Indisponível para amar
Não sei porque de repente escuto
no duro mutismo do meu coração encastelado,
o silêncio expectante ante o amor.
Se ao menos, pudesse eu calar a sua voz,
a dor animal que grita cá dentro
que esmaga e esborracha
cruza-se mesmo à minha frente.
Fingindo-se afável, livre de aversões
com a audácia de romper todas as negações
para chegar ao fundo da medula
confundindo-a com a sua língua irredimível
num diminuto sopro que tudo abala.
Poderia até ouvi-lo…
Contudo, pergunto-me: Poderei ama-lo da mesma forma que o odeio?
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Tuesday, October 28, 2008 - 20:01
Poesia :
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Comments
Re: Indisponível para amar
Ouvi, já algures no tempo, alguém dizer que amor e ódio são irmãos gémeos. Se maltratarmos um deles o outro vem, com a sua fúria, para nos punir.
E isto, acrescento eu, serve para qualquer dos irmãos.
Fiz sentido?!?!?
Beijo.
Re: Indisponível para amar
Gosto de cada uma das palavras que escolheste neste poema... juntas, as frases são marcantes e profundas;
no total faz um texto poético muito belo
Parabéns - está muito bem escrito
:-)
Re: Indisponível para amar
Tenho a certeza que a força do amor por ele ultrapassaria a força do ódio.
Muito feliz pelas ternas palavras MariaTreva.:-)
Beijo grande
Re: Indisponível para amar
Para mim o ódio é um sentimento que não quero sentir. Faz muito pior do que o amor.
Não tenhas medo de amar, Maria!
Belo!
Bjs
Re: Indisponível para amar
o amor procura o ódio como o preto procura o branco; por vezes não passam, ambos, de sentimentos menos extremos que resultam numa aliança de vários tons cinzentos. Ninguém é perfeito e ideal. Lançamos passos pelos cinzentos, mais claros ou mais escuros e quase sempre numa enorme confusão emocional. Assim é o Homem.
Interessante reflexão.
Beijo
Re: Indisponível para amar
Sou dos que acreditam que o amor e o odio são o mesmo sentimento em polos opostos, logo... pelo menos na minha visão é claro que podes. :-)