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A vontade própria entregou-me à confusão?

As cefaleias que as insónias me trazem levaram uma parte de mim. As insónias são trazidas pela memória. Não durmo porque quero comprazer-me com as imagens que se repetem fronte à retina – parece-me. As imagens foram-me deixadas na última bagagem entregues em mãos pela vida à memória. O último episódio ficou retido na memória e todo o resto passou a ser nada. O último episódio que ficou encalhado na memória retirou espaço para todos os outros que possam ser-lhe sucedâneo. O esquecimento não enfrentará tão depressa obstáculos. O esquecimento não encontrará, com a tal brevidade esperada e desejada, o caminho de volta. E a vida para continuar sempre precisou de uma dose temperada com esquecimento para sobreviver – não verdade minha; verdade universal – se é que ela existe.

Perscruto tanto na razão os motivos do que senti e do que sinto, do que sempre desejei e estupidamente ainda desejo e nunca encontrei ilações do que me pareceu sempre ser tudo e que me continua a parecer que é tudo hoje. Sou confusa. Acho que a confusão já não é um estado. Nunca entendi bem se me deixo entregar à confusão, porque esta me deixa inebriada pela vida, recriando-a, ganhando tonalidade vista nos dias. A vida regada com confusão acorda-me para tudo o que me rodeia dentro de mim. Nunca entendi muito bem se me deixo entregar à confusão por causa das cogitações ou se tenho apetite dela porque depois me entrego a elas como almofada para não descansar. Claro, que não me parece haver coerência quando logo à partida estou a divagar sobre o conceito confusão. Não parece coexistir linearidade, coerência, lógica no conceito de confusão. Mas como gosto de me agarrar à razão para ver se me clareia os pensamentos e vislumbrar o eclipse de vez da maltida (ou feliz) confusão. A verdade é que sempre me agarrei à razão como ancora e ela nunca me salvou. Também não sei se quero ser salva. A verdade é que a confusão sempre me largou estranha, estranha comigo mesmo – o que é deveras estranho. Mas a confusão nunca me deixou derramar uma única lágrima que fosse capaz de se esfregar no meu rosto. Nunca. Óh funesta sorte!!!

 

Elsa Menoita

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domingo, maio 15, 2011 - 18:40

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