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EM CADA OLHAR

Em cada olhar uma vela acesa
em cada lágrima triste um mundo de sal
em cada taça de café o paladar da saudade
em cada soluço aumenta o meu mal.

Por letras perdidas o corpo esquecido
em verbos e adjectivos aquecido
palavras que aumentam a aflição
e o corpo tombado mostra-se vencido.

Em cada banco de costas voltadas
a esperança das mãos voltarem dadas
em cada candeeiro um luar trémulo
que pinta na noite as sombras assustadas

Em cada coração remendado
um amor perdido para sempre
e a facada pelas costas
é dor que so a alma sente

Em cada caminho sinuoso
há alegria em linha paralela
em cada noite de gala
a lua se veste da prata mais bela.

Em cada baloiço abandonado no parque
um sonho de criança baloiça no corpo
inventado no ceu por aquele
que escreve certo o que parece torto.

Em cada xaile há um fado
um corpo sofrido por dentro
em cada buzio ouve-se o som do mar
carregado suavemente pelo vento.

Em cada linha há uma vida
á espera do fim desejado
em cada céu há um arco-íris
pintado nas asas de um cavalo alado

Em cada solidão há a minha companhia
tristeza sem fim em peito fechado
em cada mundo se unem as mãos
num doce apertar bem cerrado.

Em cada prisão há um inocente
que as grades tornaram culpado
em cada passo na noite lavrado
a sombra caminha sempre a meu lado.

Em cada insónia uma preocupação
de um mundo que me arde nos braços
em cada rua a confusão matinal
que vejo pelos vidros baços.

Em cada estrela capturada do céu
nasce um sonho coberto de medo
a cada suspiro temido em silêncio
uma borboleta me pousa no dedo.

A cada momento quero o tormento
a aflição e o desejo
a vida em murmurio vivido
da tentativa que nasceu do ansejo
a cada momento a separação
dia perdido na lembrança
bola em mão de criança
caída rolando no chão.

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terça-feira, agosto 30, 2011 - 19:09

Poesia :

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Rui Afonso dos Santos

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