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Gaivotas
As gaivotas banhavam-se alegremente,
Numa fonte junto ao casino.
Mergulham o bico na água parada,
Navegam de cabeça levantada,
A meio da tarde.
O vento corre,
Em cheiro de maresia,
Alguns pescadores concertam redes,
No fresco de suas garagens.
Lá longe o farol berra,
O sina da igreja grita,
Os carros passam com famílias sorridentes,
E casais,
Quando o sinal fica vermelho,
Na avenida junto ao mar,
Ela lentamente acaricia os testículos do companheiro,
Vendo indiferente,
Os vultos atravessar a passadeira.
O mar,
Embala-nos violentamente,
Com a sua sinfonia,
Quem a dirige,
Mais uma vez é a gaivota,
Planando lentamente no ar,
De assas abertas dizendo,
Ao mar,
Para espalhar sua espuma,
Na areia dourada.
Tanta beleza deixa-me distante,
(É esse o problema com tudo aquilo que é belo)
A olhar.
E vejo uma mulher negra,
Tirar os sapatos,
Ela olha para mim,
Com os seus olhos negros de desejo,
Enquanto arregaça as calças,
Mostrando debruçada o rêgo das mamas.
Ao cair do sol fiquei tentado,
Uma Deuza amazónica,
Banhando os bonitos pés,
Na água salgada.
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