CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

Olhar o spleen de Candido dos Reis

O olhar perdeu-se num bar
Apaixonado pela boémia
Beijou os lábios quentes
E saboreou naquela língua
Noites repletas de jazz
Compostas de whiskey
E sentiu-se por momentos
Feliz
Acabando o resto que estava no copo

A chuva morrinha
Continua a sarapintar
As portas de vidro
Lá fora um vagabundo
Bebe um trago
Da sua garrafa de plástico
E vê
Quem sai
Quem entra
Como sempre fez
Habituando-se ao hábito
De existir conformado

Mas a noite explode
Pela boca de milhares de trompetes
As pernas das moças
Brilham em meias de licra
Sempre que um lampião
Treme a luz
Como se estivesse a piscar o olhar
Que já bêbedo
Corteja versos
Inventa histórias
E pede mais um disparo
De whiskey novo
Sabendo que está praticamente liso
E só
Como sempre
Diante de um balcão
Construído sobre melancolia

Chove
O som metalizado
Das gotas a cair pelos velhos canos
Das caleiras ferrugentas
Perfuradas pelo tempo
Que as abandonou
Cravadas na carne podre
Dos prédios nocturnos
Iluminados pelo placar luminoso
Da hospedaria
Mostrando a tinta
A descascar-se
Como um quadro velho
À muito esquecido
Nas memórias de um olhar
Negro
Que eu não consigo esquecer
Enquanto fumo meio cigarro
E o nevoeiro se abate
Como um manto de gás
Sobre a rua Cândido dos Reis
Deserta nos passeios
E cheia de spleen

Submited by

quarta-feira, março 30, 2011 - 18:32
No votes yet

jgff

imagem de jgff
Offline
Título: Membro
Última vez online: há 11 anos 27 semanas
Membro desde: 07/05/2009
Conteúdos:
Pontos: 176

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of jgff

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Poesia/Arquivo de textos Imagina-se, depois pensa-se em entrar 0 790 12/18/2012 - 20:33 Português
Poesia/Arquivo de textos Manhã 1 915 03/31/2011 - 01:31 Português
Poesia/Arquivo de textos A vida é uma arte cruel 0 808 03/30/2011 - 18:56 Português
Poesia/Arquivo de textos Olhar o spleen de Candido dos Reis 0 972 03/30/2011 - 18:32 Português
Poesia/Arquivo de textos O sono do pensar 0 833 03/30/2011 - 18:19 Português
Poesia/Arquivo de textos Nada se encontra 0 797 03/30/2011 - 18:15 Português
Poesia/Arquivo de textos A procura da resposta pela dor 0 831 03/30/2011 - 18:12 Português
Poesia/Arquivo de textos Um fado cantado 0 924 03/30/2011 - 18:05 Português
Poesia/Arquivo de textos Poema sobre um taxi e um escarro que se saiu 0 1.392 03/30/2011 - 18:00 Português
Poesia/Arquivo de textos O sossego das palavras 0 752 03/30/2011 - 17:47 Português
Poesia/Arquivo de textos Escolha 0 998 03/30/2011 - 17:42 Português
Poesia/Arquivo de textos História sobre pétalas e uma ponte 0 864 03/30/2011 - 17:36 Português
Poesia/Arquivo de textos Compreensão 0 1.030 03/30/2011 - 17:27 Português
Poesia/Arquivo de textos Sopro 0 1.032 03/30/2011 - 17:20 Português
Poesia/Arquivo de textos Gaivotas 0 1.277 03/28/2011 - 20:00 Português
Poesia/Arquivo de textos Memória 0 906 03/28/2011 - 19:50 Português
Poesia/Arquivo de textos Gozar a morte 0 977 03/28/2011 - 19:46 Português
Poesia/Arquivo de textos Fumo os meu cigarros 0 1.024 03/28/2011 - 17:52 Português
Poesia/Arquivo de textos Não se encontra a resposta que procuramos 0 1.001 03/28/2011 - 17:50 Português
Poesia/Arquivo de textos A morte de uma paixão 0 836 03/28/2011 - 17:49 Português
Poesia/Arquivo de textos Verão de Março 0 766 03/28/2011 - 17:48 Português
Poesia/Arquivo de textos O dia nasceu chuvoso 0 990 03/28/2011 - 17:46 Português
Poesia/Arquivo de textos A taberna 0 986 03/28/2011 - 17:45 Português
Poesia/Arquivo de textos O passo 0 849 03/28/2011 - 17:44 Português
Poesia/Arquivo de textos Banco de jardim 0 1.287 03/28/2011 - 17:43 Português