CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Viagens na minha terra
Formou Deus o homem, e o pôs num paraíso de delícias; tornou a formá-lo a sociedade, e o pôs num inferno de tolices.
O homem – não o homem que Deus fez, mas o homem que a sociedade tem contrafeito, apertando e forçando, em seus moldes de ferro, aquela pasta de limo que no paraíso terreal se afeiçoara à imagem da divindade – o homem, assim aleijado como nós o conhecemos, é o animal mais absurdo, o mais disparatado e incongruente que habita na terra.
A História é uma tola. Eu não posso abrir um livro de História, que não me ria. Sobretudo as ponderações e adivinhações dos historiadores acho-as de um cómico irresistível. O que sabem eles das causas, dos motivos, do valor e importância de quase todos os factos que recontam?
Quantas almas é preciso dar ao diabo e quantos corpos se têm de entregar no cemitério para fazer um rico neste mundo?
A modéstia quando é excessiva e se aproxima do acanhamento, pode ser num homem quase defeito inteiro. Na mulher é sempre virtude, realce de beleza às formos as disfarce de fealdade às que o não são.
Poeta em anos de prosa.
Idade madura, idade da experiência, idade prosaica em que as mais belas criações do espírito parecem macaquices diante das realidades do mundo.
O coração humano é como o estômago humano, não pode estar vazio.
É um nobre e grande coração, mas… não te deixes dominar por ele, se o queres segurar.
És mulher, e as mulheres não entendem os homens. Sempre o entrevi; hoje sei-o perfeitamente. A mulher não pode nem deve compreender o homem. Triste da que chega a sabê-lo!
Admirável condição da natureza humana que tudo nos parece melhor e menos feio, quando visto ao longe.
O povo está são; os corruptos somos nós, os que cuidamos saber e ignoramos tudo.
Há três espécies de mulher neste mundo: a mulher que se admira, a mulher que se deseja e a mulher que se ama… A beleza, o espírito, a graça, os dotes de alma e do corpo geram a admiração; certas formas, certo ar voluptuoso criam o desejo. O que produz o amor não se sabe; é tudo isto; às vezes é mais do que isto; não é nada disto.
Não sei o que é; mas sei que se pode admirar uma mulher, sem a desejar; que se pode desejar, sem a amar. O amor não está definido, nem o pode ser nunca. O amor verdadeiro; que as outras coisas não são isso.
São os dois entes mais parecidos da natureza, o poeta e a mulher namorada: veem, sentem, falam como a outra gente não vê, não sente, não pensa nem fala. Na maior paixão, no mais acrisolado afeto do homem que não é poeta, entra sempre o seu tanto da vil prosa humana: é liga sem que se não lavra o mais fino de seu ouro. A mulher não; a mulher apaixonada deveras sublima-se, idealiza-se logo, toda ela é poesia; e não há dor física, interesse material, nem deleites sensuais que a façam descer ao positivo da existência prosaica.
http://topeneda.blogspot.pt
Almeida Garret
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 3056 leituras
other contents of topeneda
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Meditação | George Orwell- 1984 | 0 | 8.446 | 04/05/2013 - 18:06 | Português | |
Poesia/Meditação | Nicolau Gogol- Diário de um Louco | 0 | 9.172 | 04/01/2013 - 11:49 | Português | |
Poesia/Meditação | Aldous Huxley-Admirável Mundo Novo | 0 | 8.269 | 04/01/2013 - 11:46 | Português | |
Poesia/Meditação | Sem Esquecer o País | 2 | 6.305 | 04/01/2013 - 11:41 | Português | |
Poesia/Meditação | Richard Bach-Fernão Capelo Gaivota | 0 | 11.238 | 03/24/2013 - 13:26 | Português | |
Poesia/Meditação | Sophia de Mello Breyner Andressen- A Menina do Mar | 0 | 7.303 | 03/24/2013 - 13:21 | Português | |
Poesia/Meditação | Modelo Social de Iceberg | 0 | 7.990 | 03/17/2013 - 11:11 | Português | |
Poesia/Meditação | Ernest Hemingway-O Velho e o Mar | 0 | 8.449 | 03/17/2013 - 11:07 | Português | |
Poesia/Meditação | Edgar Allan Poe – Contos de Terror, Mistério e Morte | 0 | 11.547 | 03/17/2013 - 11:05 | Português | |
Poesia/Meditação | Consciência de Força ( Dedicado à Manifestação) | 0 | 7.699 | 03/03/2013 - 20:17 | Português | |
Poesia/Meditação | Milan Kundera - A Imortalidade | 0 | 9.339 | 03/03/2013 - 14:48 | Português | |
Poesia/Meditação | José Rodrigues dos Santos - Fúria Divina (Perspetiva Ocidental) | 0 | 10.753 | 02/27/2013 - 19:41 | Português | |
Poesia/Meditação | José Rodrigues dos Santos - Fúria Divina (Perspetiva Muçulmana) | 0 | 10.160 | 02/27/2013 - 19:38 | Português | |
Poesia/Meditação | José Rodrigues dos Santos - Fúria Divina | 0 | 9.156 | 02/27/2013 - 19:33 | Português | |
Poesia/Meditação | Joseph Conrad - O Coração das Trevas | 0 | 11.929 | 02/24/2013 - 14:51 | Português | |
Poesia/Meditação | Gustave Flaubert- Madame Bovary | 2 | 8.326 | 02/24/2013 - 14:48 | Português | |
Poesia/Meditação | Liev Tolstói - Guerra e Paz | 2 | 11.784 | 02/20/2013 - 20:28 | Português | |
Poesia/Meditação | Anton Tchekhov - A Gaivota | 0 | 7.963 | 02/13/2013 - 20:31 | Português | |
Poesia/Meditação | Sófocles - Rei Édipo | 0 | 6.714 | 02/09/2013 - 11:57 | Português | |
Poesia/Meditação | Jean Paul Sartre- A Náusea | 0 | 10.435 | 02/05/2013 - 22:40 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Soren Kierkgaard - O Banquete | 0 | 10.336 | 02/03/2013 - 13:11 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Erasmo de Roterdão - Elogio da Loucura | 0 | 9.434 | 01/27/2013 - 23:42 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Nicolau Maquiavel- O Príncipe | 3 | 8.953 | 01/23/2013 - 16:18 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Thomas More - Utopia | 0 | 7.740 | 01/23/2013 - 14:51 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Antoine de Saint-Exupéry- O Principezinho | 0 | 9.845 | 01/19/2013 - 14:37 | Português |
Add comment