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Igualdade ou desigualdade?
Outro dia cheguei na Faculdade onde trabalho e deparei-me com uma cena, no mínimo, intrigante. Um indivíduo estacionou em uma das vagas destinada aos deficientes físicos e foi abordado pelo segurança. Até ai tudo normal. O que não foi normal foi a reação do mesmo. Ficou furioso e começou a falar alto com o segurança e reclamar de que não havia vaga no estacionamento. Que ele era fulano de tal e etc. Eu creio que ele teve que encontrar outro lugar para estacionar.
Na verdade, esse tipo de coisa acontece cotidianamente em nossa cidade e, com certeza, no Brasil todo. Há uma falta de respeito pelo próximo como que o que se importa mesmo é o indivíduo. Esse fato me levou a uma reflexão que deparei-me lendo a lição de Escola Dominical dos Jovens. O tema é Jesus e as minorias. O que me chamou a atenção foi o fato de que Jesus valorizou os excluídos da sociedade. As mulheres, que naquele tempo, e ainda hoje, em muitos lugares, são consideradas inferiores, às crianças e os doentes, naquela época, um exemplo maior, os leprosos. Também tinha os samaritanos e os gentios. No entanto, Jesus teve o maior cuidado em tratar todos da melhor forma possível. Isso me levou a perguntar: enquanto cristão, seguidores de Cristo, fazemos o mesmo? E para ser sincero, acredito que não. Sem querer generalizar, mas boa parte dos assim chamados cristãos não respeitam o próximo. Estão mais preocupados consigo mesmo do que com os outros.
Os próprios discípulos fizeram isso. Eles tentaram impedir que as crianças se aproximassem de Jesus. Tentaram calar a voz do cego que clamava por misericórdia, tentaram afastar a mulher que clamava por socorro e reclamaram da mulher que derramou o vaso de alabastro em Jesus. Acontece o mesmo nos nossos dias. Sempre tem aqueles que se acham os certinhos e consideram os outros errados e não dignos da misericórdia do Senhor. Por que agem assim? Faz parte da natureza humana olhar para o próprio umbigo e esquecer dos outros. Em um mundo cada vez mais marcado pelas desigualdades sociais, como podemos considerar os outros iguais a nós mesmo? O mandamento de amar o próximo como a si mesmo é cada vez mais explicitamente violado.
Lembro-me de quando ainda adolescente estávamos um grupo de colegas brincando embaixo de uma enorme figueira e estava lá um senhor deitado todo maltrapilho. Pelo jeito estava ali a vários dias. Era próximo a igreja e ninguém ajudava aquele homem. Notamos, porém, que uma senhora que não era frequentadora da igreja sempre levava alimento para aquele homem. Ela estava sendo solidária com o seu semelhante. Quantos de nós, cristãos, estamos agindo como os sacerdotes e levitas da parábola do Bom Samaritano? Àquela mulher agiu como o Bom Samaritano.
A lição que podemos tirar de tudo isso é que vivemos uma época tão difícil da história da humanidade que os valores são invertidos. A desigualdade social assola milhares de pessoas e devemos tomar cuidado para não valorizarmos mais as aparências do que o fundamental que é a vida humana. Que Deus tenha misericórdia de cada um de nós e que possamos seguir o exemplo de Jesus. Podemos fazer alguma coisa para ajudar amenizar o sofrimento de alguém. Vamos fazer.
Texto: Odair
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