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Jorge Amado - CAPITÃES DA AREIA
Vestidos de farrapos, sujos, semi-esfomeados, agressivos, soltando palavrões e fumando pontas de cigarro, eram, em verdade, os donos da cidade, os que conheciam totalmente, os que totalmente a amavam, os seus poetas.
Sua vida era uma vida desgraçada de menino abandonado e por isso tinha que ser uma vida de pecado, de furtos quase diários, de mentiras nas portas das casas ricas. Por isso na beleza do dia Pirulito mira o céu com os olhos crescidos de medo e pede perdão a Deus tão bom (mas não tão justo também...) pelos seus pecados e os dos Capitães da Areia. Mesmo porque eles não tinham culpa. A culpa era da vida.
A boa intenção não desculpa os maus actos.
A liberdade é como o sol. É o bem maior do mundo.
A greve é a festa dos pobres.
Um dia a gente muda o destino dos pobres…
Jorge Amado
Ao meu amigo ADOLFO
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Comentários
Tudo isto é culpa da
Tudo isto é culpa da vida,
Este a anos ainda tão curtos
Já terem tantas feridas
Nas costas quanto têm furtos
Nos bolsos sempre tão imundos:
Bolsos quando eles os têm.
O sol é o maior bem do mundo:
No mundo não têm a quem,
Não têm quaisquer mais pudores
A viver suas vidas vadias
De os seus primeiros amores
Descobrir ora às vadias
Ora a rolar às areias
Puxando a roupa das pretas
Que passam tais quais sereias
Sorrindo as pontas das tetas;
E deles nunca há quem cuide
Feito a sua mãe-irmã cuidou:
Traída pela própria saúde
Uma estrela se tornou...
19 de novembro de 2012 – 22h 51min
João Pessoa - Paraíba - Brasil