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NOME

Navegamos sobre pedras que nos afogarão
Engolimos mais do que pudemos supor
nestes anos de peleja
E crescemos sedentos, admirados com plenitudes
e limites marcados por bandeiras

Carregamos o dever de tramar contra circunstancias
e sobreviver a busca do horizonte delineado
em laranja “crepúsculoso”

E dormimos limpos e completos
na certeza da aurora dourada que não nos negam,
os Céus

Todo o sistema está aquém da potencia das asas
e dos estridentes sons da multidão que fracassa

Dormimos depois do pão
e precisamos colar os ossos e articulações
Navegamos e navegamos
Escalamos e desgastamos nossas faces pelos anos

Não pude ser justo com as promessas
que desenhei na cara
Não pude conter as hordas
e não estive atento as rasteiras

Por fim caímos sóbrios e solenes
Desejosos e humildes quando não resta mais
E vivemos de desejos
Alimentados e sedentos

E competimos com os tolos nas cartas
E repudiamos todo tipo de tratante
E admiramos mártires
E sabemos discernir todo bem e mal
E preferimos o amor ao ódio
E somos todos iguais
E os reis abraçam a idéia do povo
E os conselheiros consentem com a alma do rei
E somos todos conterrâneos e bem intencionados
Boas almas nadando para longe da fenda
que abriga o medo do fim do mundo

E fechamos o punho contra o peito
E olhamos para o céu do pássaro branco
E nunca incisivos

Hoje estou embrulhado e astuto
Mas quem diria ser divina a sapiência do homem sobre o homem impregnada no homem?

E circulamos os corpos das estrangeiras
E podemos nos embriagar semi-entregues em sarjetas
e lançar dardos sobre a cabeça dos bobos
E repugnamos os deformados e os porcos

Eu disse que não podia ser mais
E ainda assim bebemos na mesma roda
E caminhamos sob a linha da água pura com face coberta
E miramos nossas crianças nos olhos sem hesitar

E você chamará meu nome de manhã
De manhã...

E toda forma ganha contorno
E toda bruma dissipa em minha cabeça
E meu caráter é incólume
E não mais sinto o calejar dos braços
e a gastura dos pés

Declararei que vivi
E que vos fui contemporâneo
Assino com meu nome

Submited by

terça-feira, novembro 17, 2009 - 00:33

Poesia :

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COBBETT

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Comentários

imagem de moisespoeta

Re: NOME

um poema contundente !
belissimo!
abraços!

(moisés poeta)
http://biografiadofogo.blogspot.com/

imagem de RobertoEstevesdaFonseca

Re: NOME

Parabéns pelo belo poema.

Gostei.

Um abraço,
REF

imagem de MarneDulinski

Re: NOME

LINDO, GOSTEI!
Meus parabéns,
MarneDulinski

imagem de Gisa

Re: NOME

Sinceramente não encontrei as palavras que pudessem definir este seu poema, de tão lindo que achei! Grande abraço!

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