CAMA DE TERRA


De repente acordo,
sinto que lá fora chove.

Abro a janela
mas o lá fora não existe.

O que vejo
é apenas um nevoeiro denso
que sobre mim canta em tons cinzentos.

A chuva que sinto
é dentro de mim que cai
gota a gota o filme da minha vida.

Olho-me e não me vejo,
sinto-me mas não me reconheço.

Tudo o que havia lá fora
está agora disperso dentro de mim
aqui deitado no frio de uma cama de terra.

Estou aqui nesta cova
como uma semente à espera do seu tempo.
 

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Tuesday, July 5, 2011 - 21:47

Poesia :

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Henrique

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Para quem nunca ficou a ver a

Submitted by Adolfo on Tue, 07/05/2011 - 22:05.

Para quem nunca ficou a ver a chuva cair...

 

Bonito.

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