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Os moinhos do norte

Uma grande engrenagem movimenta a terra
Uma imensa usina mantém acesa a luz do sol
As árvores terra micróbios ar água oceano peixes pássaros...
Somos todos nós engrenagens dentro duma grande caixa redutora
Para acoplar a engrenagem-terra.
O eixo é o universo.

Eu sou o dente quebrado em carbono e ferrugem,
Estou travado.
Dispenso os ideais, a filosofia dos loucos...
Atirei meu corpo em âncora ao oceano transbordado
Da taça do grande senhor,
Enquanto engolia a fio a carne do homem
Cuspindo os ossos para servir ao seu cão propenso e obeso.

Capturei o movimento pelo rabo e o amarrei
Na catapulta furiosa feita de pena de urubu.
Atirei-o contra as muralhas do estático.
Ventoinhas ventos ventania furacão...
Erupção centrífuga arrancando a pele dos corpos vivos
Numa ilha perdida na psique.

Estamos mortos e afogados num útero
Para nascermos sem escolha.

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terça-feira, dezembro 15, 2009 - 20:00

Ministério da Poesia :

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Alcantra

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