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Poema Com Farol
sempre a mesma prece presa à voz
uma ladainha lenta e luminosa
um farol que roda dentro
num lugar de grande nitidez
que é a noz do pensamento
sempre o mesmo rombo no coração
um barco na bruma que encontra
o abraço dos corais
sempre o mesmo naufrágio,
para o interior das areias salinas
onde se alojam os grãos mais íntimos
da memória e dos sentidos
sempre mais ou menos o amor,
a barra norte onde se acende, intermitente,
um farol chamado ilusão
que é como a recompensa depois do abismo
a terrra firme que se circula por dentro
e onde só cabe, ao fim e ao cabo,
um faroleiro transido de solidão
e a tempestade que se inscreve nas pedras
do farol? É o momento de dúvida, enquanto
não chega enfim a doce rendição.
17/05/12
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Poesia :
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Comentários
Obrigada, Adolfo.
Gosto muito do seu comentário.
A tempestade investe e volta a investir.
O texto é mais ou menos circular...
A impressão que tive,
É verdade... Como o vai e vem das ondas contra o alto rochedo.
E como o vai e vem da certeza
E como o vai e vem da certeza e da incerteza, do amor e do vazio, da paixão e da desilusão,
da vida e da morte...
Do farol e do abismo que é o
Do farol e do abismo que é o soturno mar noturno!
:)
Já há algum tempo que não lia, se brincarmos nem escrevia, um poema de tamanha subliminalidade...
Achei muito bonito o poema. Vontade que dá é de passar um bom tempo apenas lendo e relendo...
De parabéns.
Abraço.