Inverno fixado no desconforto das altas temperaturas

Ingratidão: desleixo

Calor: esquenta e esfria
Tanto derrete, muito junta
Calor: luz quente e breu presos à peremptoriedade
Quanto afrouxa, pouco areja

Mente doida de um facínora
Elegante dos bons modos adquiridos
Elegancia, aliás: requisição da empáfia

Menosprezo: desatenção

Odor: fede e cheira
É relógio que marca a hora do banho
Atrasam a fundição de estanho
À estatua de mim sou estranho
Odor, porventura: tapa cego da vida
É reação instintiva da oposta odorífera

Os raios tocam-me sem que haja reciprocidade...

Há roupas a secar
Em popas aéreas, o calor flutua
Seca numa viagem terras (faz-se o deserto)
Os prantos que esmerilho são toadas quentes de ar
Evito a morte esquecendo-me da morte (alheia)

Perene, o sinal dos tempos voa

Desconforto: posição ingrata
Que da solução ambiente terra torne-se rio!
E da face impura corram rios de risos!

Inverno: verão aguardado
Verão: desconforto menosprezado

Calor, confusão mental, falta de jeito com a poesia
Pouco importa... Nas baixas eu melhoro!

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Miércoles, Febrero 17, 2010 - 12:39

Poesia :

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robsondesouza

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Comentarios

Imagen de Henrique

Re: Inverno fixado no desconforto das altas temperaturas

Uma parábola bem distribuída pelo texto...

Muito bem escrito.

:-)

Imagen de ÔNIX

Re: Inverno fixado no desconforto das altas temperaturas

Calor, confusão mental, falta de jeito com a poesia
Pouco importa... Nas baixas eu melhoro!

Olá Robson

Gostei do poema, no seu todo, mas a parte final retrata bem a confusão em que se encontram os corpos dispostos a altos e baixos, em densidades mais ou menos povoadas de minusculas gotas que escorrem quer no Verão quer no Inverno

Não me dou bem com altas e/ou baixas temperaturas, O equilibrio encontro-o talvez na Primavera

Beijo daqui

Matilde D'Ônix

Imagen de mariacarla

Re: Inverno fixado no desconforto das altas temperaturas

"Há roupas a secar
Em popas aéreas, o calor flutua
Seca numa viagem terras (faz-se o deserto)
Os prantos que esmerilho são toadas quentes de ar
Evito a morte esquecendo-me da morte (alheia)"

Demasiado calor pode ser desconfortável, deixa-nos inactivos...

"Nas baixas eu melhoro" :-)

Bem, eu cá gostei da tua "confusão mental"!

Beijo
Carla

Imagen de MarneDulinski

Re: Inverno fixado no desconforto das altas temperaturas

LINDO SEU POEMA, GOSTEI MUITO!

O homem é um eterno descontente, se está no inverno, se queixa; se está no verão também, e por ai vai com as outras estações;
Procuro gostar de todas, vivendo o aqui e agora, acondicionando-me, com recursos na própria estação...

Meus parabéns,
Marne

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Re: Inverno fixado no desconforto das altas temperaturas

Eu prefiro o frio ao calor. Sofro muito com esta estação.
Sua poesia retratou bem o que passamos aqui.

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