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Aeronave de Tróia

Todos assistem a seus filmes, olhos de pipocas nas mãos com legendas de cinematográfico ataque – mortes ao vivo! Cenas do primeiro take palpitante.

Ocidente ao norte mais ao norte do norte do dia de pálpebras fechadas suplicando para que não seja realidade, só que o verídico fala e respira ativo.

A velha águia ferida no coração por aves outras em aços luzidios sob controle do próprio homem. O dia virou noite, a cidade embaixo da sombra, ensurdecedor som de turbinas estendem o tapete vermelho na viscosidade de sangue.

Olhos para o alto! O pavor, silêncio... Perplexo, medo... Terror! Terror! Terror!
Terra parada incompleta que não gira, falsa que não é firme.
Pessoas surdas, cegas pessoas, pessoas mudas.

O tempo estacou com a entrada do silêncio. Espelho mágico assistido pelo planeta. Alguns rezam, outros riem, outros contemplam, e, outros comemoram o espetáculo da tragédia. Deterioras-te nave num belo zunido sincronicamente com a explosão.

Oh, novos tímidos atores de faces desfeitas por sinas coadjuvantes entram em cena na pobreza atuada para o mundo destes rolos antigos e desgastado cinema chamado terrorismo real em vida real.

Pulverizados na hora são as famílias fazendo compras, fotos de turistas em suas aulas fotográficas, dinheiro construído fabricado por empresários, empresários destruídos pela ambição própria em bicadas fatais, sonho lindo americano transformado eletronicamente em pesadelos capitalistas de propagandas. Pobres mentes conhecedoras do lado mais fácil da história.

Até policiais são vítimas no vômito da lei tão longe dela escrava aura distante, sem proteção.

Ah, descoberta fantástica do homem, ah, arma poderosíssima do líder que domina as mentes fanáticas dum ideal estranho, mas inacreditável filosofia erguida esparramando consciência e flagelos.

Vontades e ordens do turbante negro encalacrando o imperador do novíssimo império pelo orifício. No espelho da terra pessoas andam de costas na tentativa inútil de voltar ao tempo onde foi perdido algum significado.

Manipulação quente pegando fogo aos rostos estuprados por memórias.

Nos escombros germinam novos poetas de imagens e sons que usam a inteligência das máquinas para disfarçar a falta de criatividade. Outros inventam uma nova religião. Os profetas invisíveis começam a anunciar o fim, outra vez.

A loucura invade, contamina... A sede de poder não o deixou pensar, esqueceu-se que não estava sozinho, tinha que dividir o pão com o próximo, mas a amnésia gerou ódio misturado à carne na parição da nova arma. Um corpo devorando multidões, levando culpados e inocentes, mulheres e crianças, fortes e fracos. Extrema rapidez entrega de graça as passagens livres das almas enfileiradas, para além do paraíso, para além do inferno. Trama freada no pensamento.

Avermelhado turbante ressurge dizendo que viveu sereno, que no seu coração bom pregou e ensinou sem castigos, só que este ensinamento foi o sacrifício de tão sonhada sua própria vida.

Pelos trilhos barrentos e tortos do tempo a civilização caminhou dando as costas para palavras messiânicas. Quem chora agora? Quem pode voltar então? Crianças criadas diferentemente das de outrora, que com olhos impiedosos distinguiria esta raça em humanidade, por um vacilo apenas, por um erro apenas...

Outra torre atingida pela segunda Aeronave de Tróia agita chacoalha pensamentos consomem-se num ambiente varrido por tornados humanos em nuvens brancas ascendidas da terra. Sobe um cheiro de perda, espíritos e almas tropeçam umas nas outras e só paira uma coisa: Desorientação, desorientação, desorientação...

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terça-feira, dezembro 15, 2009 - 20:11

Ministério da Poesia :

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Alcantra

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