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Vírgula Et Cetera

A brasa radiante do mundo cuspia uma imagem,
Um vulto ostentado vácuo da nota e da morada aberta ao tudo.
Instaurado tão afundado noturno na brisa louca pra nascer,
No findar da luz

Deita-se cinza ao cascalho já velho e tolhido

Pedras brancas polidas pela chuva do tempo - útero de si
Rio veloz nas veias da costura.
Na lama uma vida perde-se
Uma espécie não mais ama na lama
Atolada afundada em tal cama
Na calma fugidia alma

Não conhecemos a tarde,
Muito menos o que há depois dela
Vamos-nos!
Rápido!
Corramos todos à procura de cumprimentá-la

Sol que tatua-se às costas em picadas doidas de raios quentes

Vermelho risonho triste e apagado...
Havia uma chuva planeada para tão longe data
Quem seria capaz de esculpir o vulto ao poente?

Um tiro nas costas do infortúnio

Gostaríamos de esquecer todas as memórias,
As estradas,
As idas

Uma sombra doce tênue à porta

Sê luz do lado de cá
Nem dali
Acolá

Estivemos por tanto afogados jogados aos vales,
Há anos, há quão sofridos anos!

Quem nos arrota agora?
Quem nos semeia aqui se já estamos plantados?

As nuvens lançavam suas saias no palco dos céus,
O horizonte não pensa e nasce-se manifesta-se
Nas cordas do surdo mudo surdo culto tão culto!

A imensa bola amarela mirrada quase cinza lua
Esconde-se por detrás do dorso da dama anoitecida,
Tarde baleada, porventura morta.

(Sentar à pedra e fechar os olhos para as vidas em vidas
E de todos que ficaram na ponta do esquecimento,
Das tristezas e dores que causei
Das tristezas e dores que causei-me)

Assim! Por um triz apunhalas-te no tronco
Uma vista na lua e a outra no sol
Das mais nuas de todas, a lua
Das mais puras de todas, a lua
Não nua bela
Tão bela nua

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segunda-feira, dezembro 20, 2010 - 10:15

Poesia :

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Alcantra

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