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Jonathan Swifft- As viagens de Gulliver
Quem é que depois de ler o abaixo transcrito… pode afirmar que esta obra é juvenil?
Só os tacanhos de espírito, os miseráveis de educação estreita e os merdas que gostam de colocar meros rótulos em tudo! Ou quem nunca o leu! Fakes, a charade they are!!! lol
Admito que a grande maioria, conhece a parte primeira das cinco partes, e da perspetiva adulterada do cinema!
Um excelente livro! Um livro atual, uma violenta e sarcástica crítica social! O livro que eu gostaria de ter escrito!
As Viagens de Gulliver podem e devem ser lidas por crianças dos oito (?) aos oitenta anos sem perder o seu conteúdo crítico essencial.
Convido à leitura da parte terceira, capítulo VII e VIII aos que se têm em douta e empertigada sapiência…
A IV parte é fascinante, um mundo à parte!
Bons livros!
(…) belo como a Primavera, agradável como o Verão, pródigo como o Outono e terrível como o Inverno.
Quão pouco valor têm os maiores serviços prestados aos poderosos quando, depois, se lhes nega o apoio nas suas paixões.
Consideram a fraude um crime mais grave que o roubo. Alegam que, com cuidado, vigilância e uma inteligência comum, os bens de uma pessoa podem salvaguardar-se dos ladrões; mas que a honestidade não tem defesa possível perante uma astúcia superior.
A ausência de virtudes morais não pode ser recompensada pelas superiores capacidades do intelecto, é até perigoso certos cargos a pessoas só assim qualificadas.
Os erros cometidos por ignorância, mas com boa intenção, nunca são tão nefastos ao bem público como as acções praticadas por um homem cujas inclinações o levam à corrupção e dispondo de capacidades para manobrar, multiplicar e encobrir as suas desonestidades.
Aquele que retribui ao seu benfeitor com o mal, tem de ser, necessariamente, inimigo do resto da humanidade, à qual não deve favores.
A boa esposa deve ser sempre uma companheira interessante e agradável, porque não se é eternamente jovem.
Nada há de mais injusto que pessoas, na subserviência de todos os seus apetites, ponham as crianças neste mundo e abandonem aos outros o encargo de as sustentar.
Não existe grande ou pequeno, senão em comparação.
(…) a parte menos honrosa do meu corpo.
(…) desejando saber se senhores tão zelosos não teriam, antes, em vista a possibilidade de se reembolsarem dos trabalhos e incómodos por que passavam, sacrificando o bem público aos desígnios de um príncipe fraco e vicioso, assistido por um ministro corrompido.
(… ) como é que um reino suportava a administração dos seus bens como se tratasse de um empreendimento particular?
A ignorância, a frivolidade e o vício, são os ingredientes mais adequados para a qualificação do legislador.
As leis são melhor explicadas, interpretadas e aplicadas por aqueles cujo interesse e habilidade está em pervertê-las, confundi-las e iludi-las.
(…) se nós eramos governados pelos nossos representantes e com o nosso consentimento, não compreendia quem nós receávamos ou contra quem nos queríamos bater (…) não posso deixar de concluir que os teus compatriotas constituem a mais perniciosa raça de vermes odiosos que a natureza jamais permitiu que rastejassem na superfície da Terra.
Declarou ter abominação e desprezo por todo o “mistério”, “subtileza” e “intriga”, tanto num príncipe como num ministro. Não percebia o que eu queria dizer com “segredos de Estado”, quando não se tratava de um inimigo ou alguma nação rival.
Quem quer que conseguisse fazer nascer duas espigas de trigo onde antes apenas nascia um era mais digno de humanidade e teria prestado um serviço mais essencial ao seu país que toda a raça de políticos juntos.
Quão diminuto, desprezível e indefeso animal é o homem na sua natureza própria (…). Acrescentava que a natureza degenerara nestas últimas épocas de decadência do mundo, conseguindo agora apenas produzir pequenos abortos, comparados com os seres dos tempos primitivos.
Não podia deixar de reflectir acerca desta moral universal que conduz toda a gente a queixar-se das forças da natureza, exagerando as fraquezas próprias.
(…) durante muitas eras foram atormentados pelo mesmo mal a que toda a raça humana é atreita: a nobreza que luta pelo poder, o povo pela liberdade e o rei por um domínio absoluto.
A verdade sempre impressionou espíritos racionais.
Há que considerar que os caprichos das mulheres não são limitados pelo clima ou nação e que elas são muito mais parecidas umas às outras do que vulgarmente se crê.
(…) e sabem bem quão instável é a posição de favorito.
Propunham (…) que se ensinasse os ministros a terem sempre em vista o bem comum; para que se recompensasse o mérito, o talento e os serviços eminentes; para que se instruísse os príncipes a reconhecerem o seu verdadeiro interesse, identificando-o com o do seu povo; para que vários lugares públicos se escolhessem as pessoas verdadeiramente capazes de os exercer; e muitas outras quimeras impossíveis, que jamais inspiraram os homens.
Não existe nada, por mais absurdo e irracional, que não tenha sido tomado como verdadeiro.
Havia um doutor de espírito muito engenhoso, que parecia possuir a fundo o conhecimento de toda a natureza e arte de governar. Esta ilustre pessoa dedicara ultimamente os seus estudos na descoberta dos remédios eficazes para todas as doenças e corrupções a que as várias repartições de administração pública estão sujeitas, graças aos vícios e enfermidades daqueles que governam, assim como à libertinagem daqueles que é suposto obedecerem. E assim, uma vez que todos os escritores e filósofos estão de acordo em como existe uma estreita semelhança universal entre o corpo natural e o corpo político, não se tornará por de mais evidente que a saúde de ambos deva ser preservada e as suas maleitas tratadas segundo os mesmos métodos? É um facto admitido por todos que os senados e conselhos de Estado são efervescentes e outros igualmente mórbidos; por doenças de cabeça e, sobretudo, de coração; por fortes convulsões e atrozes contracções dos nervos e tendões em ambas as mãos, especialmente na direita; por má disposição, flato, vertigens, delírios; por tumores escrofulosos inchados de matéria purulenta e fétida; por apetites caninos e indigestões… Perante isto, esse tal médico propunha que, cada vez que um senado se reunisse, fosse permitida, durante as três primeiras sessões de trabalho, a presença de determinados médicos, que no fim de cada uma tomariam o pulso aos senadores, para, depois de maduramente terem considerado e estudado a natureza dos vários males e os seus métodos de cura, numa quarta sessão voltarem acompanhados dos seus farmacêuticos com os remédios adequados, e, antes que os membros do senado retomassem os seus lugares, administrar-lhes-iam os respectivos lenitivos, aperitivos, abstersivos, corrosivos, restringentes, paliativos, laxativos, cefalálgicos, ictéricos, apoflegmáticos e acústicos, conforme as várias doenças a debelar. E, segundo os resultados obtidos, estes remédios seriam repetidos, alterados, ou omitidos na reunião seguinte do senado.
A execução deste projecto (….) teria grande utilidade na resolução dos assuntos prementes naqueles países em que os senados partilham do poder legislativo, pois condicionaria a unanimidade, abreviaria as polémicas, abriria algumas bocas que agora se mantêm fechadas e fecharia muitas outras que estão permanentemente abertas, refrearia a petulância dos jovens e corrigiria a teimosia dos velhos, despertaria os estúpidos e desanimaria os insolentes.
E porque todos se queixam de pouca e fraca memória (…) propunha que quem quer que fosse recebido por um primeiro-ministro fizesse da forma mais breve possível a exposição do assunto que vinha a tratar e, quando fosse a sair, desse ao dito ministro um piparote no nariz ou um murro na barriga, lhe pisasse os calos ou puxasse repetidas vezes as orelhas, lhe espetasse um alfinete no fundo das costas ou lhe beliscasse os braços, para evitar esquecimentos. E, caso fosse necessário, aconselhava que em cada audiência concedida repetisse a mesma operação, até o seu pedido ser satisfeito ou definitivamente recusado.
(…) todo o senador importante, depois de ter emitido a sua opinião e alegado a sua defesa devia ser obrigado a dar o seu voto contra, pois, se procedesse assim, o resultado contribuiria infalivelmente para o bem público.
Assisti a uma discussão deveras acesa, entre dois professores, sobre quais os métodos mais úteis e eficazes de extorquir dinheiro sem que a pessoa o sinta:
O primeiro sustentava que o método mais justo consistia em fazer incidir determinado imposto sobre vícios e disparates cometidos pelos homens, devendo a taxa individual ser determinada com justiça por um júri composto pelos vizinhos de cada um;
O segundo defendia uma opinião literalmente oposta, de que deviam estar sujeitas a imposto aquelas qualidades físicas e intelectuais, pelas quais os homens se avaliam a eles próprios, sendo o montante determinado segundo os vários graus de superioridade, decisão esta que era inteiramente deixada ao livre arbítrio de cada um. O imposto mais elevado incidiria nos homens que se destacassem como favoritos do belo sexo, devendo o seu montante ser determinado pelo número e natureza dos favores que lhes eram concedidos, os quais eles estavam autorizados a testemunhar. O talento, o valor e a cortesia estariam de igual modo sujeitos a contribuições elevadas, sendo aqui também o próprio indivíduo quem apresentaria uma relação das suas posses neste capítulo. Enquanto isso, a honra, a justiça, a sabedoria e a cultura seriam isentas de qualquer taxa, pois são elas qualidades de espécie tão rara que ninguém as atribuiria ao seu vizinho ou encontrava em si próprio.
Quanto às mulheres, as contribuições a pagar recairiam sobre a sua beleza e arte no vestir, que gozavam o mesmo privilégio dos homens, pois seriam elas próprias quem as determinariam. Porém, a constância, a castidade, o bom senso e o carácter não eram apreçados sequer, pois não compensariam o incómodo de os cobrar.
Um outro professor (…) aconselhava os grandes homens de Estado a indagarem sobre o alimento de todas as pessoas suspeitas de possíveis tramas e conspirações contra o Governo; as suas horas das refeições, para que lado se deitavam e a mão de que se serviam para limpar o traseiro. Em seguida após um exame minucioso dos seus excrementos, da sua cor, cheiro, gosto e consistência, se apresentava restos de alimento ingerido ou se a digestão tinha sido perfeita, formar-se-ia uma ideia sobre os seus pensamentos e desígnios, pois em nenhum outro lugar se está mais concentrado, pensativo e decidido que na retrete.
Enchi a vista com as imagens dos justiceiros derrubando os tiranos e usurpadores e a dos libertadores das nações oprimidas e injuriadas.
Fiquei, sobretudo, desconsolado com a história moderna, pois (…) vim a descobrir como o mundo fora enganado por escritores prostituídos, que atribuíram os maiores empreendimentos guerreiros a cobardes, as decisões mais sensatas a idiotas, a sinceridade a lisonjeiros, a virtude a traidores, a piedade aos ateus, a castidade aos corruptos e imorais e a verdade aos denunciantes. Quantas não foram as pessoas de carácter e inocentes condenadas à morte e ao exílio pela influência funesta dos ministros importantes sobre depravados juízes e pela maldade dos partidos. Quantos não foram os vilãos chamados a ocupar os cargos mais elevados de confiança, poder, dignidade e benefício. Até que ponto alcoviteiras, prostitutas, proxenetas, parasitas e bobos não influíram nos destinos das cortes e decisões dos senados e conselhos.
Que opinião tão reles eu não formei da sabedoria e integridades humanas, depois de ficar perfeitamente elucidado sobre as origens e motivos das grandes iniciativas e revoluções no mundo e sobre os desprezíveis acidentes a que devem o seu sucesso.
(…) descobri também a patifaria e a ignorância daqueles que, almejando o sensacionalismo, pretendem escrever “anedotas” e história confidencial; que enviam tantos reis para o outro mundo com uma pitada de veneno; que transcrevem a conversa entre um príncipe e o seu primeiro-ministro, a que ninguém assistiu; que desvendam os pensamentos e conteúdos das papelarias de embaixadores e secretários de Estado; e que têm a infelicidade de estar sempre enganados.
(…) descobri as causas verdadeiras de muitos dos grandes acontecimentos que surpreenderam o mundo, de como uma prostituta consegue manobrar alguém nos bastidores, como esse alguém vai influenciar um conselho e como um conselho interfere num senado. Um general confessou na minha presença que alcançara uma vitória puramente por cobardia e má orientação, enquanto outro, um almirante, por estupidez, derrotara o inimigo a quem pretendia entregar traiçoeiramente a sua armada. Três reis, pelo menos, afirmaram perante mim que durante os seus reinados nunca concederam privilégios especiais a alguém de merecimento, a não ser por erro ou traição de algum ministro em quem confiavam; e que nunca o fariam, pois, que o trono não poderia sobreviver sem a corrupção e que aquele temperamento positivo, confiante e empreendedor que a virtude infunde no homem constituía um entrave constante na administração pública.
Todos os novos sistemas da natureza não passam de novas modas, que, como tal, variam de época para época; e que mesmo aqueles que os pretendem demonstrar por meio de princípios matemáticos apenas causam sensação durante um certo período de tempo, sendo regalados ao esquecimento quando assim se decide.
A vida eterna era um desejo universal, inerente à humanidade (…), mas como suportar essa mesmo eternidade sob as condições desvantajosas que a idade habitualmente acarreta (…) as doenças, tornarem-se rabugentos, avarentos, taciturnos, vãos, (…) invejosos e desejosos de paixões impossíveis. Os principais alvos da inveja, os jovens e os que morrem de velhice. Quanto aos primeiros, por exclusão de toda a possibilidade de prazer; quanto aos segundos, por não se poder, finalmente, descansar em repouso.
(…) quais as causas ou motivos habituais que levam um país a declarar guerra a outro. Respondi-lhe que eram inumeráveis e lhe apontaria, apenas as principais. Provinham, por vezes, da ambição dos príncipes, que não se contentavam com as terras e o povo que tinham para governar; e outras vezes de corrupção dos ministros, que, provocando a guerra, procuravam por este meio abafar o descontentamento dos súbditos pela sua perniciosa administração. A diferença de opiniões causara, também, milhões de vidas; como, por exemplo, se a “carne” era “pão” , ou o “pão” a “carne”; se “assobiar” construía “vício” ou “virtude”; se a cor mais adequada para um casaco seria o “preto”, o “branco”, o “vermelho” ou o “cinzento” (…) e muitas outras divergências do género. Disse-lhe, ainda, serem as guerras mais terríveis e sanguinolentas, e de maior duração, exactamente aquelas que tinham por base uma diferença de opinião, geralmente sobre coisas sem importância.
Acontece, por vezes, dois príncipes guerrearem-se para decidir qual dos dois se há-de apoderar dos domínios de um terceiro, a que nem um nem outro tem direito. Outras vezes é um príncipe que declara guerra a outro com receio que o outro lhe declare a ele. Entra-se, também, em guerra ou porque o inimigo é “forte” ou porque é “fraco” de mais. Do mesmo modo , vizinhos nossos “querem” coisas que nós “temos”, ou “têm” coisas que nós “queremos”, e ambos lutamos, até que eles nos tirem o que é nosso ou nos dêem o que é deles. Outro motivo importante para levar a guerra a um país estrangeiro é vê-lo assolado pela fome, devastado pela peste, ou enfraquecido pelas lutas internas. Justifica-se , também, entrar em guerra com o nosso vizinho mais próximo quando uma das suas cidades tenha boa situação estratégica ou porque uma faixa do seu território traria mais consolidação aos nossos domínios. Se um príncipe volta as suas forças contra a nação, cujo povo é pobre e ignorante, ele pode, de modo a civiliza-los e a tirá-los da barbárie em que vivem. É prática muito real, distinta e frequente, quando um príncipe requer a ajuda de outro contra um invasão, esse outro, após ter posto em fuga o invasor, apoderar-se ele próprio dos domínios, matando, encarcerando ou banindo o príncipe que ele veio ajudar. Os laços de sangue, ou por casamento, são causa suficiente para a guerra entre príncipes; e quanto mais chegado é o parentesco maior é a sua disposição para se guerrearem. As nações “pobres” é porque têm “fome”, as “ricas”, porque são “orgulhosas”; e, se há pessoas quezilentas, é a esfomeada ou a orgulhosa. Por tudo isto, o ofício de “guerreiro” é o mais considerado de todos os outros; e ser “guerreiro” é matar, por contrato, a sangue-frio, o maior número possível da sua espécie.
(…) mas ele continuava sem perceber como a lei, que fora instituída para o bem de todos os homens, poderia trazer ruina a algum. (…) Contei-lhe que havia entre nós uma determinada classe de homens, instruídos desde jovens na arte de provar por palavras que “branco” era “preto” e “preto” era “branco”, consoante o que se lhes paga; (…) o que, se for feito com habilidade, convencerá os juízes.
Estes juízes são pessoas designadas para decidir (…) são já idosos e anseiam acima de tudo pelo seu sossego. E vêem-se numa fatal necessidade de favorecer a fraude, o perjúrio e a opressão.
Faz esta sociedade uso de uma linguagem muito peculiar, tanto no fraseado como no modo de expressão, de compreensão impossível para o profano. Nela estão escritas todas as suas leis, que eles têm tido um cuidado especial em multiplicar, e com ela lançam a confusão entre a verdade e a mentira, o bem e o mal. Não é de estranhar que, passados dez, vinte ou trinta anos, chegarem finalmente a uma conclusão.
(…) não percebia que motivos levavam tal raça de advogados a esfalfar-se para a sua admissão numa confraria de injustiça, pela qual apenas iam causar dano aos seus semelhantes.
Os ricos gozavam do fruto do trabalho dos pobres, os quais existiam na proporção de um para mil. E a maioria do nosso povo vivia miseravelmente, trabalhando de sol a sol e ganhando um mínimo, para uns tantos privilegiados viverem abastados.
Um primeiro-ministro era uma criatura isenta de sentimentos (…) Nenhuma outra paixão o movia, senão um violento desejo pelas riquezas, poder e títulos. As suas palavras eram abundantes, não exprimindo, porém, o que verdadeiramente lhe ia no pensamento; dizia “verdades” disfarçadas de “mentiras” e “mentiras” a ser tomadas por verdade (…) E não há nada pior que receber uma “promessa”, especialmente quando esta é confirmada por juramento, depois do que a única solução sensata é uma pessoa retirar-se de vez e perder todas as esperanças (políticas).
(…) e por último, dispõem de um recurso designado por “acto de imunidade”, pelo qual se vêem livres de quaisquer ajustes de contas, retirando-se, em seguida, da vida pública, carregados dos frutos da sua pilhagem à nação.
O verdadeiro fidalgo, de sangue realmente nobre, distingue-se pelo seu corpo descarnado e doentio, a expressão tristonha e lânguida e a cor macilenta, pelo que, quando algum tem a desgraça de aparentar um rosto saudável e robusto, logo se suspeita de ser filho de um criado ou cocheiro.
Nos nossos “tribunais de justiça” não se dá por finda uma causa sem que um e outro tenham perdido tudo o que possuíam.
Colocava o entendimento humano num plano inferior ao da sagacidade no cão vulgar, que tem tino suficiente para distinguir e seguir o ladrar do “cão mais habilidoso da matilha”, sem nunca se enganar.
Os rudimentos da “lascívia”, “coquetismo”, “crítica” e “escândalo” existem por instinto na mulher.
Numa reunião de pessoas, uma pequena pausa de silêncio é salutar para a conversa que se mantém, pois durante este intervalo surgem no espírito novas ideias que vão estimular e dar seguimento ao que anteriormente se disse.
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