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TREM DE ATERRAGEM DAS PALAVRAS


Gastos como pedras insones dos templos,
meus olhos ladram como cães selvagens aos sons da noite.

Breu depenado como peixe fora do aquário
de fogo em que mergulha o grito desta tristeza.

Respiro como o vento as esquinas do tempo
qual rocha em tortura imóvel.

À beira-mar, meu riso esgravata
o bafo das marés sujas por saudade.

A imaginação esmurra o retrato do horizonte.

Os nervos dos sonhos são flores
em sede no trem-de-aterragem das palavras
que asfixiam os céus adestrados nos covis desta dor.

Mãos onde preces a deuses não existem.

Manhãs esquivas como espirro em tempestade
no deserto do corpo.

Poema desparasitado da voz do silêncio
que desmembra os braços de polvo do pensamento.

Vai de cadeira de rodas a morte paralítica
nesta vontade de seguir a seiva da imortalidade num beijo.

 

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sexta-feira, setembro 16, 2011 - 12:36

Poesia :

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Henrique

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Comentários

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"À beira-mar, meu riso

"À beira-mar, meu riso esgravata
o bafo das marés sujas por saudade"

 

Buscando, ao limite, franjas de saudade...

Gostei muito.

Um abraço

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