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Paladar
Ao céu-da-boca encosto a língua.
Entre os dois, uma hóstia fina de açúcar
Aprimora, por momentos, o meu paladar.
Como quando nos beijámos,
Apaixonadamente,
Num passado sempre presente
Nesta sensação dulcificada.
Detenho-me no gosto da tua saliva.
Nem a água de uma nascente intocada
Se prevê tão límpida.
Estremeço...
Mas não te amo,
Amo a ideia de perfeição
Que concebi sobre ti.
Foi dela que me alimentei!
18 de Outubro de 2009
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sábado, outubro 17, 2009 - 23:10
Poesia :
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MartaBaptista
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Comentários
Re: Paladar
Gosto sempre de te ler. Talvez o estilo...
Neste poema deixas um bom tema para reflexão: Amamos o outro, ou a imagem que dele fizémos?
e se me permites
E porque a fizémos? E como será quando essa imagem se tornar insustentável?
bjo
Re: Paladar
Conchinha,
Obrigada pelo teu comentário.
A verdade é que criamos sempre uma expectativa elevada em relação ao outro, quando essa deveria ser sempre 1º dirigida a nós.
Beijos,
Marta.
Re: Paladar
Os tempos de uma paixão ardente, antes do contacto com o real, deixam-nos marcas de perfeição, o que torna dificil a convivÊncia mais defeituosa do correr dos tempos.
gostei
abraço
Re: Paladar
Acreditamos sempre que é possivel encontrar a perfeição... Em vão, pois existe apenas o conceito.
Abraço,
Marta.
Re: Paladar
Um apaixonante paladar da tua poesia
Gostei bastante
Bjos
Re: Paladar
"Estremeço...
Mas não te amo,
Amo a ideia de perfeição
Que concebi sobre ti.
Foi dela que me alimentei!"
Esta percepção muito dolorida entretanto libertadora.
Gostei imensamente.
bjs
Re: Paladar
Ana e Jopeman,
Fico muito feliz por saber que apreciam o que escrevo.
Beijo e abraços!
Re: Paladar
MartaBaptista!
Paladar
Ao céu-da-boca encosto a língua.
Entre os dois, uma hóstia fina de açúcar
Aprimora, por momentos, o meu paladar.
Como quando nos beijámos,
Apaixonadamente,
Num passado sempre presente
Lindo!
MarneDulinski
Nesta sensação dulcificada.
Re: Paladar
Obrigada, Marne.
Abraço.
Re: Paladar
Um ideal de amor construído na idéia de perfeição.
Será que o amor é sempre idealizado em forma de projeção, ou não?
Interessante.
Um abraço