A Magia dos Entas

A MAGIA DOS ENTAS
Jorge Linhaça
19/07/05

Eu estava conversando com um amigo eu sobre um dos assuntos mais discutidos pela população masculina mundial, isso mesmo...acertou quem disse MULHER.
Acontece que meu amigo esta entre aqueles que compram a idéia da mídia, de que mulher tem que ser uma ninfeta para satisfazer as necessidades masculinas. Eu particularmente não tenho nada contra as mulheres jovens, de seios arrebitados, bumbum empinado, barriga lisinha, pernas absolutamente perfeitas e bem torneadas e carinha de boneca de porcelana, mas confesso que não é isso que me faz a cabeça.
Esse meu amigo diz que eu tenho complexo de rei, que adoro uma “coroa”... nisso concordamos finalmente.
Para mim uma mulher tem que no mínimo ser uma balzaquiana, caminhando para a casa dos “entas”... sei, sei...já tem leitor aqui que tá me achando maluco, mas gostaria de explicar a minha posição em relação a esse assunto tão delicado e polêmico.
Eu não sei viver de aventuras, acredito em relacionamentos reais, sair com uma mulher apenas para passar a noite em mirabolantes posições sexuais, em meio a gemidos de prazer e deslumbre de se sentir o maior conquistador desde Dom Juan, não me atrai mais nem um pouco.
Um relacionamento para mim tem que ser baseado mais do que nas formas físicas ou beleza estética.
Calma aí ! Antes que me xinguem não estou dizendo que as mulheres na casa dos ENTAS não seja belas esteticamente, algumas até colocam muitas menininhas no chinelo, também nesse quesito.
Mas voltando ao fio diretor do assunto...um relacionamento deve ser baseado em muitas coisas em comum para que possa se tornar estável e valer a pena, para que possa como diz o poeta, ser eterno enquanto dure...na verdade não importa o quanto dure, mas deve ser capaz de sobreviver a uma noite de paixão ardente, deve ser mais do que uma entrega de corpos às delicias da relação física, deve envolver o corpo e a alma, deve ter a química perfeita, as afinidades devem ser mais do que sexuais, deve ter a cumplicidade de um olhar para a vida, deve ter a responsabilidade da construção mútua, deve ter uma certa exclusividade entre as partes envolvidas. Deve haver o desejo de ambas as partes de aprender com o outro, de dar colo nos momentos de melancolia, deve ter a capacidade de permitir que duas pessoas deitem-se juntas em uma cama sem fazer sexo, apenas dormindo abraçadinhos.
Claro que para isso é necessária uma afinidade emocional, cultural, intelectual, espiritual, moral, além do sexo que jamais pode ser desprezado, por ser o momento de maior entrega possível entre duas pessoas.
As mulheres na casa dos ENTAS sabem mais do que satisfazer o corpo de um homem, a vida já lhes deu a sabedoria de satisfazer a alma, de ser verdadeiramente cúmplice dos sonhos, de ser amante, amiga, companheira, de perceber nas entrelinhas do relacionamento a verdadeira essência do companheiro.
Essas mulheres já não sonham cor de rosa, sonham arco-íris, não sonham apenas para sí, mas desenvolveram a capacidade de sonhar junto.
Já se libertaram da escravidão do materialismo puro, já compreendem que existe mais do que uma relação financeira entre duas pessoas, que mais importa a soma das potencialidades do que a divisão dos bens.
Gostam da vida como as ninfetas, mas também sabem ficar em casa namorando, sabem dizer
“ Eu te amo” de uma maneira diferente, olhando no fundo dos olhos...sabem ser sensuais sem estar semi-nuas, sabem dar a entender o desejo apenas em um olhar, sabem despir a alma além do corpo, num stip-tease que acende o desejo de amar e ser feliz.
Já aprenderam a conhecer o próprio corpo e não tem receio de dizer onde gostam de ser tocadas, de demonstrar todo o prazer que sentem ao lado de seu homem. Uivam como lobas, miam como gatas, rugem como leoas, arranham, apertam, partem para o ataque, esquecem qualquer pudor quando se sentem realmente desejadas como fêmeas e amadas como mulher.
Se deixam ficar relaxadas quando preparamos o clima, aprenderam a arte de seduzir e se deixar seduzir, apreciam o aroma do incenso, deixam-se massagear calmamente antes e depois, entendem que o ato não começa nem acaba em si mesmo.
Por isso eu acredito nessa magia e deliciosa maneira de ser da mulher dos ENTAS.
 

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Saturday, May 21, 2011 - 12:06

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