Tempo
Tempo…
Há um tempo e as fases do tempo. Há o tempo cronológico e as fases desse tempo cronológico, dentro do qual crescemos como pessoas. Há o tempo psicológico e os estados de alma que nele projetamos…
Há o tempo do ser, do estar, do fazer e a forma como cada um de nós o decalca na sua essência. É neles que se faz a aprendizagem que nos torna seres com particularidades.
Há o tempo do pensar, do questionar, do memorizar que se molda na memória da nossa história de vida e nos leva a exteriorizar, frequentemente traduzindo-a por palavras, em prosa ou verso.
Depois vem a saudade do próprio tempo, a saudade de nós, entrosada com a de outros. O tempo concreto e o abstrato. O tempo que se percepciona como real e o tempo do irreal, do sonho, da utopia. O tempo relacional e o empenho que nele investimos para que possa ser transcendental, plasmado em momentos, instantes.
O tempo e a sua ausência, metaforicamente falando…
Hoje o tempo será o da poesia ou a sua dialética. O despoletar de um subconsciente. A introspeção vertida na extroversão de sentires…O tempo, hoje, é vosso…Mas não façam do tempo um tempo de fuga!
Tempo de fuga
O calendário assinala
dias de aniversário
e datas com sentido, apreendido
entre dedos que folheiam
memórias,
marcadas pelo tempo…
Em fuga permanente
o tempo nada nos diz.
Escapa-se
e sente-se feliz.
Ri às gargalhadas
de pessoas orfandadas
de momentos
que não sentiram
nem colaram na sua pele…
Lamentam-se…
Para quê?
O tempo sorri
de lágrimas ensopadas
nas suas próprias palavras
que alguém não quis
transformadas…
Em instantes das suas vidas.
O tempo fugiu…
E eu não fui atrás…
Então sorrio
é a minha vez
de soltar gargalhadas
abafadas
em lábios trocistas
estampadas
em qualquer espelho…
Triste figura a minha!
O tempo, esse, está em fuga!
E muito bem, é a sua sina!
Odete Ferreira
(Texto introdutório e poema para dinamização de uma tertúlia num grupo poético, dia 16-09-11)
Submited by
Prosas :
- Inicie sesión para enviar comentarios
- 1484 reads
other contents of Odete Ferreira
Tema | Título | Respuestas | Lecturas | Último envío | Idioma | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/General | Acaso(s) | 0 | 1.601 | 08/30/2011 - 01:22 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Alma leve | 0 | 1.002 | 08/30/2011 - 01:19 | Portuguese | |
Poesia/Pensamientos | Tua | 0 | 1.825 | 08/24/2011 - 18:56 | Portuguese | |
Poesia/Tristeza | Não quero contrariar o destino | 2 | 1.297 | 08/24/2011 - 17:14 | Portuguese | |
Prosas/Pensamientos | Pode-se amar com silêncios? | 2 | 2.122 | 08/15/2011 - 11:25 | Portuguese | |
Prosas/Otros | Ruas e ruelas de amargura | 0 | 1.529 | 08/15/2011 - 00:32 | Portuguese | |
Poesia/General | Mãos | 0 | 1.395 | 08/10/2011 - 01:02 | Portuguese | |
Prosas/Pensamientos | Ruas e ruelas de amargura | 0 | 1.660 | 08/04/2011 - 00:49 | Portuguese | |
Poesia/Fantasía | Apetece-me encontrar-me à janela | 2 | 1.475 | 07/28/2011 - 15:13 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Maio, doce Maio | 2 | 1.277 | 07/21/2011 - 21:25 | Portuguese | |
Prosas/Otros | Reencontro com a sua estrela | 0 | 1.162 | 07/17/2011 - 23:47 | Portuguese | |
Prosas/Otros | Video poema | 0 | 1.127 | 07/15/2011 - 23:38 | Portuguese | |
Prosas/Otros | Dois dedos de escrita | 2 | 1.462 | 07/15/2011 - 22:14 | Portuguese | |
Poesia/Fantasía | DE cara airosa e lavada | 5 | 1.515 | 07/15/2011 - 01:34 | Portuguese | |
Poesia/Meditación | Um tu que não sou eu | 2 | 1.522 | 07/15/2011 - 01:20 | Portuguese | |
Prosas/Otros | Breve história ou uma história para sempre | 0 | 1.398 | 07/10/2011 - 00:08 | Portuguese | |
Prosas/Otros | A palavra, serviçal do nosso querer | 0 | 1.727 | 07/05/2011 - 01:39 | Portuguese | |
Poesia/Tristeza | Do cansaço me desfaço | 2 | 1.908 | 06/27/2011 - 23:37 | Portuguese | |
Poesia/Tristeza | As casas com que me visto | 4 | 1.265 | 06/17/2011 - 20:32 | Portuguese | |
Prosas/Lembranças | Dilema da conformidade... Um título, um filme...Viver! | 0 | 3.658 | 06/16/2011 - 16:00 | Portuguese | |
Fotos/Eventos | Sessão de autógrafos na Feira do Livro - Livro "EM SUSPENSO" | 0 | 2.952 | 06/16/2011 - 15:38 | Portuguese | |
Poesia/Tristeza | As casas com que me visto | 2 | 934 | 06/16/2011 - 08:17 | Portuguese | |
Poesia/Tristeza | No meu ser, no meu estar | 2 | 913 | 06/14/2011 - 22:47 | Portuguese | |
Poesia/Desilusión | Vida em escada | 0 | 1.034 | 06/10/2011 - 00:23 | Portuguese | |
Poesia/General | Princesa em reino de silêncio | 4 | 1.174 | 06/07/2011 - 20:10 | Portuguese |
Add comment