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COROA DE SONETOS AMOR E AMIZADE
COROA DE SONETOS - AMOR E AMIZADE
Após as dores tantas que passei,
Os medos que invadiram minha vida,
Agora que, feliz, eu te encontrei,
Do labirinto, encontro uma saída,
No mar de tanto amor, eu mergulhei
Deixando a dor distante e já vencida.
Entôo uma esperança, ser teu rei
Vertendo esta emoção tão desmedida.
Eu quero que tu saibas deste encanto
Da noite constelada em claro manto
Na transfusão de estrelas pro meu quarto.
As luzes entornando maravilhas,
Do quanto te desejo e não me farto,
Percorro as mansas tramas, nossas trilhas.
2
Percorro as mansas tramas, nossas trilhas,
E vejo quanto é duro ser feliz.
As horas inconstantes andarilhas
Nem sempre são do jeito que assim quis.
Tristezas invadindo quais matilhas
Cortantes ilusões, vou por um triz.
Nos mares de meus sonhos, poucas ilhas,
As lágrimas fazendo um chafariz.
Meu peito empoeirado de saudade,
Os cortes latejando, frias chagas,
Enquanto tu me negas, não afagas,
Apago as luzes todas na janela.
Saudade que é do amor uma seqüela,
Negando com vigor, a claridade.
3
Negando com vigor a claridade,
O céu de minha vida é nebuloso.
Não tendo no horizonte, a liberdade,
O tempo se mostrando caprichoso.
Retumba a tão dorida tempestade,
O quanto que não tenho, mata o gozo,
Vencido tão somente por saudade,
O medo se tornando desairoso.
Chegando pouco a pouco em noite fria,
A nuvem de falenas quer o lume
Apenas encontrando alma vazia
Não deixam mais sequer algum perfume.
E quase no final da noite imensa,
A vida não promete recompensa....
4
A vida não promete recompensa
A quem se fez aquém do que pensara
Palavra terebrante, dura e tensa
Sorriso se tornando coisa rara,
A mão que me acarinha desampara,
Amor vai se tornando quase ofensa,
Distante deste bem que procurara,
Saudade destruindo, dor imensa.
Lateja no meu peito a tua ausência
Meu rio já não sabe confluência
Meu karma é dolorida sina e fado.
Durante a madrugada, o vento frio,
Aumenta a sensação deste vazio
A minha noite vira um triste enfado.
5
A minha noite vira um triste enfado,
O que pensei ser meu não me pertence.
Olhando para as sombras do passado
Amor já não me toca e nem convence.
O coração se enfurna, amargurado,
A solidão inútil já me vence,
Saudade vem chegando pro meu lado,
Amor um espetáculo circense
Fazendo de palhaço quem amou,
O jeito é me entregar completamente,
Contando cada caco que restou.
A vida se transforma tolamente,
E mata em nascedouro uma esperança
Apenas solidão, cruel me alcança.
6
Apenas solidão cruel me alcança,
Mas vejo depois disso, a claridade
Da noite que aparece em nova dança
Trazendo para a vida, a novidade.
A paz me dominando, agora trança
Os planos mais felizes da amizade,
Janela que entreabri em noite mansa,
Aguarda finalmente a liberdade.
Meus olhos vão em busca dos olhares
De quem por tantas vezes veio aqui,
Estando junto a mim em outros bares
Caçando algum motivo pra viver,
Meu mundo se aproxima então de ti,
Amiga, vislumbrando o teu poder.
7
Amiga, vislumbrando o teu poder,
Eu deixo o vento manso me tocar,
Entregue tão somente ao bel prazer
Enfrento as tempestades, devagar.
O quanto que já tive em meu viver,
Secando na verdade todo o mar,
Agora nos cascalhos recolher
Beleza tão difícil de encontrar.
No toque mais suave de teu braço,
Nas mãos que me apoiando são tão ternas,
As horas com certeza vão eternas
Contigo caminhando passo a passo,
Eu sinto que afinal chegou a paz,
Na brisa que amizade agora traz.
8
Na brisa que amizade agora traz
Eu sinto em meus cabelos, teu afago,
Na placidez divina deste lago,
Resumo o quanto a vida é bem capaz.
O bem que me entregaste satisfaz
Bebendo mansamente cada trago
Cicatrizando enfim, do amor o estrago
Meu passo com certeza mais audaz.
A calmaria feita em rara festa
A luz vai penetrando pela fresta
E inunda todo o quarto, teu luar.
Percebo que talvez inda reste
A cura para a triste e fria peste,
Posso agora, enfim, recomeçar.
9
Posso agora, enfim, recomeçar
Depois de tanto tempo sem destino,
Alçando um canto livre vou ao mar
E sigo sem tempesta ou desatino.
O riso se fez festa, e qual menino
Sentindo uma esperança a renovar,
Ouvindo o gargalhar, dor extermino
E canto a liberdade de voar.
Amiga sê sincera, pois comigo,
Não tendo mais temor de desabrigo
Eu posso, finalmente renascer.
E tento qual noctâmbulo vadio,
Rever depois de tudo um bom estio
Transido pelo gozo do prazer.
10
Transido pelo gozo do prazer,
Espero o bem da vida novamente,
O quanto que perdi, tão de repente,
Só resta sem temores, esquecer.
Percebo a maravilha de viver
Tocando com carinho a minha mente.
Não quero ser de novo um penitente
Já tendo em minha vida um bem querer.
Amiga me permita estar desperto,
Contigo o tempo inteiro aqui por perto
Sou forte e destemido, abri meu peito.
O fardo que levava em minhas costas,
Na força da amizade, tais respostas
Deixando o meu cantar mais satisfeito...
11
Deixando o meu cantar mais satisfeito,
Enfrento qualquer dor que se aproxime,
Amar não se assemelha mais a um crime,
Descanso calmamente no meu leito.
Agora que encontrei um mar perfeito
Já tendo quem me queira e que me estime
Jogando lado a lado no meu time
Felicidade enfim, é meu direito.
Tornados que enfrentara no passado,
O vento vem assim apaziguado
E a vida se promete em gozo e glória
Recebo o teu olhar, felicidade,
Sabendo do poder de uma amizade,
Eu mudo totalmente a minha história.
12
Eu mudo totalmente a minha história
E caço todo rastro benfazejo.
A dor já não habita esta memória
Agora ser feliz é o que eu almejo
Não quero mais a lua merencória
Tocado pelo vento do desejo,
Encontro em teu abraço minha glória
Futuro bem suave, enfim prevejo.
Quem teve esta amizade como norte
Cicatrizando em paz um fundo corte,
Já segue o mundo feito em esperança.
O canto que me trazes; cara amiga,
Permite imaginar que assim prossiga,
Certeza de viver divina dança.
13
Certeza de viver divina dança
Depois de ter sangrado tolamente,
A vida renascendo com pujança
O bem invade agora a minha mente.
Não quero teu carinho simplesmente,
Uma alegria intensa que me alcança
Permite vislumbrar completamente
Em nosso caso, a força da aliança
Olhando calmamente para ti,
Encontro todo o bem que eu persegui,
E nisso, uma alegria já desperta.
Quem sabe se podemos caminhar
Tocado pelo encanto de encontrar
A porta da ilusão, pra sempre aberta.
14
A porta da ilusão pra sempre aberta
Deixando a claridade penetrar,
O coração vazio já desperta
E pede nova chance de sonhar.
De tudo o que vivi, agora alerta
Minha alma se deixando navegar,
Fazendo de teu corpo uma coberta
Realça esta vontade de ficar
Ao lado de quem quero tanto bem,
E sei que me deseja assim também,
Sabendo do que triste caminhei
Por isso minha amiga, vem comigo
Eu quero o teu amor, bem mais que amigo
Após as dores tantas que passei.
Publicado em: 19/01/2008 18:47:56
Última alteração:22/10/2008 16:43:17
COROA DE SONETOS - AMOR INSANO
1
Somando o que nós somos, saberemos
Levar os nossos barcos mar a fora,
De todos os momentos que vivemos
A vida é bem melhor, decerto agora,
Nos braços de quem sempre nós queremos
Prazeres e desejos sem ter hora
Em todos os lugares que estivemos
O tempo de sonhar não se demora.
Bebendo da alegria de viver
Vagamos noite afora com prazer
De sermos o que somos dois amantes.
Extremas sensações que desfrutamos
Do quanto somos unos quando amamos
Bem mais do que pensamos sermos antes.
2
Bem mais do que pensamos sermos antes
Vencendo qualquer forma de tormenta,
As tramas que traçamos mais brilhantes
Amor que feito amor, amor aumenta.
Enquanto desfrutamos, dois bacantes
De todo este prazer que me alimenta
Vivemos tais momentos deslumbrantes,
Paixão que sem limites, arrebenta!
Sou frágil enquanto presa e teu cativo,
Nas ondas deste sonho eu sobrevivo;
Viola sertaneja enamorada
Tocando ao fim da noite em serenata,
Na glória de saber ser insensata
A vida nos teus braços, bem amada...
3
A vida nos teus braços, bem amada,
Transcorre com total felicidade.
Sentindo da alegria, a baforada
Percebo esta fantástica deidade
A mão de quem se mostra abençoada
Roçando a minha pele. Na verdade
Encontro a sorte grande tão buscada
No amor que me traduz eternidade.
Deixando para trás as aparências
Na vida que encontramos transparências
Em atos e palavras mais gentis.
Percorro tão suave o meu caminho
Tocando o corpo teu; brando carinho
Certeza de que sou, enfim feliz.
4
Certeza de que sou, enfim feliz,
Quarando nossas roupas no varal,
O bem deste querer pra sempre diz
Do vento que nos toca sem igual.
Cansado de viver só por um triz
Em toda madrugada, um vendaval,
Agora que encontrei o que mais quis
Tempero a minha vida com teu sal.
Amar a quem nos ama de verdade,
Sem medo de enfrentar a tempestade
Que a vida nos prepara de tocaia,
Garante o riso franco e benfazejo
Que é tudo o mais quero e mais desejo.
Meu mar já se entregando em mansa praia.
5
Meu mar já se entregando em mansa praia
Enfrenta tais procelas no caminho.
Não deixa que esperança, um dia traia
Matando o coração em desalinho.
O vento levantando a tua saia
Beleza tão sublime que adivinho
Desejo em teus prazeres já se espraia
E sorvo cada gota de teu vinho.
Teu corpo serpenteia em minha cama,
Divina transparência sensual,
No riso, um paraíso sem igual
Acende o fogaréu, intensa chama.
Meu mar ao vislumbrar tão belo cais,
Selando o nosso amor, quer sempre mais.
6
Selando o nosso amor, quer sempre mais
O temo de viver que seja eterno;
Renasce a primavera em pleno inverno
Desejos e carinhos ideais.
À noite prometidos festivais
Encantos deste sonho louco e terno.
A vida sem te ter, virando inferno.
Ao teu lado divinas catedrais.
Um simples passageiro da esperança
Imagens refletidas nos teus olhos,
Recolhe a flórea luz em tantos molhos
E o tempo em calmaria já se avança.
Compartilhas meus dias, sigo leve,
Um riso nos meus lábios já se atreve.
7
Um riso nos meus lábios já se atreve
Ferindo com mordidas mais suaves.
Eu peço que este sonho se releve
E deixe penetrar teu corpo, as naves
Embora não conhece frio ou neve
As mãos que se rabiscam quebram traves,
O quanto não se pode ou não se deve
São meros cativeiros, nossas aves.
Esdrúxulos desejos misturados,
Partidas e partilhas, idas, voltas.
Do sermos e queremos; as escoltas
Não deixam mais os gozos extremados.
Os espinhos esparsos valem flores,
Teus olhos se espalhando, sedutores.
8
Teus olhos se espalhando, sedutores
Tomando toda a nossa plantação.
Louvando vencedores, perdedores
Espiam de soslaio esta amplidão.
Roçado que fecunda o duro chão
Arando dia-a-dia entre fulgores
Espreitam aprendendo uma lição
Fagulhas ateando meus amores.
Nas farpas que trocamos vez em quando
Nas trocas de carinhos, bofetões,
Eu sigo, na verdade te buscando
Em meio a pedras frias, trevas, luzes.
Prazeres desfilando aos borbotões,
Enquanto tu falseias e reluzes.
9
Enquanto tu falseias e reluzes
Um falso diamante mavioso.
Os erros que cometo e reproduzes
Premissas dum cardápio belicoso.
Às vezes nos carinhos os obuses,
Um jeito de prazer mais caprichoso,
O quanto tanto queres ou recuses
Ferrenho borbulhar doce e jocoso.
A carga divida que tramamos
Peçonhas entranhadas quando falo,
Bebendo este caminho no gargalo
Vazios infinitos nós somamos
E vemos bem mais perto a solução
Amor que seca o vinho e louva o pão.
10
Amor que seca o vinha e louva o pão
Caçando o caçador, faz arruaça
No jogo é permitida uma trapaça
Causando uma cruel revolução.
Ferido pelo riso qual arpão
Na cicatriz insana, amor nos caça
E a vida deste jeito, mansa passa
Alcança depois disso, o sim e o não.
Nas cinzas espalhadas pela casa,
Certeza do desejo feito em brasa
Queimando totalmente, um fogaréu.
Disfarces são usados todo dia,
O bem que tanto eu quero não queria
Acende o mundo inteiro e chega ao céu.
11
Acende o mundo inteiro e chega ao céu
Pintando este horizonte em mil balões,
Abrindo quaisquer ruas ou portões
Lacrando o que devia ser cruel.
Vivendo cada qual o seu papel
Nós somos os heróis, somos vilões
Mentimos ironias dois bufões,
Porém ao bem de sermos sigo réu.
Cedendo vez em quando, outras nem tanto
Gargalho quando secas o meu pranto
E vago sem perguntas, noites, dias.
Nas mãos que me torturam, mil carícias,
Entranho no teu corpo tais sevícias,
Produtos da delícia em fantasias.
12
Produtos da delícia em fantasias
Nós somos o que somos nada mais.
O nada que me deste e dividias
Não deixa outra saída e quebro o cais.
A rota deste sonho em duas vias
Invade os ritos loucos, bacanais
No vício que tempera estas orgias,
Satânicas vontades sensuais.
Joguetes de nós mesmos, pau e pedra,
Quem vive tal amor, eu sei, não medra
Emplastos de nós mesmos, bem colados.
Nos rastros que deixamos no caminho,
Somamos, dividimos pão e vinho
Os beijos mais gostosos, os roubados...
13
Os beijos mais gostosos, os roubados
Durante as brigas tolas, convulsões...
Sentidos e desejos delicados
Em nossa cama viram explosões...
Entendo teus reclames e recados
E sinto as maravilhas dos vulcões
Dos gozos sem limites desfrutados
Dos corpos que entre corpos, intrujões.
Farpas não machucam, com certeza,
Disputas e sarcasmos, ironias.
Concretos os orgasmos repetidos.
Audácias tão volúveis, sobremesa,
Nas tramas, camas, chamas, alquimias
Torturas e prazeres divididos.
14
Torturas e prazeres divididos
Em formas tão diversas luz e treva.
Tesouros e cangalhas repartidos
No fogo que nos toca, sempre neva.
Irônicos os risos desabridos
Da dor e da tortura, santa ceva,
Embora em disparates, mais unidos
Dois corpos vão seguindo a mesma leva.
O que fazer do amor que é feito assim,
Na negação do brilho, a claridade,
Seguindo nosso passo até o fim,
Do nada que encontramos tudo temos,
Se o amor que nos encanta é de verdade,
Somando o que nós somos, saberemos
Publicado em: 19/01/2008 10:17:17
Última alteração:09/10/2008 17:08:29
COROA DE SONETOS - EMOÇÕES
Quem sabe esta amizade me diria
Das horas que decerto não sabiam
Olhares de quem ama e não confia,
Distâncias gigantescas já traziam,
Na pérfida ilusão que parecia
Que nunca, novamente raiariam,
Mas nasce em luz mais branda um novo dia,
Olhos entristecidos desconfiam
Do quanto o meu desejo te queria.
Esperança que se mostra benfazeja
A quem perfeito encanto assim deseja
E luta sem cansaço pela glória
Sem medo de algum corte e da navalha
E em destemor enfrenta uma batalha
Trazendo com certeza, uma vitória.
2
Trazendo, com certeza uma vitória
Depondo a solidão, temível fera,
A força da amizade se tempera
Deixando uma tristeza merencória.
Não quero ser na vida qual escória
Bebendo a flor divina em primavera,
Nos olhos de quem quero; nova espera
Mudando todo o rumo desta história.
Olhando este horizonte que é comum
A quem sabe que só; segue nenhum,
Eu vejo o brilho raro de uma estrela
Que trama o claro rastro da esperança,
Quem tem um companheiro cedo alcança
Estrada mais suave, e mesmo bela.
3
Estrada mais suave e mesmo bela
Depois de cada curva do caminho
Vontade de seguir e não retê-la,
Mas temo prosseguir em vão, sozinho.
A mão que maltratada já revela
A dor de não ter sonhos ou carinho
Destino cavalgando, trama a sela
E sela o grande amor onde me aninho.
Mergulho o quase fui no nada tenho
E somo estes vazios, chego a ti.
Apenas os segredos que retenho
Ainda vão mostrando que perdi
Meu rumo nos teus braços, lua amarga,
Minha alma nada fala, a voz se embarga..
4
A vida tantas vezes, dura carga,
Pesando nos meus braços doloridos,
Palavra se tornando mais amarga
Amores nos caminhos esquecidos.
Se olhar sendo distante a vida embarga
Os erros são somados, divididos
A solidão chegando sempre amarga
O doce de outros dias já perdidos.
Não parto sem teus olhos, meu amor,
Nem mesmo vou seguir os rastros teus,
Espero tão somente o mesmo adeus
Reflexo da cruel desilusão
Aos poucos me sentindo decompor,
Esqueço no caminho, o coração.
5
Esqueço no caminho, o coração
E sigo pareado com saudades,
Nas farpas que me dás; a decepção
De quem um dia alçou eternidades.
Repetes, na verdade o mesmo não
Do que jamais pensei, felicidades.
Meu verso prosseguindo segue em vão
Vagando por estrelas e cidades.
Vivendo tão somente o mesmo quase,
Espúrias as palavras que disseste.
Não tendo em minha lua qualquer fase
Seguindo a solidão, bebo este gole
E traço o meu caminho rumo à peste
Sem ter sequer um riso que console.
6
Sem ter sequer um riso que console
Espreito de tocaia uma alegria.
A sombra do que fomos já me engole
Negando qualquer carta de alforria.
A pedra resistindo a uma água mole
Expressa o quanto quis e não podia.
Que a sorte amadureça e enfim decole
Pedra filosofal, nossa alquimia.
Martírios e caninas resistências
Tramando as mais temíveis penitências
Deixando tão somente o medo insano.
O quanto de esperança que inda resta
Abrindo o coração expondo em fresta
A sombra de um terrível desengano.
7
A sombra de um terrível desengano
Vagando pela casa, tão funesta,
Esconde na verdade antigo plano
Deixando ao coração a dor que resta.
Gargalha este sorriso desumano
E mostra a dura face pela fresta
Bem antes que se abaixe último pano
Final indesejável se detesta.
Miasmas flutuando no cenário
O riso se tornando temerário,
Ausência do que fomos vaga à solta.
Amor que se fez morte e desespero
Em minha cama verte este tempero
Mistura de terror e de revolta.
8
Mistura de terror e de revolta
O sentimento fez a sua entrada
Não tendo mais amor em sua escolta
Vagando bebe lumes, madrugada.
A mão que te acarinha inda se solta
Mergulha no vazio, perde a estrada
O quanto nada tive sempre volta
E morre toda noite em gargalhada.
Apenas garatujas tracejando
Nos últimos cadernos da existência.
Não tenho mais sequer a resistência
Que possa permitir um novo quando.
Porém de amar demais, quero o castigo
Sabendo destruir qualquer abrigo.
9
Sabendo destruir qualquer abrigo
Encaminhei meus sonhos e perdi.
Lavoura dos meus dias seca o trigo
E o vento que me embala eu sinto aqui.
Por vezes caminhar, já não consigo
E tento vasculhar o que vivi.
Andores que quebrei vento e perigo
Invento o que desejo e sei de ti.
Mas nada do que entranho vale à pena
Apenas os resíduos dos escombros
A faca penetrando entre meus ombros
Mudando no final a mesma cena.
Fagulhas incendeiam cada peça,
No coração saudade inda tropeça.
10
No coração saudade inda tropeça
Fazendo uma arruaça sem tamanho.
Temor de se perder pregando a peça
Embora o nosso jogo esteja ganho.
Cabelo que embaralha quando assanho
Pecado que se fez não se confessa.
Fugindo totalmente do rebanho
Quem sabe não tem medo nem se estressa.
Premissas do que vem encontro agora,
Promessas esquecidas na varanda
Amor já recomeça outra ciranda
E o quanto não mais tive já demora.
Na embriaguez dileta deste jogo
O prato dos desejos eu refogo.
11
O prato dos desejos eu refogo
E como pedacinhos de prazer
Mergulho sem limites no teu jogo
E faço desta entrega o meu viver.
Sabendo que virás de tarde, eu logo
Esquento este edredom e passo a crer
No estio que tu trazes com teu fogo
Querências renovando o bem querer.
Esgarço minhas dores, vou liberto,
De ti quero ficar sempre mais perto
Apertos que passei, simples passado.
Jorrando as alegrias noite imensa,
Bendigo a nossa rara recompensa
Voltando a me sentir um felizardo.
12
Voltando a me sentir um felizardo
Eu toco a sinfonia dos amantes.
Depois de me cortar, espinho e cardo
Teus lábios são vitais cicatrizantes.
Um canto que se ecoa pede um bardo
O brado que se mostra por instantes,
Não deixa que pareça nenhum fardo
O amor que nos tornou mais radiantes.
Refúgio das antigas esperanças,
Amável criatura senda clara,
A mão que me acarinha e que me ampara
Furtando de Saturno as alianças
Faz cedo o que depressa revigora
Trazendo esta alegria desde agora.
13
Trazendo esta alegria desde agora,
Amiga fez a festa do seu jeito.
O verso que decerto se enamora
Transita mansamente no meu peito.
Eu quero estar contigo e sem demora
Sentir as badaladas, satisfeito
Quem sabe com certeza não demora
Vem logo que este jogo foi aceito.
Na fonte da amizade inesgotável
A vida passa a ser bem mais potável
Formando esta esperança movediça.
O fogo que me queima mais me atiça
Se tem o tempo inteiro do seu lado.
No encanto da amizade extasiado.
14
No encanto da amizade, extasiado,
Prossigo par a par pura emoção
Entenda, por favor este recado
Que chega a maltratar meu coração.
Carrego junto a mim este legado
Solfejo com ternura uma canção
Que mostre este destino bem traçado
Nas penas delicadas da ilusão.
Verões que não verás de forma alguma
Dos mares que se entornam numa espuma
O canto derradeiro em poesia.
Do que jamais pensei que conhecera
Respostas que negara a besta fera
Quem sabe esta amizade me diria
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