Casulo

(Foto: Clarisse Silva)

 

Não. Não saias desse teu casulo. Não perguntes como estou, como tenho passado, se algo me tem preocupado. Fica nesse teu mundo, onde não me atrevo a penetrar. É um gelo ardentemente espesso que me impede de te observar. Onde estás? Sim, tu, sangue do meu sangue, que me deu vida e que vejo todos os dias embora nunca consiga observar. Falas uma fala que não me diz o que um dia gostaria de ouvir, sem apetrechos, sem medos, despindo a alma do tanto que há por dizer. E o que eu te poderia dizer? Ah… Poderia falar-te das mágoas que se avolumam de cada vez que não vejo a atenção ser dada da mesma forma a todos; poderia falar-te daqueles pequenos nadas do quotidiano que tanto gostaria que existissem, ao invés de te ver todos os dias assim; poderia falar-te de um olhar que ficou por dar, uma palavra que ficou por dizer… Tanto que teria para te exprimir que fico-me assim, tal como tu, nesta masmorra consentida conscientemente até que qualquer dia tenha a força e a coragem - caso não a tenhas tu -, de ultrapassar essa parede de gelo que criaste à tua volta. Por enquanto, tomada pelas mágoas que insistem em crescer em mim - mesmo quando nada o faria prever, após uma alegria mútua -, não me sinto com a mínima disposição de tentar mudar tudo isto. Rendo-me perante esse monstro invisível que existe entre nós, não com medo, mas com desconsideração face a toda esta situação. Se queres permanecer nesse casulo, quem sou eu para dizer que não deves?!

Alma Secreta

27 de Outubro de 2011

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Wednesday, November 16, 2011 - 12:49

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Clarisse

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Olá Dakini,   Grata pela

Olá Dakini,

 

Grata pela presença.

 

Beijo,

 

Clarisse

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Sim Clarisse, quem somos nós,

Sim Clarisse, quem somos nós, para penetrar num mundo fechado, tão fechado que nem a luz penetra. Há dias que mais vale permanecer sendo o diálogo, mesmo no silêncio

Vou estando por aqui e por aí...

 

beijo

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