CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Memorial I
Partiste há muito. Podia perfeitamente precisar no friso cronológico do tempo. Mas não quero. Não é o tempo decorrido que me leva a iniciar o memorial granítico de memórias do teu e meu tempo. Era preciso um começo. Terminará quando a memória se ausentar de mim. É ela a culpada dos sentimentos. É ainda ela que me leva a sorrir-te, a contemplar o teu rosto, a ver-te andar, a ver-te chegar e partir, a reparar na habilidade manual da tua arte-trabalho, a afagar a roupa que usavas, a sentir o prazer do gesto de cuidar dos teus pés mergulhados na água quente em noites frias…
E tudo se mistura. A filha criança, menina, jovem, mulher, mãe. Ainda tiveste tempo para sentires a ternura de teres um neto nos teus braços e de passarmos um natal sem ausências físicas.
Acontece precoce, a partida na tua família. Foi a avó Cândida, o avô Alcino, a tia Virgínia, a tia Margarida – ainda presente na sua ausência mental – e, sabes, recentemente, o tio Zé. Por isso é que o tempo dos meus continua a estar no meu sentir tempo. Como se fora património edificado. E cuido dele porque, nos seus traços, estão os teus e vossos traços, carateres esculpidos nas pedras lascadas que herdei.
E tudo se mistura. A filha criança, menina, jovem, mulher, mãe. Ainda tiveste tempo para sentires a ternura de teres um neto nos teus braços e de passarmos um natal sem ausências físicas.
Acontece precoce, a partida na tua família. Foi a avó Cândida, o avô Alcino, a tia Virgínia, a tia Margarida – ainda presente na sua ausência mental – e, sabes, recentemente, o tio Zé. Por isso é que o tempo dos meus continua a estar no meu sentir tempo. Como se fora património edificado. E cuido dele porque, nos seus traços, estão os teus e vossos traços, carateres esculpidos nas pedras lascadas que herdei.
A voz erguida quando precisa.
O ato solidário do dia a dia.
A honestidade como guia…
O ato solidário do dia a dia.
A honestidade como guia…
Vês, pai, foi tão fácil iniciar a construção deste Memorial! Até breve…
(Deus te abençoe, minha filha – ainda consegui ouvir antes de pousar a caneta.)
OF (Odete Ferreira) – 19-03-2014
Submited by
quinta-feira, março 20, 2014 - 01:10
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 1344 leituras
other contents of Odete Ferreira
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Geral | Acaso(s) | 0 | 1.754 | 08/30/2011 - 02:22 | Português | |
Poesia/Meditação | Alma leve | 0 | 1.200 | 08/30/2011 - 02:19 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Tua | 0 | 2.020 | 08/24/2011 - 19:56 | Português | |
Poesia/Tristeza | Não quero contrariar o destino | 2 | 1.496 | 08/24/2011 - 18:14 | Português | |
Prosas/Pensamentos | Pode-se amar com silêncios? | 2 | 2.501 | 08/15/2011 - 12:25 | Português | |
Prosas/Outros | Ruas e ruelas de amargura | 0 | 1.816 | 08/15/2011 - 01:32 | Português | |
Poesia/Geral | Mãos | 0 | 1.495 | 08/10/2011 - 02:02 | Português | |
Prosas/Pensamentos | Ruas e ruelas de amargura | 0 | 2.187 | 08/04/2011 - 01:49 | Português | |
Poesia/Fantasia | Apetece-me encontrar-me à janela | 2 | 1.600 | 07/28/2011 - 16:13 | Português | |
Poesia/Meditação | Maio, doce Maio | 2 | 1.411 | 07/21/2011 - 22:25 | Português | |
Prosas/Outros | Reencontro com a sua estrela | 0 | 1.434 | 07/18/2011 - 00:47 | Português | |
Prosas/Outros | Video poema | 0 | 1.341 | 07/16/2011 - 00:38 | Português | |
Prosas/Outros | Dois dedos de escrita | 2 | 1.736 | 07/15/2011 - 23:14 | Português | |
Poesia/Fantasia | DE cara airosa e lavada | 5 | 1.732 | 07/15/2011 - 02:34 | Português | |
Poesia/Meditação | Um tu que não sou eu | 2 | 1.792 | 07/15/2011 - 02:20 | Português | |
Prosas/Outros | Breve história ou uma história para sempre | 0 | 1.719 | 07/10/2011 - 01:08 | Português | |
Prosas/Outros | A palavra, serviçal do nosso querer | 0 | 2.163 | 07/05/2011 - 02:39 | Português | |
Poesia/Tristeza | Do cansaço me desfaço | 2 | 1.993 | 06/28/2011 - 00:37 | Português | |
Poesia/Tristeza | As casas com que me visto | 4 | 1.491 | 06/17/2011 - 21:32 | Português | |
Prosas/Lembranças | Dilema da conformidade... Um título, um filme...Viver! | 0 | 4.926 | 06/16/2011 - 17:00 | Português | |
|
Fotos/Eventos | Sessão de autógrafos na Feira do Livro - Livro "EM SUSPENSO" | 0 | 3.423 | 06/16/2011 - 16:38 | Português |
Poesia/Tristeza | As casas com que me visto | 2 | 1.111 | 06/16/2011 - 09:17 | Português | |
Poesia/Tristeza | No meu ser, no meu estar | 2 | 1.145 | 06/14/2011 - 23:47 | Português | |
Poesia/Desilusão | Vida em escada | 0 | 1.354 | 06/10/2011 - 01:23 | Português | |
Poesia/Geral | Princesa em reino de silêncio | 4 | 1.480 | 06/07/2011 - 21:10 | Português |
Add comment