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SEXTINA 15

O amor se desenhasse aonde a sorte
Pudesse muito além e nada veio,
A luta sem saber do que comporte
O tempo desdenhando em tal receio
E o verso mais audaz e sem proveito
Enquanto no vazio enfim me deito.

E quando na esperança em vão me deito
Trazendo ao meu caminho a rara sorte
Negando o quanto pude em meu proveito
Seguindo esta esperança em duro veio
E nisto dissemina o que receio
Ainda que tal fato não comporte,

O mundo que quisera mal comporte
E neste desenha além me deito,
Enquanto na verdade o que eu receio
Expressa a solidão diversa sorte,
E nada do que possa eu sei que veio,
E mata o quanto quis em meu proveito.

O canto se desenha em tal proveito
E o nada que deveras mal comporte
O mundo onde se faça novo veio
E nisto com certeza quando deito
O sonho se entregando à própria sorte
Tramando o quanto ausento e além receio.

O todo se traduz neste receio
E quando meu caminho sem proveito
Deixando este canário em rara sorte
Ainda que deveras mal comporte
Ousando na verdade onde me deito
Expressa o grande amor que nunca veio.

Apenas desfrutando cada veio
Por onde poderia sem receio
Enquanto no vazio ora me deito
Ainda que tentasse algum proveito
O tanto quanto tento e já comporte
Traduz em solidão diversa sorte.

O mundo aonde a sorte nunca veio
Enquanto não comporte outro receio
Seguindo sem proveito, onde me deito.

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domingo, janeiro 2, 2011 - 11:26

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MarcosLoures

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