FAIA BRAVIA PELA SAVANA DO VENTO


Desfiro o grito em tiro
sem alvo na alva do poema.

Subúrbio de musas
qual árvore desposada desse frutos de aço.

Vulto insípido este ir em luar soslaio.

Degolada nuvem.

Faia bravia pela savana do vento.

Sopro equidistante
do suspiro sem fôlego à pedra
que me ancora ao fundo do mar.

Alínea em silêncio esta tristeza
que sem cabeça por mim pensa.

Trovão que por mim caminha
nas tranças de uma praia deserta
cuja areia são bastidores de castelos frágeis.

Negra e densa esta dança
de penumbras em ânsia tecida refúgio.

Transita em renúncia inibida
o meu corpo na doidice tonta das marés.

Vastidão salgada.

Concha onde habitam o ar
os meus ais no músculo da palavra.

 

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Tuesday, July 5, 2011 - 22:39

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