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Aguarela do Entardecer
Wind dogs de Amadeu de Souza-Cardoso
era a hora solene
quando a tarde se recolhe
dentro do dia
e as trindades se anunciam
em manga e melancia
estávamos na paisagem
como um ponto de Renoir
e a tinta do entardecer
caiu na tua face
como uma aguarela de Turner
em pêssego escarlate
uma gaivota riscou o céu com graça
deixou no ar a voz deserta
da paisagem árida
as mãos ofereceram seus ramos
e suas preces e a tarde alongou-se
para caber toda a praia dentro do areal
de duas distintas vozes
subitamente
a vida e uma vaga em alvoroço
dois galgos ao vento
na luz salina de um quadro
de Cardoso
sem fôlego,
podia ser longe chegar a tanta paz
mas era a hora solene do abraço
e ao pé de ti toda a tinta se desfaz
14-05-12
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Poesia :
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Comentários
Geraldo, fico-lhe grata
Gosto muito de pintura sim, mas nem sequer sou pintor de domingo...
Agrada-me entrelaçar a música, a cor e a palavra, mas isso não é
necessariamente poesia. E se for, é quase um acaso.
Gostei muito das tuas criações de hoje, muito intensas, belíssimas.
Votos de boa noite!
No entardecer que parecia
No entardecer que parecia pintado
Quase mágico.
O tom escarlate que tomou as areias “ocas”
Numa conversa irreal onde as luzes e os ventos se tocam.
Os braços esperados “como fusão de tintas”
Gostei muito do teu poema.
Tentar desvendá-lo, mas também o poema é como um quadro
E eu vi um encontro, um momento surreal, um abraço esperado.
Talvez apaixonado.
Beijo
Obrigada, Maria Butterfly
Bela interpretação, a tua, que faz mais juz ao texto do que ele merece.
De qualquer modo, adorei!
Este espaço está cheio de textos lindíssimos, de pessoas talentosas e muito
gentis e eu só lamento não ter mais tempo para comentar todos, como gostaria,
incluindo os teus. Mas leio sempre.
Um noite muito, muito feliz
para ti!
muito bonito o teu texto com
muito bonito o teu texto com coisas muito conseguidas. constato que gosta de pintura. também é a minha paixão, embora não saiba pintar.
Beijinho