O FIM QUE ACONTECE E NUNCA HOUVE
Eternidade.
nesga de tempo incorrido
onde o poeta inventa ires sem volta.
Momentos
à solta pelas palavras
como casa de sentires fingidos.
Sentidos à força pelos sentidos
que se despistam nas entrelinhas.
Carris de musas rumo a céus
que mais ninguém voa senão o poeta.
Que ninguém ousa rasgar
como quando o poeta renasce
da morte que se oferece como lição ao vazio.
Que do nada ganha formas de tudo, até de nada.
Como se a voz fosse um foguetão
que em lume arde para lá de Plutão.
Mas Plutão é já ali
quando o poeta salta pensamento dentro.
Como se o infinito fosse
os lençóis de uma cama feita de rosas.
Cujo espinho é a ponta da pena
a fazer amor com o branco do papel.
Como se o relógio
fosse um deserto onde os ponteiros
são serpentes quando o poeta se sente só.
Onde as horas
são grãos de areia já todos escritos um a um.
Todos eles lidos em migalha de dor.
Onde o tiquetaque
é um grito que apenas o silêncio ouve.
O fim que acontece e nunca houve.
Submited by
Poesia :
- Login to post comments
- 936 reads
other contents of Henrique
Topic | Title | Replies | Views | Last Post | Language | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Love | AMAR É SER SOL E LUA | 6 | 1.749 | 07/03/2009 - 04:22 | Portuguese | |
Poesia/Disillusion | CAIXÃO | 7 | 2.229 | 06/18/2009 - 22:35 | Portuguese | |
Poesia/General | AJO | 1 | 3.040 | 05/21/2009 - 02:23 | Portuguese | |
Poesia/Love | QUERO | 1 | 1.949 | 05/19/2009 - 14:09 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | EU... | 4 | 4.105 | 05/19/2009 - 13:24 | Portuguese | |
Fotos/Others | O.V.N.I | 6 | 3.546 | 05/18/2009 - 13:26 | Portuguese | |
Prosas/Thoughts | ÁRIES | 2 | 2.063 | 05/11/2009 - 02:56 | Portuguese | |
Poesia/Passion | TU | 1 | 2.584 | 05/11/2009 - 02:14 | Portuguese | |
Poesia/Meditation | NOITE | 3 | 3.139 | 05/05/2009 - 09:28 | Portuguese | |
Poesia/Love | QUÃO BELA É A MULHER | 2 | 4.023 | 09/24/2008 - 12:04 | Portuguese |
Add comment