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O murmúrio dos ventos

Mesmo sem forças
Ou suado,
Velhas novas prometo-lhes
A vós que por tanto tempo antevi.

Ensinei-vos a esquecer
Quando todos os braços com pontas de lanças
Foram picados.
Nada vos devo,
Nem minha honra
E nem minha coragem,
Sei que todos os campos foram largados
Quando sangue era semente,
E o adubo o apetite da palavra prostituta.
Olhei-vos com desespero de tempestade tempero da surpresa,
Aceitei-vos em fuga homenageada.

A vitória ausentou-se de campeão presto

Apresentei-vos a minha sorte mal-humorada
Com todos os soldados derretidos.
Eis o meu reino sinuoso
E minha capa de flanela,
Eis o meu império cínico
Cêntuplo da mágoa
Engano da coroa.

Sou as lascas dum sorriso anuído,
As faíscas dum assopro
O vento que amanhece vidas.
Criei-me precípuo mármore sensual
Lascivo penetrante
Estóico austero.

Lembranças cortam-me madrugadas,
Peço-lhes por paz.
Bem vindo assassino de mim!
Peço-lhes aconchego
Albergue da culpa.

Se não quando
Pés das dúvidas pegaram o caminho
Que leva às colinas labaredas
Do outro lado dos rochedos verdes.
Chama-se Topo Perdido de Deus.

Lacei seus seios de ferro
Topei com biquinhos de rosas de inverno.
Quase fomos puros
Quando tentamos morrer
Com medo da noite miraculosa de pecados em forma de santos escuros,
Vivenciamos as almas pulverizadas na hora do jantar.

Dá-me,
Dá-me visão com a fumaça do cigarro,
Dá-me orgasmo e ereção,
Dá-me o corte que lateja uma vulva
No altar do desejo.

No teto do mundo de pedras
Havia um vilarejo de corações enforcados
Que no fim dos mais finos vidros frágeis
Servia-nos de disfarce
E asilo.
Lá! Minha virgindade foi assassinada
Foi-se a inocência em forma de patos e lagos,
Quase pensei em deus,
Fiz-me de prazer e lassidão
Nos corpos de rocha no vale escorrido
Cimo ao topo
Ciúme à morte
Preces e orgasmos.

Veio o adeus e a floresta se foi.

Escondi-me no orfanato debaixo da cama com pus amargo,
Traças e mofo nas faces endurecidas.

Nos currais do vale ajudaremos os partos de vacas calmas,
Todos os bezerros correrão para onde não somos capazes.

 

 

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domingo, agosto 21, 2011 - 17:59

Poesia :

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Alcantra

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