Sonhos

Ao longe oiço o resmalhar da selva de bambús
A humidade penetra-me os ossos
As pernas atascam-se em humus
Sou só eu
Sozinho
Guinchos e novo resmalhar
Como de serpentes
Está quente aqui, penso
Quente e húmido
Estou tão confuso

Agora um emaranhado de jornalistas
Cercam-me com perguntas
E flashes
E objectivas
Grandes lentes
E nada disto é objectivo
Sufoco aqui, desterrado
Seca-me a garganta, agora
Como pode ser?

Imundo
O mundo que se enraíza em mim
Fétido, penso
Aliás, cheiro
E grito
BERRO!
Viro-me e levanto-me.
Seco-me numa toalha turca bem seca
E deito-me,
Desta vez
Numa bela praia
Que não existe.

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Monday, January 5, 2009 - 23:37

Poesia :

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Conchinha

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Comments

Henrique's picture

Re: Sonhos

Belas imagens, a fantasia do poeta aqui bem ilustrada!

:-)

mariamateus's picture

Re: Sonhos

Imundo
O mundo que se enraíza em mim
Fétido, penso
Aliás, cheiro
E grito
BERRO!
Viro-me e levanto-me.
Seco-me numa toalha turca bem seca
E deito-me,
Desta vez
Numa bela praia
Que não existe.

SONHO? OU PESADELO?
NÃO IMPORTA.
O IMPORTANTE...FOI LEVANTAR-SE E ENCONTRAR ESSA BENDITA PRAIA.

BJO ;-)

Conchinha's picture

Re: Sonhosp/Mariamateus

...que não existe...

Fala-nos também da felicidade, que não existe aos nossos olhos, porque queremos sempre mais, ou sempre diferente.
Obrigado pelo comentário e um beijo.

MariaSousa's picture

Re: Sonhos

Transportemos estas fantasias para momentos de vida reais, como metáforas... que bom saber encontrar essa praia.

Bjs

Conchinha's picture

Re: Sonhos

Às vezes, a praia não existe, Maria...
Obrigado.
bjs

ÔNIX's picture

Re: Sonhos

Entre o real e o irreal há sempre um sonho mais verdadeiro, preso ao inexistente.

Feliz 2009

Dolores

Conchinha's picture

Re: Sonhos

Obrigado.
Feliz 2009

Bjs

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