CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

Desafio poético - inferno dos poetas

Letras em chamas

Começo meio fim meio-fio claro
E carros cuspindo das poças o resto dum choro emudecido,
Ter na mente o que não se pode colocar nela
Como orvalho preguiçoso
Acordando às sete horas

Ah! Velho com barbas de árticos e pensamentos boreais
Não venha mostrar a grande balbúrdia (alma inferneira)
Com seu teso cômputo
Sobre cidadelas distantes de outros sítios humanos
Não venha queimar o mote dom de quem versa
Como se a criação da palavra fosse um erro no herege
Com direito a fogueira
Indolente presságio ido até o fim
Sem conceber outras ruas ou cunhais abaratinados

Assim faz-se a resposta do mal aventurado
Que inventa na tarde o seu paraíso
E caminha por noites infernais:

Nas espinhas das fêmeas calças a pele do deleite
Sobre curvas perfumais tens nas mãos o leme dum corpo no contorcer-se
Navegar singrar e ferir uma alma
Quando do nada toda natureza do amor
É entregue ao abismo
Nas solas dos pés
Deste monstro não estudado
Sem resultados nem fórmulas.

O fogo da longitude
Faz da moça o caminho para fora do Éden
Desgraças com graças dum bom amante
Entregar a guerra sentimental
No peito da paz em pleno clímax e êxtase

A melhor memória deus do amor
Áureo feito trigais dado por gosto findo
Da separação do verde
Em colheitas secas
Está na adaga que crava e fica
Só permanece arraigada por medo de não senti-la
Nunca mais

Ominas limite seu próprio quando do álcool
Arrancas uma ressaca na ponta da pena,
No fumo e em tudo que faz de ti
Errado no erro que és
Ainda resta uma saída
Se estais no inferno
No inferno estais
És o diabo telúrico em carne recíproca

Submited by

segunda-feira, março 1, 2010 - 23:48

Poesia :

No votes yet

Alcantra

imagem de Alcantra
Offline
Título: Membro
Última vez online: há 10 anos 15 semanas
Membro desde: 04/14/2009
Conteúdos:
Pontos: 1563

Comentários

imagem de ÔNIX

Re: Desafio poético - inferno dos poetas

Olá Alcantara

Um poema que me deixou perplexa pela sua magnificência.

Adorei:
Ainda resta uma saída
Se estais no inferno
No inferno estais
És o diabo telúrico em carne recíproca

Beijo

Matilde D'ônix

imagem de RobertoEstevesdaFonseca

Re: Desafio poético - inferno dos poetas

Olá, amigo Alcantra.

Ricas imagens, enfim, um excelente trabalho.

Poeticamente infernal!

Gostei deveras,
parabéns,
Roberto

imagem de analyra

Re: Desafio poético - inferno dos poetas

Pungente, voraz brotado do inferno pessoal que perfaz o pensamento do poeta errante entre o simbolismo e o realismo fantástico.
Grande abraço.

imagem de LilaMarques

Re: Desafio poético - inferno dos poetas

Olá, Alcantra,

Belo texto com uma intensidade poética grande, com belas imagens e um discorrer sobre a alma do poeta muito interessante.

Gostei imenso.

Um beijo.

imagem de Henrique

Re: Desafio poético - inferno dos poetas

letras em chamas que enriquecem o desafio!!!

boa participação!!!

Um bom inferno poético!!!

:-)

imagem de lucio

Re: Desafio poético - inferno dos poetas

Olá,Alcantra,
Belo poema.Um concreto todo feito de abstratos.
São as batalhas travadas entre o espiritual e o humano.Abraços.

imagem de Daisy_Lee82

Re: Desafio poético - inferno dos poetas

Um todo... lindo!
Parabéns!

imagem de Librisscriptaest

Re: Desafio poético - inferno dos poetas

Bem...
Fantástico!
Todo o poema é sublime, ainda assim atrevo-me a sublinhar esta parte:
"A melhor memória deus do amor
Áureo feito trigais dado por gosto findo
Da separação do verde
Em colheitas secas
Está na adaga que crava e fica
Só permanece arraigada por medo de não senti-la
Nunca mais"
Q me deixou completamente rendida!
Beijinho em si!
Inês Dunas

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of Alcantra

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Críticas/Livros Quando Nietzsche chorou - Irvin D. Yalom 0 2.601 11/19/2010 - 02:40 Português
Críticas/Filmes O LIBERTINO 0 1.946 11/19/2010 - 02:40 Português
Críticas/Livros ULISSES de JAMES JOYCE 0 2.297 11/19/2010 - 02:40 Português
Prosas/Drama Idas da Volta que ainda não sou 0 2.179 11/19/2010 - 00:05 Português
Prosas/Outros Apenas num jornal 0 1.290 11/19/2010 - 00:03 Português
Prosas/Drama Saliva ácida 0 2.089 11/18/2010 - 23:56 Português
Poesia/Meditação A hipocrisia do verme 0 2.285 11/17/2010 - 23:53 Português
Poesia/Amor Simplesmente Ela 4 1.171 09/11/2010 - 01:47 Português
Poesia/Geral Emulação da candura 2 1.137 09/09/2010 - 17:20 Português
Poesia/Geral Falésias debruçadas 4 1.353 08/28/2010 - 16:31 Português
Poesia/Aforismo Rubra Janela da tarde 2 1.288 07/30/2010 - 18:42 Português
Poesia/Intervenção Ziguezagueia destino ziguezagueante 3 1.200 07/18/2010 - 14:12 Português
Poesia/Geral Os trilhos estão indo... 3 998 07/05/2010 - 04:27 Português
Poesia/Geral Laços da língua 1 1.311 06/18/2010 - 02:22 Português
Poesia/Aforismo Arma que se arma 1 1.226 06/02/2010 - 17:06 Português
Poesia/Geral Último dia Último 7 883 05/26/2010 - 19:35 Português
Poesia/Geral A poesia está morta 2 977 05/15/2010 - 04:21 Português
Poesia/Geral A privada do gigante 1 1.407 05/09/2010 - 22:32 Português
Prosas/Outros A criação do Demônio Interior 1 1.769 04/26/2010 - 19:19 Português
Poesia/Geral Triste aperto de mãos 5 1.461 04/22/2010 - 23:29 Português
Poesia/Intervenção Entretanto, vicissitudes... 4 1.090 04/19/2010 - 16:18 Português
Poesia/Geral Selo de poesia 5 1.327 04/12/2010 - 16:16 Português
Poesia/Intervenção Ferro quente 5 1.024 04/10/2010 - 18:33 Português
Poesia/Amor Cativo 4 1.434 04/06/2010 - 00:36 Português
Poesia/Geral Colar boca a boca - Soltar boca da boca 3 1.103 03/31/2010 - 19:55 Português