CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
O principio do fim...
Já não caibo em mim...
Os contornos foram todos forçados,
os limites foram ultrapassados
por fronteiras patéticas
q me encurtaram o chão de manobra...
Saltam-me torneiras frenéticas dos olhos,
em desgarradas de agua fria e agua quente
sempre salgada...
E a garganta tem um ancinho q se arrasta devagarinho
a cultivar silabas mordidas
semeadas por um agricultor cruel
q mastiga a terra em vez de a amar...
Caminho sobre pregos para a frente e para trás
e nenhuma dor me faz feliz,
apesar de precisar da dor para me saber viva...
Quando já não doer
estarei ao colo de um anjo qualquer
q me beijará as nódoas negras
e as mãos ensanguentadas...
Porque me viraram as costas os anjos?
Afago-lhes as asas q de penas nada têm,
são arames farpados de desprezo
q me rasgam os olhos até escorrer
toda a cor da terra q albergam...
Antes o amor acariciava-me com as mãos
e beijava-me carnudo e fogoso...
Agora só esta morte andrajante
que me caminha nos seios...
Porque não me verga de uma vez,
nem a morte me faz sua amante
e eu jurei-lhe fidelidade eterna...
Sabe-me a sangue, o gosto,
num coagulado sombrio de cicatriz...
Maquilho-me de rosto feliz e saio p'ra rua
de garrotes nos braços,
cada dedo é uma lamina,
cada cabelo archote em chamas,
toda a gente se afasta,
como sempre se afastaram as gentes...
Basta de amar impotentes...
Já não caibo em mim,
nunca soube caber em alguém,
mas cá dentro,
houve um tempo em q coube um mundo inteiro...
Inês Dunas
Libris Scripta Est
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 1134 leituras
Add comment
other contents of Librisscriptaest
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Tristeza | Quimeras... | 2 | 5.854 | 06/27/2012 - 15:00 | Português | |
Poesia/Geral | Presa no transito numa sexta à noite... | 2 | 3.382 | 04/12/2012 - 16:23 | Português | |
Poesia/Dedicado | Santa Apolónia ou Campanhã... | 2 | 2.557 | 04/06/2012 - 19:28 | Português | |
Prosas/Outros | Gotas sólidas de gaz... | 0 | 2.676 | 04/05/2012 - 18:00 | Português | |
Poesia/Geral | Salinas pluviais... | 1 | 2.917 | 01/26/2012 - 14:29 | Português | |
Prosas/Outros | Relicário... | 0 | 3.109 | 01/25/2012 - 12:23 | Português | |
Poesia/Geral | A covardia das nuvens... | 0 | 3.597 | 01/05/2012 - 19:58 | Português | |
Poesia/Dedicado | Arco-Iris... | 0 | 3.832 | 12/28/2011 - 18:33 | Português | |
Poesia/Amor | A (O) que sabe o amor? | 0 | 3.506 | 12/19/2011 - 11:11 | Português | |
Poesia/Geral | Chuva ácida... | 1 | 2.878 | 12/13/2011 - 01:22 | Português | |
Poesia/Geral | Xeque-Mate... | 2 | 3.179 | 12/09/2011 - 18:32 | Português | |
Prosas/Outros | Maré da meia tarde... | 0 | 3.021 | 12/06/2011 - 00:13 | Português | |
Poesia/Meditação | Cair da folha... | 4 | 3.766 | 12/04/2011 - 23:15 | Português | |
Poesia/Desilusão | Cegueira... | 0 | 3.316 | 11/30/2011 - 15:31 | Português | |
Poesia/Geral | Pedestais... | 0 | 3.392 | 11/24/2011 - 17:14 | Português | |
Poesia/Dedicado | A primeira Primavera... | 1 | 3.259 | 11/16/2011 - 00:03 | Português | |
Poesia/Geral | Vicissitudes... | 2 | 3.536 | 11/15/2011 - 23:57 | Português | |
Poesia/Geral | As intermitências da vida... | 1 | 3.691 | 10/24/2011 - 21:09 | Português | |
Poesia/Dedicado | O silêncio é de ouro... | 4 | 2.949 | 10/20/2011 - 15:56 | Português | |
Poesia/Geral | As 4 estações de Vivaldi... | 4 | 3.946 | 10/11/2011 - 11:24 | Português | |
Poesia/Geral | Contrações (In)voluntárias... | 0 | 3.385 | 10/03/2011 - 18:10 | Português | |
Poesia/Geral | Adeus o que é de Deus... | 0 | 3.345 | 09/27/2011 - 07:56 | Português | |
Poesia/Geral | Limite | 2 | 4.649 | 09/22/2011 - 21:32 | Português | |
Poesia/Geral | Quem nunca fomos... | 0 | 3.933 | 09/15/2011 - 08:33 | Português | |
Poesia/Geral | Antes da palavra... | 1 | 4.314 | 09/08/2011 - 18:27 | Português |
Comentários
Re: O principio do fim...
Inês, achei este poema tão sentido e tão profundamente triste... que me comoveu de uma forma única!
Um beijinho, meu anjo!
Carla
Re: O principio do fim...
Um poema doloroso, e por isso ainda mais belo, em que se consegue sentir toda a amargura. Comovente. Abraços
Re: O principio do fim...
Uma inundação de lágrimas contidas, nos limites do corpo ultrapassad.
Tanto mar, tanto sal em teus olhos escondidos.
Saltam-me torneiras frenéticas dos olhos,
em desgarradas de agua fria e agua quente
sempre salgada
O poder de stravassar numa folha de papel, um sentimento e defende-lo, ( sublime o andar em pregos), com essa veia da auto análise em ti.
Querida amiga, sorri que o sol chegou e encara o que há-de vir.
Porque algo bom sempre surgirá e redefinirás as fronteiras da tua dor
Gostei bastante
Um beijo
Re: O principio do fim...
Inês,
fiquei sem muitas palavras de tão triste, ao mesmo tempo tão belo e por muito me dizer.
Iria sublinhar várias partes do poema, digo, teria mesmo que sublinha-lo por inteiro, logo
Favoritos*
Beijo
Nuno