poesia :

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Charles Antônio Marques Pereira

Charles Antônio Marques Pereira's picture
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Comments

Susan's picture

Um beijo diferentemente do

Um beijo diferentemente do convencional 

aquele em quem brindou com a morte 

a tua sorte existencial ....

Texto forte mas muito bom de se ler !!!!

Um beijo 

Susan

deborabenvenuti's picture

Bordel de Sangue

Era a Morte, aparente ar de marafona;
Brindava talvez champanhe, senão, vinho tinto,
Sangue com gosto amargo de absinto
Para posar com lasso perfil duma madona.

Gostei dos versos. Muito bem elaborados. Dão uma sensação gélida da presença da morte numa noite em que até a lua parece fria.

Beijo,

MarneDulinski's picture

Bordel de Sangue

Lindo poema, mas me assustei com você, virgem, aruda e guiné, tres batidas de coco e uma de pé!

Meus parabéns,

MarneDulinski

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