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Gaivotas

As gaivotas banhavam-se alegremente,

Numa fonte junto ao casino.

 

Mergulham o bico na água parada,

Navegam de cabeça levantada,

A meio da tarde.

 

O vento corre,

Em cheiro de maresia,

Alguns pescadores concertam redes,

No fresco de suas garagens.

 

Lá longe o farol berra,

O sina da igreja grita,

Os carros passam com famílias sorridentes,

E casais,

Quando o sinal fica vermelho,

Na avenida junto ao mar,

Ela lentamente acaricia os testículos do companheiro,

Vendo indiferente,

Os vultos atravessar a passadeira.

 

O mar,

Embala-nos violentamente,

Com a sua sinfonia,

Quem a dirige,

Mais uma vez é a gaivota,

Planando lentamente no ar,

De assas abertas dizendo,

Ao mar,

Para espalhar sua espuma,

Na areia dourada.

 

Tanta beleza deixa-me distante,

(É esse o problema com tudo aquilo que é belo)

A olhar.

 

E vejo uma mulher negra,

Tirar os sapatos,

Ela olha para mim,

Com os seus olhos negros de desejo,

Enquanto arregaça as calças,

Mostrando debruçada o rêgo das mamas.

 

Ao cair do sol fiquei tentado,

Uma Deuza amazónica,

Banhando os bonitos pés,

Na água salgada.

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segunda-feira, março 28, 2011 - 20:00
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