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ESPIRAL DE SONETOS PTE 1


ESPIRAL DE SONETOS PARTE 01

Quem teve uma esperança como guia,
Adentra o mar imenso feito em luz,
O vento da mais pura poesia
Beleza de teus olhos reproduz.

De todo sonho, o bem que eu te propus,
Semblante extasiado em alegria,
O canto feito em glória me conduz
Aos braços deste amor que me enfim me queira.

Somemos nossos cantos, primavera,
Ergamos belas taças de cristal
Ao bem que se mostrando sem igual

Amor fazendo amor, prazeres gera.
Em minhas mãos contendo a maravilha
Um novo alvorecer, meu canto trilha.


2

Um novo alvorecer meu canto trilha
Seguindo cada rastro que deixaste,
Abrindo no meu peito uma escotilha
Amor faz com tristezas um contraste,

Minha alma que antes fora uma andarilha
Bebendo esta esperança que legaste
Os uivos das saudades em matilha
Não rompem da alegria esta dura haste.

Eu vou seguindo a vida simplesmente,
Levado pela luz numa torrente
Chegando depois disso aos braços teus.

Encanto em profusão, nossa aliança
Entorna sobre nós rara esperança
Deixando à solidão, somente o adeus.


3

Deixando à solidão somente o adeus
Vencemos nossos medos, simplesmente,
Tocado pela luz dos olhos teus
Meu rumo se transforma totalmente.

Não quero mais seguir rumos ateus,
Ao ver amor tão puro claramente
Não quero ser vassalo nem ser deus,
Vontade de te amar se faz urgente.

Sentindo o sol brilhando sobre nós,
Não temo o que virá depois, após,
Contendo em minhas mãos esta esperança;

Quem ama de verdade não se cansa
Sabendo transformar a dor em riso,
Adentro ao mais sublime paraíso.

4

Adentro ao mais sublime paraíso,
Teu corpo iluminando a nossa cama.
Amor que veio vindo sem aviso
Acende em brasa imensa, a velha chama.

Meu verso se tornando mais conciso
A cada nova estrofe sempre exclama,
Falando deste amor calmo e preciso,
Negando a dor solene, amargo drama.

Tendo a minha sina nos teus passos,
O coração imerso em belos paços
Fartura de esperança e de emoção.

Toada de um caboclo enamorado,
Nos raios deste céu iluminado
Vivendo, com certeza esta paixão.


5

Vivendo com certeza, esta paixão,
Eu sigo cada rastro que tu deixas,
Sentindo este perfume, sedução,
Não tenho mais na vida quaisquer queixas.

Tocado pelo amor, louco tufão,
Afago com carinho esta madeixas
Jamais em minha vida digo o não,
Decifro teus desejos, tuas deixas.

A par do sonho raro que vivemos,
O amor toma nas mãos o leme, os remos,
Levando para a praia o meu saveiro.

Quem tem dentro de si amor profundo,
Já sabe conquistar, decerto o mundo,
Olhares num só brilho, verdadeiro...

6

Olhares num só brilho, verdadeiro,
Seguimos pareados pela vida;
Usando em mesma cor, nosso tinteiro
A sorte derradeira e prometida.

O mundo se mostrando alvissareiro
Percebo, neste amor, uma saída
Matando o medo algoz e feiticeiro
Entorno uma esperança tão querida.

Martírios que vivi já não concebo;
Carinhos mais gentis; dou e recebo
Vagando a noite, imerso nos teus braços,

Estrelas multiplicam farto brilho,
Não vendo mais sequer um empecilho
Entrego-me, cativo, nestes laços...

7

Entrego-me, cativo, nestes laços,
Sentindo a brisa mansa me tomando,
Aos poucos, infinito penetrando
Bem firmes meus caminhos e meus passos.

Nos céus de nosso amor, claros espaços
Meu barco nos teus mares navegando,
Não quero e nem pergunto aonde e quando,
Só quero em minha noite os teus abraços.

Verdugo de meus dias, solidão,
Deixada para trás no rés do chão,
Jogada na gaveta do passado,

Numa esperança viva, ela agoniza,
Manhã vem renascendo em mansa brisa,
Sentindo esta presença aqui do lado.

8

Sentindo esta presença aqui do lado,
O vento me levando para a areia
Ouvindo o canto belo, enamorado,
Percebo com clareza uma sereia

Pensara que já fora derrotado,
Ao ver a claridade em lua cheia
Amor vem devagar e me incendeia
Mostrando ao fim da estrada um raro prado

Enchentes de florais na primavera
Teu néctar vou sorvendo com vagar,
Agora que encontrei o bem de amar.

Esqueço a solidão, temível fera,
Já tendo uma esperança como guia,
Entrego-me a mais bela fantasia.

9


Entrego-me a mais bela fantasia
Ao ter o teu perfume junto a mim,
O mundo num instante me diria
Do quanto é mavioso o meu jardim.

Nas mãos de quem adoro; a poesia
É meu princípio, trama, rumo e fim.
De tudo o que mais sinto; o que eu queria
Encontro aqui, contigo, amor enfim.

Uma esperança feita em fortaleza,
Derrama sobre nós farta beleza
Vagando nos meus sonhos, nos meus versos.

Atando nossos nós, irei contigo,
Recolho cada rastro que persigo,
Sentimentos perfeitos e diversos...

10


Sentimentos perfeitos e diversos,
Um louco viajante encontra o lume
Depois de dias duros e perversos,
Adentra o infinito em seu perfume.

Não deixa que esperança assim se esfume
Em vagas ilusões, cantos dispersos,
Permite que meu passo, enfim se aprume
Trazendo algum sentido pr’os meus versos.

A dor que latejara no meu peito,
Ao ver o seu caminho contrafeito
Nos olhos da esperança vai vencida.

O frio em minhas mãos, tremores tantos,
Sintomas que demonstram tais encantos
Prenúncios de prazer em minha vida.

11


Prenúncios de prazer em minha vida,
Deixados no caminho em que prossigo,
Quem sabe tanto amor nunca duvida,
Andando passo a passo, estou contigo.

A dor em esperança convertida
Prepara ao fim da noite o nosso abrigo,
Minha alma se encontrava, antes perdida
Agora até sorrir em paz, consigo.

Teu corpo a mais divina das molduras,
Repleto de prazeres e ternuras
Espelha esta beleza sem igual.

Tentáculos da sorte nos tocando,
O dia em alegria vem raiando
No lume deste amor fenomenal.

12

No lume deste amor fenomenal
Teus olhos espelhando a claridade,
Desejo mais profundo e sensual,
Recebo deste olhar, felicidade.

Uma esperança em paz, mansa e vestal
Promete para amor, fertilidade,
Subindo calmamente este degrau
Aos céus vai penetrando e logo invade.

Galopa em liberdade o meu corcel,
Bebendo nesta boca o doce mel,
Sentindo uma esperança aqui chegar,

Brindando à nossa glória fartamente,
Amor mudando o rumo, de repente,
Adentra num momento a praia e o mar.

13


Adentra num momento a praia e o mar
Quem faz da claridade o seu poema,
Sabendo quanto é bom, decerto amar,
Não vê mais no caminho algum problema,

Não tendo mais sequer qualquer algema
Recolhe cada fruto do pomar,
Mostrando em paz profunda um raro tema
Espreita esta alvorada a debruçar.

No sol que nos bendiz quando ilumina,
Felicidade imensa descortina
Uma esperança imersa em nosso peito.

Vivendo o nosso amor, raro e profundo,
Permito ao coração ser vagabundo
Fazendo do luar seu claro leito.


14

Fazendo do luar seu claro leito,
Espreito o teu sorriso de menina,
Vivendo plenamente satisfeito,
Beleza sem igual se descortina.

Adoro com certeza esse teu jeito
Rainha que tão mansa, me domina
A sina de ser teu; agora aceito
E bebo o meu prazer na doce mina.

No quanto que te quero e nunca nego,
Ao bem de tanto amor, eu já me entrego,
Não tendo em minha vida urze nem cruz

Minha esperança afeita ao teu abraço
Numa explosão extrema em cada passo,
Adentra o mar imenso feito em luz.

15


Adentra o mar imenso feito em luz
O sonho de quem ama e te deseja
A brisa da esperança é benfazeja,
No beijo que alegria reproduz.

Nos corpos que se tocam quando nus,
Felicidade e gozo, amor almeja
Não tendo vencedores na peleja
Ao bem supremo, amor sempre conduz.

No quanto nada somos sem amor,
Cerzindo um céu imenso em claridade
Negar o nosso amor, não há quem há-de

Em jade e diamante a se compor,
Unida solução feita em contraste
Seguindo cada rastro que deixaste.

16

Seguindo cada rastro que deixaste
Adentro ao paraíso num instante,
Teu canto; com encanto, me mostraste
Num doce seduzir inebriante

Desejo louco, insano, tu legaste
A quem se fez comparsa mais constante
O tempo não nos deu qualquer desgaste
A vida continua deslumbrante.

Meu mundo no teu mundo se entranhou
Tu vens comigo, amada aonde vou
Sabendo o que mais queres, claramente.

Unidos encontramos o infinito
Fazendo deste amor, divino rito,
Vencemos nossos medos, simplesmente.

17

Vencendo nossos medos, simplesmente
As dores se tornando mais escassas,
Persigo os rastros claros quando passas,
Estrela que domina plenamente.

De todo este prazer que a gente sente
Fluindo meu desejo enquanto abraças
Bebemos com prazer nas mesmas taças,
Vontade se fazendo mais urgente.

Estrelas, companheiras de viagem,
Ao ver tua nudez, uma miragem
Tomando em claridade, vem e chama

Num sonho delicado e mais profano,
Um astro que se mostra soberano,
Teu corpo iluminando a nossa cama.


18

Teu corpo iluminando a nossa cama
Estrela que surgiu em forma humana,
Fulgura divinal, perfeita chama,
Rainha de meus dias, soberana.

Tocado pelo brilho desta trama,
Amor quando em meu peito já se ufana
Permite vislumbrar divina e insana
Mulher que a fantasia sempre aclama.

Tua beleza rara, diamantina,
Decerto, esse cenário já domina,
Derrama sobre mim negras madeixas.

Qual fora um viandante sem destino,
No coração uma alma de menino,
Eu sigo cada rastro que tu deixas.


19

Eu sigo cada rastro que tu deixas
Estrela que se deita sobre o mar,
Nos sonhos que trouxeram outras gueixas
Mergulho, simplesmente, e quero amar.

Não ouço mais antigas, duras queixas
Pois tenho com quem possa já contar,
Entendo meu amor quando tu queixas
Se o pensamente eu deixo divagar

Mas volto a mais sublime realidade
E sei que em tanto amor que agora invade
Está decerto a sorte perseguida.

E vamos, sem temores mundo afora,
Já tendo uma alegria que se aflora
Seguimos pareados pela vida.

20


Seguimos pareados pela vida
Buscando a maravilha deste cais,
Percebo o quanto estás mais decidida
Sabendo que te quero assim, bem mais.

Por mais que a solidão peça guarida
No peito de quem ama os temporais
Aos poucos já se vão para jamais
Vencidos pela paz embevecida.

Eu quero estar contigo em plena chuva,
Amor que nos servindo feito luva
A cada amanhecer nos decorando,

Do vento que fez um furacão
Prevejo em calmaria esta emoção,
Sentindo a brisa mansa me tomando.

21

Sentindo a brisa mansa me tomando
Entrego-me à total felicidade.
O dia mansamente vem raiando
Trazendo o suave encanto, liberdade.

No céu as andorinhas formam bando
E o amor aos poucos chega e já me invade,
O sol que no horizonte vem raiando
Transborda a mais completa claridade.

Ser teu é o mais quero; o que pretendo,
Sentir o teu abraço me envolvendo,
Envolto com prazer em tua teia

Sereia que domina com encanto,
Tocado pelo belo do teu canto,
O vento me levando para a areia.


22

O vento me levando para a areia
Nas ondas mais sutis do sentimento,
Amor que em fogaréu, contigo ateia
Delícia me invadindo o pensamento.

Eu amo-te demais, por isso creia
Não deixo de querer um só momento
O manso acalentar que em minha veia
Transfunde esta emoção e toma assento.

Dos fardos que carrego do passado,
O medo de te amar, abandonado,
Agora que percebo amor sem fim,

Canteiro de esperanças vou aguando
E um novo amanhecer me transformando.
Ao ter o teu perfume junto a mim.


23

Ao ter o teu perfume junto a mim
Estendo o coração nesta varanda,
Na boca o mais suave carmesim,
Meu peito enamorado anda de banda.

O vento se espalhando traz em fim
Amor que em tanto amor já não desanda
Na dança mais sublime sinto enfim,
O gosto de dançar nossa ciranda.

Além do que quisera há tanto tempo,
Não tendo mais, na vida, um contratempo,
Não trago nem sequer algum queixume,

Na noite tão escura que enfrentara
Ao ver maravilhosa jóia, rara,
Um louco viajante encontra o lume.

24

Um louco viajante encontra o lume
Nos olhos de quem ama, o seu farol,
Amar, além de tudo, um bom costume,
Trazendo para tantos, belo sol,

Nos braços deste sonho atinjo o cume
Seguindo qual um manso girassol,
Não deixe que este encanto, enfim se esfume,
Pois trazes farta luz para arrebol,

Eu quero estar contigo, esteja certa,
A porta se mostrando sempre aberta,
Vislumbra a maravilha feita abrigo.

Persigo cada rastro que deixaste,
Nos brilhos com os quais iluminaste,
Deixados no caminho em que prossigo.

25

Deixados no caminho em que prossigo
Os passos de quem sinto ser além
Do simples desejar, do querer bem,
Seguindo o tempo inteiro aqui comigo.

O medo se esvaindo, sem abrigo,
Eu sinto que enfim, encontro alguém
E o vento da esperança, manso vem,
Felicidade imensa, eu já consigo.

Vislumbro na penumbra raro brilho,
Falena enamorada, agora eu trilho
Demonstro, num momento ansiedade.

Faróis iluminando o negro céu,
Das nuvens tenebrosas surge o véu,
Teus olhos espelhando a claridade.

26


Teus olhos espelhando a claridade
Refletem num lampejo uma esperança,
Amor que se moldando em liberdade,
Lega o gozo pleno como herança.

Tomado por hedônica vontade
Quem ama, com certeza não se cansa,
Contra o bem do amor não há quem nade,
Pois sabe imensidão que logo alcança

Aquele que se mostra decidido,
Deixando a solidão em triste ouvido.
Meu corpo te procura em piracema,

Desejo triunfante feito em glória
Já muda num momento a sua história
Quem faz da claridade o seu poema.

27


Quem faz da claridade o seu poema
Escreve com firmeza uma emoção,
Da pedra preciosa, rara gema
Transita no meu peito, a sedução.

No céu de nosso amor, um diadema
Nos brilhos constelares da paixão,
Amor é nosso sonho, um caro emblema
Portando em sua sina a redenção.

Afasto qualquer pedra e sem espinhos,
Deitando meu prazer em teus carinhos,
O amor que me conquista e me domina.

Olhando de soslaio, de tocaia,
Em meio a tantas luzes nesta praia.
Espreito o teu sorriso de menina


28

Espreito o teu sorriso de menina
Sentindo o bom bafejo da esperança,
De todos os meus sonhos, bela mina,
Na fonte desejosa, clara e mansa.

Esta alquimia chega e me domina,
Formata a vida feita em aliança
Sabendo ser só teu, a minha sina,
A perfeição completa enfim alcança.

Transmudo, num segundo o pensamento
E galgo eternidade no momento
Em que me entrego fundo à fantasia.

Sentindo-me tão manso a me roçar,
Em meio ao doce encanto do luar,
O vento da mais pura poesia.


29


O vento da mais pura poesia
Trazendo a sensação de liberdade,
O quanto e tanto bem que se queria,
Transforma toda dor em amizade.

A brisa matinal abranda o dia
Promessa de total tranqüilidade,
Tua alma de minha alma, senhoria,
Contigo vencerei a adversidade.

Saber quanto é possível ser feliz,
Tramando a luz suprema que se quis
Mudando num repente antiga trilha.

Depois da tempestade uma bonança.
E o vento bem mais forte da esperança
Abrindo no meu peito, uma escotilha


30

Abrindo no meu peito uma escotilha
Acendo da esperança, o fogo intenso.
Na sina que se fez uma andarilha,
No vago logo após às vezes penso,

Carrego dentro em mim tanta mobília,
Escombros do que fui. Mergulho tenso
E nada se percebe além da trilha
Vazia que sobrou de um mar imenso.

Erguendo um brinde à vida, morro aos poucos,
Os gritos incontidos saem roucos
Prenunciando apenas um adeus.

Porém ao ver de novo o meu porão,
Vislumbro a derradeira solidão,
Tocado pela luz dos olhos teus.

31

Tocado pela luz dos olhos teus
Penumbras adentrando noite afora,
Esqueço destas trevas, ganho os breus,
E o quanto desejei, o nada implora.

Preparo a cada instante o meu adeus,
Vontade de partir, seguir agora
Na busca dos anseios tolos meus,
Na areia movediça o pé se escora

Esvaio em cada verso que te faço,
Traçando o meu destino a cada passo
Soçobro em tempestades de granizo

Naufrago nesta luta tão inglória,
Mascando o meu revólver, muda a história
Amor que veio vindo sem aviso.

32

Amor que veio vindo sem aviso
Na lousa escreve a dor em claro giz,
Do quanto desejei e nada fiz,
Apenas um irônico sorriso.

Promessas se perdendo em solo liso
O chão caracachento corta e diz
Que o tempo que passamos impreciso
Não serve como apoio, é por um triz.

Veleja o pensamente e chega ao nada,
A praia dos meus sonhos isolada,
Repete o tempo inteiro a negação.

Mas sigo qual falena em plena luz,
Carrego em minhas costas, leda cruz
Sentindo este perfume, sedução.

33


Sentindo este perfume, sedução
Aproximo meus olhos de teus olhos,
Estendo o meu tapete em urze, abrolhos
E bebo o teu veneno, lambo o chão.

Às turras entre beijo e bofetão
Janelas arrombadas sem ferrolhos,
As flores e os insetos vêm nos molhos
Ferrenhas tais batalhas, turbilhão.

E somos duas faces da moeda,
Amparo enquanto empurro para a queda,
Tramamos a vingança o tempo inteiro.

Se eu somo e já divido, vários elos,
Seguimos nossos rumos paralelos
Usando em mesma cor, nosso tinteiro.


34


Usando em mesma cor, nosso tinteiro
Fazemos multicor uma esperança
No barco a se perder, o timoneiro
Durante a tempestade não avança;

Sorriso tantas vezes tão matreiro
Esconde no bornal uma aliança
E o tempo necessita temperança
Mas nada do que tive é verdadeiro.

No moto que perpétuo nunca morre,
Beijo sanguinolento não socorre
E segue dia-a-dia nos matando.

Se eu quero o que tu negas, vou em frente
E o passo que se busca, num repente,
Aos poucos, infinito penetrando.

35


Aos poucos, infinito penetrando
Rompendo a nossa carne expondo entranhas
Quem sabe e reconhece suas manhas
Não deixa mais o inverno vir chegando.

Amor quando em desordem segue em bando
E foge para terras mais estranhas,
Não quero nem saber se tu me ganhas,
Apenas não irei mais desabando.

Resíduos espalhados, meus escombros,
O peso que carrego nos meus ombros
Já deixo por aí, abandonado.

Esqueço vez em quando o meu destino,
E sigo enquanto amor eu descortino
Ouvindo o canto belo, enamorado.

36


Ouvindo o canto belo, enamorado
Escuto em tua voz um eco a mais
Do quanto percebi no meu passado
A ausência pura e simples deste cais.

O fardo que carrego é tão pesado
Nadando entre procelas, temporais,
Entendo e decifrando o teu recado
Percebo a liberdade do jamais.

Parceiros deste jogo, perco e ganho,
Não quero mais saber do bem tamanho
Vendido sempre à parte- fantasia.

Se amor é na verdade um ledo abismo
Forrado pelo fogo em fanatismo,
O mundo, num instante me diria.


37


O mundo num instante me diria
De todo o sentimento que represo,
A vida muitas vezes solta o peso,
E mata quem dourava a fantasia.

O medo se transforma em agonia,
Eu tento prosseguir, e vou ileso,
O fogo da esperança segue aceso
E nisso vou singrando um novo dia.

Mimetizando assim o sentimento,
Numa metamorfose o pensamento
Adentra por caminhos tão diversos.

Eu quero prosseguir de peito aberto,
Aguando de ilusões este deserto,
Depois de dias duros e perversos.


38


Depois de dias duros e perversos
Vagando pelas noites, botequins,
Aguando com saudade os meus jardins,
Sangrando plenamente em frios versos,

Olhares sem destino, vãos, dispersos,
Buscando dias calmos, noites cleans
Vestindo uma esperança feita jeans
Jazendo nos caminhos tão diversos

Eu calo a melodia que não fiz,
Meu pranto feito imenso chafariz
Banhando em sortilégio a nossa vida,

Amor que não se aprende no colégio,
Ditando o mais sublime privilégio,
Quem sabe tanto amor nunca duvida.


39

Quem sabe tanto amor nunca duvida
Do sentimento imerso em águas calmas,
Porém ao carregar antigos traumas,
Esboço nos teus braços, a saída.

Montando esta esperança tão querida,
Entrego o coração, buscando as almas
Saveiro que em tempesta logo acalmas,
Palavra entre remendos dividida.

Esgarça os meus olhares, firmamento,
No cálice dos sonhos, pensamento
Galgando espaço livre, sideral.

Tua nudez, delito insano e claro,
Sentindo o teu perfume, eu já disparo
Desejo mais profundo e sensual.


40


Desejo mais profundo e sensual
Roçando o nosso corpo, devagar,
Não tendo sequer pressa de chegar
Adentro este caminho sem igual.

Quem dera se pudesse um imortal
Tivesse eternidade a me tocar,
Voando em liberdade até chegar
O gozo mais perfeito, triunfal.

Sementes espalhadas pelo chão,
Causando ao reflorir, revolução,
Tomando num momento, céu e mar.

Arando com carinho cada lavra,
Usando o dom do sonho e da palavra
Sabendo quanto é bom, decerto, amar.


41


Sabendo quanto é bom, decerto, amar
Eu quero ter o gozo feito em glória,
Mudando novamente a minha história
Eu singro uma esperança com vagar.

Nas ondas que eu pretendo navegar
Esqueço do que fui, simples escória.
Amor virá pagando a promissória
Depois de tantos olhos a mirar.

As farpas que trocamos, corte fundo,
A bêbada esperança deste mundo
No canto em que me encanto, o mais perfeito.

Os ossos fraturados dos meus sonhos,
Em meio a risos francos e medonhos,
Vivendo plenamente satisfeito.

42


Vivendo plenamente satisfeito
Lambuzo com meu mel tua esperança
Não tendo solução nem mais fiança
Eu sigo o meu caminho do teu jeito.

Lembrando de teus olhos quando deito
Um fardo sem limites não me alcança,
Na mão carrego seta, flecha, e lança
E faço de um prazer, antigo pleito.

No canto cada ritmo se faz tétrico
Distante do que forma encanto métrico
O verso sem caminhos já me abduz

E mesmo que não saibas do que falo,
O gozo deste fogo em nosso embalo
Beleza de teus olhos reproduz.


43

Beleza de teus olhos reproduz
O encanto do divino amanhecer
Roubando da alvorada a plena luz
Espalhas no arrebol raro prazer.

O sonho duradouro que propus
Entranha em perfeição, meu bem querer,
Se a noite irá voltar, eu não me opus,
Apenas tua boca a me beber.

Não quero na verdade amor apático
Tampouco refletir um automático
Caminho que me leve a tal desgaste.

Somando cada passo, vamos longe
Bacante misturando-se com monge
Amor faz com tristezas um contraste.


44

Amor faz com tristezas um contraste
Reflui e volta sempre à mesma mesa;
Comendo no princípio a sobremesa
Já tem a força toda de um guindaste.

Na carta de alforria que negaste
Senti o gosto frio da incerteza
Amor que com saudade se reveza
Não preza e morre aos poucos, afunda a haste.

Afundaste meus barcos. Morto o cais,
Eu volto o meu olhar para o jamais
E vejo errôneo passo em minha frente.

Conhecendo de perto quem amei,
Perversamente sinto o quanto errei,
Meu rumo se transforma totalmente.


45


Meu rumo se transforma totalmente
Depois de cada chuva em tempestade,
O bêbado nas ruas da cidade
Vagando sem destino, qual demente,

Intrépida jornada pela mente,
No quanto que não tive e já me invade
A trama se perdeu em quantidade
E o fim do nosso caso se pressente.

Mas tendo o teu corpinho assim desnudo,
Chamando para a festa, vou com tudo,
Adentro o festival, macia a cama,

Os planctos e as sementes, plantas, gozo,
Do emaranhado louco e caprichoso,
Acende em brasa imensa, a velha chama.


46

Acende em brasa imensa, a velha chama,
Macabros versos solto em profusão,
Fazendo a mais completa confusão,
Na combustão dos sonhos, minha trama,

Não sendo teu escravo ou teu patrão,
Irmanado contigo, céu e lama,
Quem ama, na verdade não difama,
Nem mesmo que repita a negação.

Patrolas estas rotas podres, rotas,
Carinho que me dás em conta-gotas
Deixando vez em quando o que não deixas,

Soprando sobre nós o mesmo vento,
Usando esta cangalha, o sentimento,
Não tenho mais na vida, quaisquer queixas.


47

Não tenho mais na vida, quaisquer queixas
E cato os meus cavacos espalhados,
Carpindo os risos tolos, desfraldados,
Encontro em ti, à noite, divas, gueixas.

Soubesse te dizer, faria endechas
Em versos tão sutis, transfigurados,
Porém ao vislumbrar terríveis prados,
Recebo de teus olhos novas deixas.

Havendo o que não tive e sem tempero,
Acendes toda noite o meu isqueiro
Na chama da fornalha repartida.

Repatriando antigos firmamentos,
Eu sinto pelo menos por momentos
A sorte derradeira e prometida.

48

A sorte derradeira e prometida
Jogada nos beirais desta janela,
No suicídio salvo a minha vida,
E tramo uma esperança sem tramela.

Quem ama na verdade se congela,
Escravo desta inglória mais querida,
Acendo toda noite a mesma vela
Capaz de incendiar qualquer saída.

Marco o corpo inteiro em tatuagem,
Sorvendo com prazer qualquer bobagem
Capacho em garatujas; erros crassos,

Divido o que somei há tanto tempo,
E mesmo que me entregue ao contratempo,
Bem firmes meus caminhos e meus passos.

49


Bem firmes meus caminhos e meus passos,
Pegando uma carona no cometa,
Vagando por satélite e planeta
Arranco as maravilhas, risco os traços.

Prazeres na verdade são escassos,
A cada novo engano que eu cometa
Espero corrigir errônea seta
Juntando os cacarecos, meus pedaços.

Minha alma mergulhada no mecônio
Coração fustiga em tanto hormônio
Vai preso e necessita desta teia.

Num instantâneo mar, qual mergulhão
Parido pelo bom da tentação.
Percebo com clareza uma sereia.


50

Percebo com clareza uma sereia
Alcoólatra e sedenta de prazeres,
Desnuda nessa cama me incendeia
E como este banquete em mil talheres.

Sorrisos derramando a lua cheia
Divindades em forma de mulheres,
Quem vaga pelas tramas não receia
E sabe na verdade o que mais queres.

Em todos os momentos magistrais
Roubando o bom perfume dos rosais
Eu sinto uma explosão de amor em mim.

No rum que tu destilas todo dia,
Respostas à pergunta que sabia
Do quanto é mavioso o meu jardim.

51

Do quanto é mavioso o meu jardim
Em pétalas diversas, coloridas,
Recebo o benfazejo vento em mim,
E as horas sempre passam distraídas.

As cordas se rompendo até o fim,
Farturas em palavras decididas,
Nas cores tão diversas, vou assim,
Somando as nossas contas divididas.

E esboças num sorriso com fartura,
Um gesto em sincronia, uma ternura,
Fazendo com que a vida, enfim, se arrume.

No cume deste olhar tão emblemático,
O gozo do prazer cego e temático
Adentra o infinito em teu perfume.

52

Adentra o infinito em teu perfume
O quanto decidira no passado,
Não tendo a vaidade por costume,
Eu sinto o vento imenso, adocicado,

De tudo o que transporto do passado,
Ainda levo aqui, teu claro lume
E mesmo que se perca de ciúme
Caminho o tempo inteiro lado a lado.

Esgarço os meus lençóis, rasgo o meu peito,
E vamos prosseguindo desse jeito
Sabendo que virá qualquer perigo.

Minha alma que é da tua siamesa,
Refoga com tempero uma tristeza,
Andando passo a passo, estou contigo.

53

 


Andando passo a passo, estou contigo
E venço um medo arcaico, envelhecido.
Toando a fantasia num sentido
Diverso do que fora o que persigo,

Dizendo o que deveras nunca digo
Eu vejo o meu futuro descabido.
Sorriso por ventura desabrido
Não mostra o quanto eu quero, tão antigo.

Partimos para o nada, o tempo inteiro,
Apenas não vou ser mais corriqueiro,
Querendo a tão sublime variedade

Não sentes o que eu sinto e nem percebes,
No jeito como miras estas sebes,
Recebo deste olhar, felicidade.


54


Recebo deste olhar, felicidade,
Eclipsando os temores que eu sentia,
Na prática esperando um novo dia
Que mostre ser plausível liberdade.

Saprófita ilusão vaga a cidade
Nas barbas da cruel melancolia.
À noite embriagado em falsidade
Estendo o meu tapete da ironia.

Capacho que derruba, de tocaia,
Olhando para cima sob a saia
Encontro um diamante em rara gema.

E a mesa quando posta não se nega,
A fome de prazer falsária e cega
Não vê mais no caminho algum problema.


55

Não vê mais no caminho algum problema
Quem teve um par de esporas como guia.
O merencório gozo de uma orgia
Transforma-se decerto num emblema.

Amor que se inundou em piracema,
Vagando pelos mares da agonia
Espera transformar o que eu queria
Em algo que não seja um velho tema.

Só sei que te tocando com carinho,
O medo não faz troça nem quer ninho,
Apenas bebe o riso da menina,

E sabe que a nudez traz evidências
E envolta nas suaves transparências,
Beleza sem igual se descortina.


56

Beleza sem igual se descortina.
Fazendo reboliço em minha mente,
Não tendo na verdade uma semente
Não posso mais plantar, eis minha sina.

O quanto que se quer quem extermina
O vergalhão penetra de repente
E corta o pé mais frágil, nada sente
Quem tem estupidez como cortina.

Assim não adiantam mais palavras
Esqueces o que fiz de antigas lavras,
Escorre em tua boca um doce pus.

Desconhecendo um gesto de amizade,
Ignoras com total sinceridade,
De todo sonho, o bem que eu te propus.

57

De todo sonho, o bem que eu te propus
Ferrenhas emoções vão me inundando,
Não tendo mais sentido quanto e quando
Eu sigo os rastros teus e chego à luz.

Fartura que ao divino amor conduz
Faturas de esperanças vêm cobrando,
Fraturam estruturas, desabando
O canto mais audaz se reproduz.

Acácias espalhadas na alameda
Dos sonhos, um divino bulevar
Almíscares invadem, ganham o ar

Permitem que alegria então se ceda
Mostrando em tons sutis tal maravilha.
Minha alma que antes fora uma andarilha


58

Minha alma que antes fora uma andarilha
Vagando bar em bar pela cidade,
No grito solitário da novilha
Espreita o fim da tarde com saudade.

O par que se perdeu renova a trilha
E vence com carinho, a tempestade.
Andando nos espaços cada milha
Seguindo busca a tal felicidade.

Parceira dos detalhes que negaste,
Entalhes nestas pedras, no desgaste
Diário molda a noite em vários breus.

Depois de ser vencido, sigo só,
Voltando novamente ao ledo pó
Não quero mais seguir rumos ateus.


59

Não quero mais seguir rumos ateus
Que façam das mentiras, a bandeira,
Deitando uma ilusão sobre a liteira
Escondo os meus olhares já dos teus.

Nos arremedos todos, teus e meus,
Vendidos em barracas nesta feira
A morte talvez seja corriqueira
Ribeiras encarnando nosso adeus.

Barrancas de minha alma desabando
Enchentes inundando em turbilhão,
O parto em que geraste foi em vão

Os olhos da esperança, o mesmo bando
Tocando na ferida mais preciso,
Meu verso se tornando mais conciso.

60

Meu verso se tornando mais conciso
Batuca no teu peito sem parar,
Vertendo em nossa cama traz luar
Na manta feita em puro paraíso.

Eu quero cada gota e sempre biso
Bebendo a vida em goles, farto mar,
Serpentes vão chegando devagar
Venenos em fartura sem aviso.

Vou ávido de ti prazer insano,
Transformo a brisa calma em minuano,
E a tempestade vira furacão.

Cabelos esvoaçam, cavalgadas,
Vagando mil estrelas, madrugadas,
Tocado pelo amor, louco tufão.

61

Tocado pelo amor, louco tufão,
Meu barco segue em mar tempestuoso
Às vezes malfadado e belicoso,
Vagando segue o rumo da paixão.

No peito um berimbau dá a marcação
E o porto mais distante e perigoso,
Olhar se mostra quase bilioso
E volta assim depressa pro porão

Porém ao porem freio nos meus sonhos,
Os dias talvez sejam mais risonhos,
E o tempo enfim se acalme mais ligeiro.

Na caça em que me faço tua presa,
Ao fim deste safári, com surpresa,
O mundo se mostrando alvissareiro

62

O mundo se mostrando alvissareiro
Traz em tabaco e álcool risos tantos,
Quadris multiplicando os teus encantos
Transfundem para o peito cada cheiro.

Dos sonhos mais sutis, gentil parteiro
Espalha a fantasia pelos cantos,
Não vejo mais peçonhas ou quebrantos.
Amor que é da alegria o meu viveiro.

Um peito tartamudo não se cansa
De ver ao fim da curva uma esperança
Cigarros, vou tragando em fartos maços,

Prazeres que me encharcam em monções
Sublimes temporais, revoluções,
Nos céus de nosso amor, claros espaços


63


Nos céus de nosso amor, claros espaços
Abrindo em leque imenso, as esperanças.
Nos olhos penetrantes, frios aços,
Licores inebriam. Festas, danças.

As penitências geram feras mansas,
Os olhos se tornando bem mais baços,
Enquanto os altos cumes; cedo alcanças
Os corpos remoídos deitam; lassos.

Os laços que nos unem sendo frágeis,
Embora em plena fuga sejam ágeis,
Rompendo no momento mais azado,

Permitem que eu me esgueire pelas ruas,
E vendo estas paredes negras, nuas,
Pensara que já fora derrotado.


64

Pensara que já fora derrotado
Depois da luta intensa, resta o nada,
O vaso em que esperança foi plantada
Está em algum canto, abandonado.

Não quero descobrir se no meu fado
Estrela se tomou em derrocada,
No tumor que cultivo, uma tragada
Espelha o rio inerte do passado.

Nos cárceres privados dos meus sonhos,
Olhares que me miram são bisonhos
Matando uma alvorada em agonia.

Um resto de esperança soerguida
Permite vislumbrar alguma vida
Nas mãos de quem adoro; a poesia


65


Nas mãos de quem adoro; a poesia
Exprime a mais fantástica emoção,
Guardada fielmente a proporção
É nela que se entranha, estrela guia.

Numa partenogênese, a magia
Explode num momento, evolução,
Erguendo o patamar, retorna ao chão
Revolta o mar em plena fantasia.

Meu desjejum é feito nos teus lábios,
Marujo; encontro em ti meus astrolábios
E bebo cada gota de perfume.

A força tão feroz e delicada,
Tramando um intenso, na alvorada
Não deixa que esperança assim se esfume


66


Não deixa que esperança assim se esfume
Bafejo de teus sonhos sobre mim,
À parte coletando o teu perfume
Recebo estas essências de jasmim,

Voando em liberdade um vaga-lume
Holofote entranhado no jardim.
Os sons da noite aumentam seu volume
E a vida se derrama sempre assim.

As térmitas formando mil casais,
A terra já molhada e acolhedora,
Nos jogos sedutores, sensuais,

Renovação à vista segue a vida,
E sinto neste instante, desde agora,
A dor em esperança convertida


67


A dor em esperanças convertida
Batalha por um riso mais audaz,
O vento que nos toca e satisfaz
Permite vislumbrar a nova vida.

Levando a solidão já de vencida
O quanto te desejo a noite traz
Caminho repartido volta atrás
O jogo decidido de saída.

Mas tenho uma reserva de alegria,
Jogando para longe a fantasia,
O prazo não se vence, é sempre igual.

Teimosa, vai seguindo sem cansaço
No verso em desafio logo traço
Uma esperança em paz, mansa e vestal


68

Uma esperança em paz, mansa e vestal
Apascentando a fera que me doma,
Renascendo alegria outrora em coma,
Eu vejo depois disso, o carnaval

Dos sonhos que cultivo, sol e sal,
Quebrando o que já fora uma redoma,
Colando nossos corpos nesta goma
Trazendo mil estrelas no embornal.

Assim, a liberdade vem e toma,
Fazendo de dois corpos mais que soma,
Reverso da medalha é nosso tema.

Depois de aprisionados pelos sonhos
Futuros com certeza mais risonhos,
Não tendo mais sequer qualquer algema

69

Não tendo mais sequer qualquer algema
Iremos mais libertos pelas ruas,
Enquanto tantas vezes já flutuas
Distante da mentira e sem problema

Eu faço da alegria o meu emblema
Estendo na varanda várias luas,
Estrelas vão surgindo belas; nuas
Não há nem mais fantasmas que se tema.

Tu és de toda a glória, a responsável
No amor que é muito mais que imaginável
Sabendo da esperança o seu trejeito.

Feitio deste terno? Desde cedo
Guardado sob a forma de segredo:
Adoro com certeza esse teu jeito.


70


Adoro com certeza esse teu jeito
Fazendo tempestade em copo d’água,
Felicidade imensa quando trago-a
Expondo sem temores, o meu peito.

O que vier de ti, decerto aceito,
Não guardo mais a dor sequer a mágoa
Meu lago se inundando com tanta água
O rio ultrapassando qualquer leito.

E nesse temporal meu barco segue,
Minha alma transparente já consegue
Saber vencer o medo e a agonia.

Depois de tanta luta; braços lassos,
A vida rememora em mansos traços,
Semblante extasiado em alegria

71

Semblante extasiado em alegria
Esplêndida explosão que assim nos toca,
A maquiagem da alma se retoca
Esconde a corriqueira fantasia.

Nos olhos lagrimados a agonia
Uma esperança viva não se estoca,
Saudade vai saindo de uma toca
E espalha sobre nós a noite fria.

Imagem que ficou no meu passado,
O tempo ganha o jogo, lança o dado
Mostrando em meu olhar, duro contraste,

Restando tua foto na parede,
Eu mato vez em quando a minha sede
Bebendo esta esperança que legaste.


72


Bebendo esta esperança que legaste
Entorno os sentimentos aos teus pés,
Atado com prazer, doces galés,
Colhendo o que decerto semeaste.

Não quero ser somente qual um traste
Pesado que tu levas de viés,
Enfrento qualquer forma de revés
Fazendo na alegria o meu contraste.

O jeito de te amar me faz assim,
Metade te adorando até o fim
Enquanto outra metade já reclama,

Disparatado jeito de querer,
A vontade final de poder ter
A cada nova estrofe sempre exclama


73

 

 

A cada nova estrofe sempre exclama
O coração decerto doentio,
Ao suportar o duro e forte frio
Procura no teu corpo, acesa chama.

Cobrindo minha pele com a lama
Na chuva que anuncia um novo estio,
Não vejo nosso amor mais por um fio,
Sabendo que o carinho já nos chama.

Mergulho cada beijo em tua pele,
A sensação do gozo me compele
A ter o teu amor mais plenamente.

O rumo se extravia, mas retorna
Meu coração de ti nunca se entorna
Ao ver amor tão puro, claramente.

 

 

74

 

Ao ver amor tão puro, claramente
Esboço um movimento de defesa
Por mais que não consiga e sempre tente
Eu quero esta nudez de sobremesa.

Carcaças que me invadem, corpo e mente,
Contrastam plenamente com pureza,
O parto em que se fez farta torpeza
Merece um novo rumo, mais contente.

Dementes caminheiros, noite afora,
Sem hora de saber ou ir embora,
Não ouvem mais delitos nem tais queixas

Preâmbulo da festa continua,
Enquanto aguardo a pele inteira e nua,
Afago com carinho estas madeixas


75


Afago com carinho estas madeixas,
Ronronas como gata em pleno cio,
Olhar bem mais guloso, até vadio,
Enquanto se acarinho e nada queixas.

Prometo de mansinho, mas não deixas.
A noite vai passando em pleno frio,
O amor que a gente sente por um fio,
Prometes e me negas, ninfas, gueixas.

A roupa transparente chama à festa,
Maldosa, tu me fechas qualquer fresta
Fingindo, tudo mostra; distraída.

Eu quero ter prazer; a gata mia,
E num momento feito em poesia
Percebo, neste amor, uma saída.


76

Percebo neste amor, uma saída
Que possa permitir sobrevivência,
Não tendo nesta vida coincidência,
Minha alma já não segue distraída.

Invado tua praia mais querida
E bebo tua boca em transparência,
Amor que represando uma demência
Fascina enquanto trama a despedida.

Às vezes me pergunto sem respostas,
Se as mesas do banquete foram postas
Ao ver tua presença iluminando.

Por mares nunca dantes explorados,
Com olhos e sorrisos mais safados,
Meu barco nos teus mares navegando.


77


Meu barco nos teus mares navegando
Enfrenta os temporais com gargalhadas,
As mãos que foram sempre bem atadas
Agora em liberdade acarinhando.

Às vezes pelos cantos hibernando
Esqueço que possuo tais escadas
E perco o rumo em meio a barricadas
Enquanto a solidão vem nos tocando.

Marchando para os braços de quem amo,
Do quanto que perdi já não reclamo,
Pois sinto o teu amor em minha veia.

Assim se a noite chega amarga e fria,
O coração depressa já se estia
Ao ver a claridade em lua cheia


78

 

 

Ao ver a claridade em lua cheia
Serpenteando brilhos na calçada,
Quem veio de um vazio e traz o nada,
Ao ver tanta beleza se incendeia.

Eu quero ter o verso em que se creia
Deixando a solidão ali, jogada,
Porém uma saudade disfarçada
Invade em ondas tantas, minha areia.

Matando o que não fora proveitoso,
O céu se mostra menos tenebroso,
O tempo passará em vinho e gim.

E tendo o que pretendo e sempre penso
Amor que se mostrando forte e denso
É meu princípio, trama, rumo e fim.


79

É meu princípio, trama, rumo e fim
O muito que transportas num olhar,
O quanto te desejo, sempre assim,
Divina transparência a nos tocar.

Artemísias, gerânios, meu jardim
Na febre que transtorna a se entregar
Bailando uma esperança sobre mim
Em ondas gigantescas, belo mar.

Navego tua pele, solto as velas,
Desenho o paraíso em aquarelas
E traço a fantasia com meus versos,

Jogado em tempestade o meu saveiro,
Percebe o sonho livre e derradeiro,
Em vagas ilusões, cantos dispersos.


80

Em vagas ilusões, cantos dispersos
Galgando a liberdade sem igual,
Na cama, um verdadeiro festival
Permite estrelas tantas. Universos...

Desejos em desejos quando imersos
Transbordam num divino ritual
Sem ter um vencedor, a triunfal
Beleza contagia assim os versos.

Românticas sonatas noite afora,
O corpo que se entrega e me decora
Fartura de emoções vivo contigo.

E o gozo repetido em glória insana,
Na voz uma deidade soberana,
Prepara ao fim da noite o nosso abrigo.


81

Prepara ao fim da noite o nosso abrigo
O gozo da alegria sem limites.
Eu peço meu amor, jamais evites
O franco riso intenso que persigo.

Às vezes quando negas, nada eu digo,
Apenas aceitando os teus palpites
Embora a culpa inteira me debites
Não vejo neste jogo mais perigo.

Transformas brisa em forte tempestade,
Distante da mais pura realidade,
Suporto, com certeza, a falsidade.

Deixando para trás fatalidade,
Eu sinto que este riso, na verdade
Promete para amor, fertilidade.

82


Promete para amor, fertilidade
A mansidão gentil de quem afaga,
Não pedindo carinho como paga
Estende sua mão, dá liberdade

Usando de total sinceridade
Não quero a tua boca feita em draga,
Água demais? A planta já se estraga
E morre sem saber felicidade.

Porém quem se mostrando eficiente
Não teme a chuva forte ou inclemente
Depois de certo tempo é desfrutar

A mão que acaricia e nunca cobra,
Não tendo uma procela, não soçobra,
Recolhe cada fruto do pomar.


83


Recolhe cada fruto do pomar
Quem sabe cultivar com maestria,
Um jeito agricultor trama alegria,
Decerto colherá o bem de amar.

Arando então a terra com vagar,
Cevando pouco a pouco e todo dia,
Usando de toda arte que sabia
Chegaste à minha vida, devagar.

Depois de certo tempo eu percebi
O quanto eu necessito assim de ti,
De todos os prazeres, bela mina.

Redimes com carinho, os erros tolos,
Nos gestos sempre calmos, aras solos,
Rainha que tão mansa, me domina


84

Rainha que tão mansa me domina
Já sabe conquistar, não necessita
Da força muitas vezes mais maldita
Na qual todo o prazer se desatina.

Numa alma transparente e feminina
Beleza sem igual, rara pepita
No olhar que mansamente assim me fita
Uma certeza firme determina

O rumo que se busca em nossa vida,
A cada novo dia, uma saída,
Trazendo à tempestade, calmaria.

Apascentando enfim, qualquer batalha,
Bafeja em calma brisa que não falha
O vento da mais pura poesia.

85

O vento da mais pura poesia
Tocando a minha face faz a festa,
De tudo o que já tive nada resta
Senão alguma gota de ironia.

Quem sabe e reconhece não confia,
Fugindo o mais depressa da floresta,
Se a queda agora corta, amor testa
E mente muito bem: eu não queria.

Depois que foste embora, que partiste,
Eu juro não fiquei tampouco triste
A vida transformada em maravilha.

Porém se a lua vem em noite bruta
Ao longe, bem de longe, inda se escuta
Os uivos das saudades em matilha


86

Os uivos das saudades em matilha
Adentram minha casa invadem quarto
Mesmo que eu tente, deles não me aparto
Entranham cada cômodo ou mobília.

A noite preparando uma armadilha,
Deixando quem amou decerto farto,
Refaz em agonia, antigo parto
Um fugitivo busca nova trilha...

Cansado de viver tanta tristeza,
Distante de uma fera nego a presa,
Apenas vou tentando sem adeus

Amor que seja leve e companheiro,
Sabendo deste sonho, por inteiro:
Não quero ser vassalo nem ser deus!

 

87

Não quero ser vassalo nem ser deus,
Apenas navegarmos lado a lado,
Reflexos que se espelham teus e meus,
Num sonho que se faça delicado.

Não posso mais ouvir falar de adeus,
Já tendo aqui comigo um raro fado
Carinhos desfrutados, todos teus,
No olhar que é pelo amor abençoado.

A melodia invade a nossa casa,
Saudade, nunca mais. A vida abrasa
E mostra ser mais crível, paraíso.

Eu tenho que dizer quanto eu te quero
No canto mais sublime que venero,
Falando deste amor calmo e preciso.

88


Falando deste amor calmo e preciso.
Não quero me perder sem teu carinho,
Aguardo cada gota deste vinho
E bebo em calmaria o paraíso.

Amor que tocou fundo e sem aviso
Fez do meu peito agora, rumo e ninho,
Chegando toda noite de mansinho,
Eu dele quero sempre e até repriso.

Cevando a vida inteira, na colheita
A vida em harmonia quando é feita
Provoca a mais suave convulsão.

Eu quero recolher felicidades
E mesmo que inda venham tempestades,
Jamais em minha vida digo o não.


89


Jamais em minha vida digo o não
E caço a noite inteira estrela e lua,
Deitando em minha cama a deusa nua,
Provoca a mais completa perdição.

O vento que se faz em turbilhão
Abrindo uma janela expõe a rua,
Minha alma transparente assim flutua
E bebe a tempestade, o furacão.

Chegando de mansinho, fez estrago
O turbilhão tomando o calmo lago
Promete um gosto bom, queima o cinzeiro.

Chacoalham-se quadris, louco balanço
Prazer vem galopante quando avanço,
Matando o medo algoz e feiticeiro

90
Matando o medo algoz e feiticeiro
Apegos bem mais firmes, nosso jogo,
Queimando sem juízo, acende o fogo
E mostra este desejo por inteiro.

Do quanto que te quero, sinto o cheiro
E tramo esta ventura em que me jogo,
Da forma mais sutil quando me afogo
Eu vejo que este amor é verdadeiro.

Penetro tais defesas, abro frestas,
Aparam-se sutis velhas arestas
E o tempo sem limites, vai passando.

Na rua, na calçada ou no motel,
Ao desvendar vestígios deste céu,
Não quero e nem pergunto aonde e quando.


91


Não quero e nem pergunto aonde e quando
Somente vou mais fundo no mergulho,
Não temo mais espinho ou pedregulho,
As matas deste amor, sigo explorando.

Se a terra vai depressa desabando
Apenas vou falar do meu orgulho
De ter bem junto a mim concha e marulho
Delicias que eu prossigo desvendando.

No mote repetido muitas vezes,
Os olhos caçadores viram reses
No pão bela fornada que se anseia.

Chegando à minha cama, soberana
No vento que depressa a chama abana
Amor vem devagar e me incendeia

92

Amor vem devagar e me incendeia
Não deixa mais sobrar sequer defesa,
Comendo com vontade a sobremesa,
Aranha decidida faz a teia.

A lua que nos cobre sempre é cheia,
Maré que inunda e cala esta tristeza,
O bem do amor em forte correnteza
Adentra em reboliço minha veia.

Na cheia destes rios piracema,
Deixando para trás qualquer problema
Nas mãos da timoneira poesia,

O barco de meus sonhos se repete
Sabendo navegar já se acomete
De tudo o que mais sinto; o que eu queria

 

FINAL DA PRIMEIRA PARTE


Creio ser essa a primeira ESPIRAL DE SONETOS publicada na História da Literatura Universal já que, ao contrário da COROA de sonetos que se encerra no primeiro verso do primeiro soneto, esta prossegue no segundo, depois no terceiro até chegar ao último verso.
Espero que gostem.


ESPIRAL DE SONETOS PARTE 02


93


De tudo o que mais sinto; o que eu queria
É ter o teu sorriso aqui comigo,
O resto na verdade, nem mais ligo,
Apenas eu desejo uma alforria

Libertação se faz a cada dia
Cevando a poesia joio e trigo
Misturas que demonstram que o perigo
Às vezes bem mais perto que podia.

Persisto com meu passo, sem descanso,
Não me importando, juro, se eu alcanço
Ou perco a flor, matando o seu perfume,

Porém ao pôr meu peito mais exposto
O esgar que se demonstra no meu rosto
Permite que meu passo, enfim se aprume.


94


Permite que meu passo, enfim se aprume,
O verso mais liberto e sem conchavos,
Mil mares naveguei, calmos e bravos,
Se eu tenho ou se não trago mais queixume

Não me deixo levar por teu ciúme,
Apenas coletando estes centavos
Carrego em minha morte, lírios, cravos
Até que com meu cheiro se acostume

Aquela que se fez a companheira,
Legando a solidão mais corriqueira,
Sabendo o quanto livre é minha vida.

Agora que encontrei mais claro o rumo,
Os erros cometidos eu assumo:
Minha alma se encontrava, antes perdida


95


Minha alma se encontrava, antes perdida
Beijando qualquer boca no caminho,
Bebendo com vontade amargo vinho,
Vencido pela sorte distraída

De toda esta ilusão foi abstraída
Até morrer sem dó, ledo e sozinho.
Chicote me cortando de mansinho,
A noite sem vigia está perdida.

No pé de manacá eu me estrepei,
Verrugas quando estrelas apontei,
Amor deu seu sorriso mais boçal.

Despido dos desejos meu prazer
Agora é tão somente já me ver
Subindo calmamente este degrau.


96

Subindo calmamente este degrau
Eu vejo que encontrei a cobertura,
Na boca feita em mel, uma amargura
Fazendo a gente sempre passar mal.

Da tua capoeira o berimbau,
O manto que te cobre não me cura,
Volumes de um compêndio sem brochura
Gaivota disfarçada em bacurau.

No matagal de versos me perdi,
Em incontáveis vezes abstrai
E vi o quanto a vida é ruim sem lema

Na cama uma donzela em reboliço,
Acende o coração renova o viço,
Mostrando em paz profunda um raro tema.


97


Mostrando em paz profunda um raro tema.
A fonte não se esgota e traz de novo,
Veneno tão gostoso quando provo
Uma ambrosia rara, bela gema.

Querida; só te peço: nunca trema,
Senão a gente quebra a casca do ovo
E o verso que sair trazendo estorvo
Decerto causará qualquer problema.

Não quero baboseiras tão românticas,
Nem teorias tolas, meras, quânticas,
Apenas o que sirva ao meu proveito.

Demônios recebidos fui Mefisto,
Sabendo que ao amor nunca resisto,
A sina de ser teu; agora aceito.

98


A sina de ser teu; agora aceito
E falo da vontade de te ter,
Recendes à ventura e ao bel prazer
Deitando bela e nua sobre o leito.

O jogo que começa a ser refeito
Regido pelas fontes do querer
Somando não concebe mais perder
E vive sem limites dá seu jeito.

Depois das ratoeiras espalhadas,
As caças passam ser ludibriadas
Jogando para as traças, fantasia.

Não sendo mais sequer um velho príncipe
Apenas me entregando, um vil partícipe,
Aos braços deste amor que me queria.


99

Aos braços deste amor que me queria
Que fazem do meu corpo o seu joguete,
Não quero nesta vida mais confete
Apenas destruir esta agonia.

A noite vai passando em mão vazia
E o tempo ao qual amor já me arremete
Fazendo o que bem quer logo promete
Manhã que tão distante não viria.

Aborto de ilusões, a noite vaga,
A boca que me morde enquanto afaga,
Uma draga pedindo que eu me afaste,

Mas mesmo com sarcasmos, sigo rindo
Nem mesmo as tempestades prosseguindo
Não rompem da alegria esta dura haste


100


Não rompem da alegria esta dura haste
As dores e as tristezas reunidas.
Andando sem tropeço, nossas vidas
Não têm, eu te garanto, mais desgaste.

Amor quando se mostra num contraste
Revela e não releva mais saídas,
Num toque delicado, um novo Midas
Não deixa que de ti eu já me afaste.

Barganhas que fizemos no passado,
Jogadas neste canto malfadado
Não são sequer problemas para gente.

Eu vejo que nasci quando te vi
Ao matar a memória eu percebi:
Vontade de te amar se faz urgente.

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sexta-feira, dezembro 31, 2010 - 13:55

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MarcosLoures

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