Anjo Negro e Bela Adormecida

(tu não és um anjo negro, porque me dás luz)

_ Sou negro pela noite onde me guardo, e por onde levo as trevas do teu olhar,

_ E o teu talento, de tão belo, será para sempre maldito

_ Entre os homens não tenho já cabida nem lugar,
Sou lamento deste mundo, príncipe dos malditos
Aconchego dos que não querem chorar.

_ Um anjo negro,
que nas sombras veio pousar,
e a noite se envolveu,
na penumbra desse olhar.

_ Fita o mundo por baixo,
Sem medo de o encarar
Procura nas sombras
O momento
para o voo retornar.

_ E num lamento ancestral,
perfumado de ilusões,
não há sonho ou ritual

_ Só restam lamentações.
Salta desprega as asas
Frenético cavalga o ar
Procura pelas torres altas
Bela Adormecida encontrar.

_ Não encontro o cavaleiro,
que me possa vir salvar!
Perdi-me, em bosques profundos,
não vejo estrelas ou luar.

_ Entra pela pequena janela;
Recolhe as asas para poder passar
Dorme, sonhando a bela
Silencio, não se parta o ar!
Fita-a sem pensar
sem medo nem pena
porem sem entender seu olhar.

_ Foram as tuas asas negras,
q vieram desenhar
o meu eterno sorriso,
o silencio, mansidão.
partilhamos o suplicio,
de uma vida de ilusão.

_ Afastam-se as sombras,
Só por verem me chegar.
Respeitam o senhor das noites longas
as asas negras, que as permitem voar.
E o anjo negro se debruça
Sobre o corpo da bela, sem analisar
Cobre a com as asas
Roça-lhe os lábios
Desperta-a, ensina-a a voar.

_ E na mais pura magia, tudo em nós amanheceu.
tristeza, amor ou poesia
sob um céu, que é teu e meu.
Espectros de telergia,
sombras, trevas e luar,
Voa azul, meu anjo negro,
para sempre sobre o mar.

_ Cruzam o céu, acaba a historia
Já não há muito por contar.
Dormita o anjo, acompanhado
e a bela gosta de lá estar.
Sentam-se sobre o farol
Para ver o dia morrer.
Voam depois sob a lua
até o dia amanhecer.

Tommy & Jilly