faz de conta

Num jogo de faz de conta
desmantelei-te as estruturas
fragmentei-te as verdades absolutas
desconstrui-te as emoções.
Dissequei-te a alma,
enquanto me quebravas o pedestal
e me desmantelavas estruturas
e verdades, e emoções.

A teia magnética
que inventei para te encantar
(que inventaste, para me encantar)
tambem se aponderou de mim.

Aprisionou-me os membros, e os olhos e o pensamento.
Tornaste-te a unica imagem possivel
heroi de um sonho real.
Já nao podias salvar-me,
exilado
numa dimensao igual à minha.

Olhamo-nos, em desespero
enquanto o destino nos devorava
e bebia o sangue, e as ilusões.
Fizemos de conta, que podiamos ser felizes
antes que o peso do mundo nos destruisse.

A luz apagou-se, e já não te encontrei.
Tinhas partido sem mim.
Mas não sabias ainda,
que tambem ficavas para trás.

De olhos abertos no escuro
não te sinto.
Já nao te ouço respirar.
Mas vou fazendo de conta, que ainda estás...