Marialva

“Sorve uma a uma, as palavras da minha boca
Bebe as minhas palavras como água
Na tua boca elas sabem a sangue

Sorve uma a uma, as palavras que falo
Bebe as minhas palavras como vinho
Da tua boca elas soam a mentira”

Não há conversão possível para este homem condenado
Estagnado no meu pecado, eternamente preso à minha dor

Arremessado até teu coração,
Aliciado pelos teus olhos,
Eu antecipei a minha danação

Vendi-te minha alma,
Entreguei-te a minha carne,
Deixei de ser sem qualquer objecção

Desde o princípio soube quem tu eras e tuas intenções.
Nunca tive dúvidas numa melhor morte do que tu

Fui seduzido e seduzi
Tu terminarias a dor
Como poderia eu recusar?

Agora irás provocar-me outra vez e eu morrerei
E estamos ambos satisfeitos.
Para expiar os meus pecados tive de acabar com a minha vida.