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Carta a uma mãe...
Estou aqui sentada suportando tanto peso nos ombros com apenas onze anos.
Tenho o teu retrato nas mãos, não é papel é a memória que sabe de cor todos os teus traços, o teu cheiro e o sabor do teu colo.
Sinto-me bem aqui parece que estamos mais próximas, sei que não me podes responder, mas mantenho em mim a esperança que escutas todas as minhas palavras, como há tão pouco tempo.
Pergunto no silêncio repetidas vezes a Deus, porque haveria de ser a minha mãe que Ele quis para companhia…existem tantas mães de filhos mais crescidos que Ele ainda não chamou…
Dizem-me que é para tu descansares mas eu não compreendo, tu não andavas cansada? E se andavas podias descansar aqui, eu ficava no teu colo, tu dizias que isso era bom para ti…
Na escola os professores no meio das aulas chamam por mim: “Parece que estás nas nuvens?!”…E sabes eu penso mesmo que estou, as nuvens estão aí mais perto de ti. Os meus colegas riem-se, eu não acho graça nenhuma, já não tenho vontade de rir.
Nunca soube o que era ter saudades tuas, e não gosto nada de as sentir.
Todos os dias de manhã acordo vou até à cozinha e penso que te vou lá encontrar, mas quando observo em toda a volta tu não estás…em cima da mesa está a caixa dos cereais que o pai ali deixou com a minha caneca para eu comer, antes de sair para trabalhar, mas eu não tenho vontade…depois penso que tu queres que eu coma, dizias sempre que era importante para mim, então lá como e vou para escola…
Também já não vou a correr…
Numa das minhas conversas em que parece que Deus não me responde, senti dentro de mim vozes que me dizem, tudo isto aconteceu a ti porque tu és muito forte, uma menina que sabe fazer tudo…pois é! Há, mas sabes eu não acredito, tenho medo e não quero crescer…quero ser a tua menina e ficar aninhada no teu colo…
A tia esteve cá e deu-me muitos mimos e colo…sim, não é como o teu! Mas eu não lhe disse nada para ela não ficar triste, as pessoas tristes sofrem…
Eu agora sofro e nem sei porque, não estou doente e todos os remédios que me davas quando sentia dor não me fazem nada…
Sabes mãe, não consigo apagar o teu último olhar, sabias que ias embora e que eu ia ficar…
No entanto agora só queria descansar…
Sabes agora tenho que ir embora, está na hora do pai chegar e tenho que o ajudar a fazer o jantar, ele não se entende nada na cozinha…eu também não! Depois penso nas coisas como tu fazias e os dois fazemos, nada fica como quando eram as tuas mãos…
Eu vou! Logo à noite antes de dormir volto a falar contigo para tu não te esqueceres de mim, porque mesmo aí longe eu preciso de ti minha mãe…para mim serás sempre eterna!
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Comentários
Re: Carta a uma mãe...
cara amiga Ana Coelho:
Se existe adjectivos para qualificar este texto, eu vou utilizar apenas um, explêndido.
Um beijo amigo
angelo