ESCURO FEITO DE MÃOS

Entre aspas…

Escuro feito de mãos de terra que me agarram!

Ágeis… De dedos derrotados… De unhas improfícuas.

Com culpa que me enlameia de arrepios!

Que me inflamam os poros da pele com medo!

Que me enleiam frias com frios… Insofismáveis.

Mãos que me enterram na distância
onde tropeçam os tentáculos do infinito
que as estendem como teias no mar da poesia…

Ásperas como açoite de inverno… Grutas de solidão!

Oblíquas como lume do inferno… Cerâmica crua!

Fogo que reside retorcido nas estrelas… Astros opacos!

Cifra harpeada como rascunho esconso no olhar da noite.

Mãos que falam silêncio… Monogâmicas!

Que calam o grito das cores dos lábios
como lágrimas que escorrem sem ver na alma.

Mãos que me beijam hipócritas.

Que me agasalham o corpo com acenos de adeus.

Que me embrulham
em gestos tristes nas cinzas do céu
como mortalhas de vento mutilado por saudade.

Mão que respiro como o ar no deserto
se camufla de sorrisos entre os grão de areia.

Deserto asfaltado por alcatrão de morte
onde os meus passos são cactos adormecidos em sede.

 

 

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Sunday, December 18, 2011 - 21:30

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