O guardião
Enquanto o suor desce de suas faces, prometo não maltratar sua ilusão de óptica
Ocasionada pela cerimônia ritualística da expressão mais antiga.
Sou vitorioso, e você não viu nada estando morto no inferno do misticismo.
A iniciação, cuja cantiga na voz e na mão do xamã acende a chama elíptica.
Oh dama de honra!... Abra as portas para a ascensão ao paraíso do metafisicismo,
Abra os portões para o guardião do sacrifício!
Não ousamos hesitar em tempos modernos
E nem garimpamos preciosidades dentro do âmago raso,
Por isso tornamo-nos uma pira funerária de nossa própria semente.
A convicção traiu a verdade, que nem anos de mentiras podem resolver o estrago.
Mentimos e estamos convictos da mentira, assim transformamos o que é farsa
Em fato verídico...
Explorei os oceanos do lado de dentro de seu crânio para atracar na ilha do seu segredo.
Teus olhos são praias que adentro molhado de desejo de alcançar sua alma
Que abruptamente se transformam numa corrente que me acorrenta.
Acorrentado em vivalma tento cultivar o aço, destes elos forjados
Até tornar-me um monte de ossos na catacumba de seu amor que jaz imóvel.
Sua sombra é testemunha de seu movimento lento ou rápido
Dentro da prisão de seu espectro vultoso, tumefacto...
Você já sabe o nome do reino...
Posso contar-te o que você já sabe.
Estando eu observando o vasto silêncio
Subindo e descendo picos para dentro de sua sombra.
Olhei a chuva, e, no meio dos brilhos caídos, surgiu a sua agonia
Cuidadosamente refinada e selada.
As horas do cair da tarde rastejam como cobras pelos inescrupulosos anos.
Eu me arrastei até me esfolar no piso frio, com uma flor sem cor na mão.
Você tentou me dizer o que ninguém consegue compreender...
Compreensão está além da audição
É a audição tentando encontrar o caminho da percepção.
Não devemos roubar o tempo para trocá-lo por um punhado de papéis desenhados.
Pegamos o mundo e o pregamos com punhais no pedestal do grande crepúsculo
Amarramo-no com arame farpado e puxamo-no para baixo
Sem saber que estamos cortando nossas mãos com toda força.
Ouça: Vou explicar-te que estamos perdidos nesta síncope!
Vou explicar-te as cerúleas imagens sobre águas calmas:
Estreita, lenta, precisa e de uma difícil dominação.
Vou explicar-te as dores do peito em seu flanco.
Vou explicar-te as dores do peito em seu flanco e a ausência de Deus.
Vou explicar-te a falta de esperança no céu e nas trevas.
Explicar-te a liga de aço que brilha na face da donzela grávida
Ou no leito do rio do pesar profundo.
Vou explicar-te...
Ao amigo e confidente César Augusto.
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