Consciência Pesada

Quando a noite cair
E só se ouvir os lobos, no seu uivar
Ao se calar a cotovia
Aconchega-te, a mim, meu amor
Até a noite passar
E chegar um novo dia.

Por favor, tem clemência
E não deixes de me sorrir
Para a minha consciência se iludir
Tem paciência, meu amor
E até chegar o novo dia
Ameniza a minha dor
O meu horror, a minha agonia

Quando o sol se for embora
E a noite escura e fria se instalar
Esta dor que, em mim, perdura
Que à noite parece aumentar
E que o meu coração deplora
Piora, e quase me satura
Não me deixa sossegar...

Com a agrura do uivar dos lobos
Com o agoirar da coruja maldita
Tudo o que, a minha Alma, suja
E que a minha consciência entredita
Mas que, por veleidade, ignora
Quando deteriora a vida aos bobos
Que, em má hora, ignora ou intruja
Vem, até mim, nesta maldita hora

Ao som do uivar dos lobos
Que a esta hora me apavora,
Junto, com a maldita coruja...

apsferreira

 

www.albanosoaresferreira.blogspot.com

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Tuesday, March 20, 2012 - 03:25

Poesia :

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apsferreira

apsferreira's picture
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Comments

Odete Ferreira's picture

A noite é

A noite é, quase sempre, amogo apsferreira, sinónimo de adensamento de nossos medos, usando aqui o termo medos, num amplo sentido...Tudo se torna gigante...

Belo sentir em poesia. Parabéns!

(Vou lendo, comentar torna-se complicado por falta de tempo, como já sabe...)

Bjosmiley

apsferreira's picture

Querida Poetisa, Odete, isso

Querida Poetisa, Odete, isso é porque

você não sabe a importância que têm, pelo menos

para mim, os seus comentários...

Obrigado, por este.

:-)

 

apsferreira's picture

Poeta, Jorge Humberto, o

Poeta, Jorge Humberto, o amigo

é uma pessoa muito sensível. Obrigado,

por ter feito a observação,

:-)

Jorge Humberto's picture

Meu querido, amigo, Apsferreira,

Meu querido, amigo, Apsferreira,
 

não escondes o negrume de tuas noites insones, o medo de estar sozinho,
mas teus poemas, sempre ao amor proclamando, sua presença, num colo de mulher amada,
que sempre veste teus versos, virá.. virá, a teus ensejos... e então as corujas augoeirentas e todos os urros dilacerantes, dos loubos, darão lugar às noites, de todas as mais tranquilas, em mãos de mulher, sentando-se a teu lado. Lindo poema. Parabéns!

Abraços meus.
Jorge Humberto 

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